1. capa
  2. Negócios
  3. Economia
  4. Política
  5. Ambiental
  6. Cidades
  7. Opiniões
  8. Cultura
  9. Oportunidades
  10. vídeos

Espírito Santo Destaca-se na Área de Biotecnologia Molecular

enviar por email

10/11/2015

Entrevista com Dra. Patrícia Machado B. Fernandes 

Por: Roberto Junquilo

Na etapa atual do desenvolvimento sustentável vivenciamos a chamada economia do conhecimento. Destacam-se em crescimento as regiões com elevados investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Nós aqui do ES já podemos dizer que temos alguns pontos de inserção neste mundo novo. É o que mostra essa matéria.

O Espírito Santo desenvolve importantes trabalhos de pesquisa na área de biotecnologia molecular relacionada ao agronegócio, alcançando reconhecimento internacional e contabilizando avanços na produção de patentes e de capacitação de pessoal, visando o atendimento de demandas em nível global. À frente dessas ações está a doutora em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Princeton University, nos Estados Unidos, Patrícia Machado Bueno Fernandes.

Ela é diretora do curso de pós-graduação em Biologia e do Laboratório de Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), localizados em Maruípe, Vitória. Nesse local, a Drª Patrícia realiza experimentos que já extrapolaram as fronteiras brasileiras. “Há 15 anos, quando cheguei aqui, vinda do Rio de Janeiro, não existia sequer um grupo de biologia molecular. Hoje temos muitos estímulos e o Estado está muito bem situado nas áreas de pesquisa e desenvolvimento”, afirma.

Uma dos trabalhos mais importantes, atualmente, tem como objetivo entender os mecanismos celulares e moleculares relacionados a tolerância a estresse em S. cerevisiae. A meta principal é a seleção e alteração genética de leveduras, levando a um alto poder fermentativo e tolerância aos estresses decorrentes do processo de fermentação. 

Drª  Patrícia Fernandes conta que logo depois que chegou ao Espírito Santo, há 15 anos, começou a trabalhar com esse desafio: diagnóstico molecular precoce. Ela formou-se em biologia na UFRJ, obteve mestrado em biofísica e doutorado em bioquímica, contando sempre com a companhia do esposo, atual coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica do Espírito Santo e diretor do Instituto de Inovação da Ufes, Antônio Alberto Ribeiro Fernandes, doutor m Ciências de Materiais , com pós-doutorado na Califórnia. 

Das pesquisas desenvolvidas pela Drª Patrícia, vale destacar a que resultou em parceria com a Vale e que já está sendo testada em escala industrial. Trata-se de um aglomerante produzido por meio de melhor aproveitamento da casca de coco, que deve ser lançado no mercado brevemente, com o nome de Cocofibra.

A utilização da casa de coco no processo de fabricação de pelotas de minério de ferro é pioneira no País. Drª Patrícia explica que a técnica consiste em utilizar fibras da casca de coco verde para a composição de um tipo de aglomerante, matéria-prima usada na produção de pelotas de minério de ferro. 

“Estamos aqui no Laboratório de Biotecnologica Aplicada ao Agronegócio, da Ufes, em parceria com o Incaper, há uns seis anos realizando um trabalho que já é reconhecido internacionalmente, buscando a produção de etanol através de resíduos agro-industriais, através da casca de coco”, explica Dra. Patrícia. 
O processo, segundo ela, consiste em degradar a casca de coco e, com o sucesso dos resultados, a partir do reconhecimento internacional, técnicos da Vale perceberam a empresa poderia obter melhores resultados com a produção desse aglomerante. “Essa parceria já dura quatro anos e já temos patente em 30 países. São duas etapas:  chega a uma altura do processo com a casca de coco que podemos fazer o aproveitamento para produzir etanol ou o aglomerante’, diz a professora.

O emprego desse material pela Vale permite que as pelotas tenham uma boa consistência física e fiquem livres de trincas e degradações. Atualmente, o aglomerante orgânico usado pela empresa é 100% importado. Com a produção do insumo a partir da casca de coco, os custos de produção das pelotas serão significativamente reduzidos.

Quanto à parte da pesquisa relacionada à produção de etanol, existem parcerias em estágio adiantado de testes com uma empresa, na Bélgica, e  um laboratório, também na Europa.  ‘O Brasil é grande produtor de água de coco, o Espirito Santo, também. Jogamos a casca no lixo e, portanto, nada mais indicado do que seu aproveitamento em cadeias produtivas, da melhor forma possível ”. 

“A casca tem um resíduo químico, que é toxico, para proteger a água. O chorume da casca contamina o solo e pode contaminar lençóis freáticos. A pesquisa de laboratório já terminou e agora a empresa já está realizando testes para entrar na comercialização do etanol no Brasil a partir dessa matriz”, explica.

Dra. Patrícia Fernandes conta que todo o trabalho nasce por meio de conversa com as empresas, que indicam os gargalos. “A partir daí, a gente começa a trabalhar para superar as dificuldades e temos conseguido bons resultados. Quanto aos produtos irem para o mercado isso depende de outro setor, o Núcleo de Inovação da Ufes. 

O produto já foi patenteado e, no momento, os estudos prosseguem com o objetivo de aprimorar a fórmula e de desenvolver alternativas que promovam o tratamento e o reaproveitamento dos resíduos gerados durante o processamento da casca de coco.

Núcleo de Biotecnologia da UFES tem realizado estudos visando o entendimento dos mecanismos celulares e moleculares relacionados a tolerância a estresse em S. cerevisiae. A meta principal é a seleção e alteração genética de leveduras, levando a um alto poder fermentativo e tolerância aos estresses decorrentes do processo de fermentação

Estamos aqui há uns seis anos realizando um trabalho grande, reconhecido internacionalmente, buscando a produção de etanol através de resíduos agro-industriais, através da casca de coco. Começamos há muitos anos tentando fazer um processo para degradar essas casca, ganhamos um prêmio internacional e a partir disso a Vale percebeu que esse nosso processo uma parte dele, seria desviado para a produção de um aglomerante de um minério de ferro para as pelotas. A parceria já dura quatro anos e e já temos uma patente em 30 países. 

São duas as etapas. Chega a uma altura do processo com a casca de coco que ou vai produzir etanol ou o aglomerante. 

A parte do etanol já tem parcerias com uma empresa na Bélgica e um  laboratório na Europa.

Também desenvolvemos um processo para esterilização de água de coco, mas o que é mais complexo a gente faz a pesquisa aqui. Todo o nosso trabalho vem por meio de conversa com as empresas, que indicam os gargalos e a gente começa a trabalhar para superá-los,. Quanto a ir para o mercado é outra etapa, pois tem que haver empresas que se interessem pelo produto.  Como é um processo para a parceria. É passada para o Núcleo de Inovação da Ufes. Permite que a universidade tenha lucro e que uma parte desse lucro seja para o pesquisador. Incentiva mais. Vai além da nossa carga horária, com muita disciplina e aplicação. 

Na parte de fermentação temos todo o sistema como em uma indústria. Os testes são desenvolvidos aqui e depois colocados em projetos pilotos em empresas. Trabalhamos para melhoramento da levedura, que é um microorganismo milenar de fermentação.

Nos Experimentos com plantas, trabalhamos com mamão e abacaxi. Vamos fazer desde o tecido da planta até tornar uma planta maior. No campo, temos parceria com a Incaper. Aqui temos um canteiro para plantas pequenas. 

Doença – meleira do mamoeiro. Que causa grandes perdas. Surgiu aqui, sul da Ba e espalhou-se para o Norte do país e depois para o México. Destruição muito grande. 

A estrutura que montamos aqui na universidade ficou muito bem.O prédio foi todo construído com recursos de pesquisa, com verbas do Ministério de Ciência e Tecnologia.

      

Quem é
Patrícia Machado Bueno Fernandes concluiu o doutorado em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Princeton University em 1997. Realizou o pos-doutoramento na Princeton University em 2011. Trabalhou no ScrippsClinic&Research Foundation, EUA, entre 1990-1992. Atualmente é Professor Associado, Coordenador da Pós-graduação em Biotecnologia e Presidente da Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) da Universidade Federal do Espírito Santo. É membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTN-Bio) do Ministério da Ciência e Tecnologia (2005 - 2011; 2014 - ). Tem publicado artigos em periódicos especializados internacionais, trabalhos em anais de eventos e também capítulos de livros. Organizou cinco eventos no Brasil, além de participar de diversos eventos nacionais e internacionais como palestrante ou moderador. É orientador, e orientou, alunos de doutorado, mestrado e de iniciação cientifica nas áreas de Biotecnologia, Bioquímica e Biologia Molecular. Atualmente coordena seis projetos de pesquisa. Atua na área de Bioquímica e Biotecnologia, com ênfase em resposta a estresse em levedura e plant



Eliezer Batista Ligou A Vale Ao Resto Do Mundo

Galgando vários postos ao longo de sua carreira, até ser nomeado presidente da mineradora coube a ele transformar..


Dignidade de Liberdade

Para advogados, decisão do STF sobre casamento dá maior autonomia aos idosos...


Os Doces E Amargos Desafios Da Existência

Em "Chocolate Meio Amargo", a psicóloga Senia Reñones aborda as complexidades das relações humanas e as delícias de aprender...