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Escoteiros no Cinema

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10/03/2016

É notoriamente reconhecido em todo o mundo do cinema a verve ácida de Chris Rock. Se o chamaram para a cerimônia de apresentação do Oscar 2016 no intuito de amenizar o clima negativo causado pela não indicação de nenhum ator afrodescendente para o prêmio (os descendentes de índios ficam de fora da discussão), seria, no mínimo, ingenuidade imaginar que ele não viria com uma enxurrada de piadas de cunho racial, algumas até ofensivas. Ele tinha apresentado a cerimônia do Oscar 2005 e deixou o mundo do cinema constrangido, e, nesse ano, não poderia ter sido diferente.

Mas, mesmo quem apresenta piadas tão grotescamente pesadas como esse comediante (que, com tudo isso, não deixa de ser imensamente talentoso), ele não deixa de ser pai atencioso de duas filhas, uma delas, Bandeirante.E, zeloso, preocupado com a educação da sua rebenta, fez que a Tropa da sua menina vendesse biscoitos em plena cerimônia do Oscar.

Copiando descaradamente a informalidade de Ellen DeGeneres, conseguiu que a Tropa da filha vendesse mais de 65.000 mil dólares! Isso deve ajudá-las nos seus programas sociais.

Temos dois parênteses a serem abertos aqui. Um é sobre o hábito das bandeirantes norte-americanas venderem biscoitos. É um costume muito próprio delas, que não tem similar no Brasil. Enquanto que aqui é aplicado às Escoteiras e às Bandeirantes (são organizações diferentes, embora ambas tenham sido fundadas por Robert S. S. Baden-Powell) um programa educacional completo, as Bandeirantes Norte-Americanas arrecadam verbas para fundos assistenciais através de vendas de biscoitos, além de manter, logicamente, um programa atrativo para que as meninas participem do movimento com satisfação.

O outro são os biscoitos! E que biscoitos! Com direito exclusivo de venda, sem permitir intermediação, esses biscoitos, com receitas registradas e protegidas por patentes depositadas, provocam filas de compradores nos lugares em que são anunciadas suas vendas. Por exemplo, no estacionamento da Walmart! A grande rede de supermercados norte-americana não se incomoda em permitir sua ocupação pelas Bandeirantes para vender seus produtos. Além de levar ao estabelecimento a imagem de apoiadora da educação nos Estados Unidos, coisa que é muito valorizada por lá e pouco valorizada no Brasil, a procura dos biscoitos é tanta que o próprio estabelecimento acaba tendo um lucro extra a partir do pessoal que aproveita a ida para comprar mais alguma coisa.

Pelos Estados Unidos serem um país onde a educação e o patriotismo são valorizados, os movimentos ditos badenianos, Escotismo e Bandeirantismo, sempre estão nas boas graças de todas as camadas sociais do país. Assim, a atitude de um pai cumprir com uma tarefa em prol de uma tropa é muito comum. O ato de Chris Rock foi visto com tanta simpatia que até amenizou um pouco o ambiente que era esperado.

Sendo o Escotismo tão imerso na cultura norte-americana, há até quem acredite que o maior movimento jovem do planeta tenha nascido lá, mas ele é tão bretão como o futebol. Por causa da sua grande penetração cultural nas terras do norte, é claro que o cinema não perderia a oportunidade de se aproveitar da sua filosofia simples e eficaz, que resultou na formação de 80% dos seus empreendedores bem sucedidos.

Mas o que tem a ver Escotismo e cinema? A formação de um escoteiro não se baseia unicamente em técnicas de campo, mas, também, em demonstrações culturais. Lorde Baden-Powell, seu fundador, foi militar e espião, e usou técnicas teatrais para burlar os inimigos. Na Batalha de Mafeking, ensinou a soldados a atravessarem uma rede de arame farpado imaginária, o que fez os böers temerem se aproximar e virar alvos fáceis. Técnicas teatrais puras que acabaram se tornando itens de sobrevivência ao enfrentar um inimigo cinco vezes mais numeroso.

Vamos listar atores e cineastas que foram escoteiros. Uma boa lista, alguns até condecorados dentro e fora do Escotismo por ações de cidadania ou coragem em guerras: Fred MacMurray, Glenn Ford, Henry Fonda, William Holden, Douglas Fairbanks Jr., Buddy Hacket, James Stewart, Cary Grant, Walt Disney e Johnny Weismuler. Temos ainda, Steven Spielberg, Harrison Ford, Madonna, John Rhys-Davies e outros mais. Uma equipe invejável. Muitos, hoje, somente lembranças…Talvez, a maioria, nem isso!

E os filmes? Temos vários! Segue uma pequena lista:

“Indiana Jones e a Última Cruzada”, de Steven Spielberg, mostrando a vida escoteira do jovem Indiana Jones representado por River Phoenix, grande ator que morreu prematuramente, com as atuações ainda de Harrison Ford, Sean Connery, Denholm Elliot e John Rhys-Davies.

“Nunca é Tarde para Amar”, um título brasileiro horroroso para um belo filme de Norman Tokar sobre o roteiro de Louis Pelletier, produzido pela Disney. Foi a última produção de Walt Disney em vida, com Fred MacMurray, Vera Miles, LillianGish e o então garoto Kurt Russell. Uma bela narrativa sobre a formação de um Grupo Escoteiro numa cidade do interior. Quem já passou por essa experiência, e eu já passei, verá na trama muitos itens em comuns com a realidade. A bela canção do filme, trazendo o nome original em inglês da fita, “Follow me Boys”, é de autoria dos irmãos Robert e Richard Sherman, os compositores de maior sucesso da produtora, e virou um hino escoteiro nos Estados Unidos. Essa mesma trama, com outros argumentos, foi refilmada em “Mr. Holland – Adorável Professor”, de Stephen Herek, com Richard Dreyfuss. Também um belo filme sobre a formação de músicos, no lugar de escoteiros.

E, terminando a lista, o impagável “MoonriseKingdom” do adoravelmente polêmico Wes Anderson, que sempre apresenta uma trupe do que existe de melhor: Bruce Willis, Edward Norton, Bill Murray, Frances McDormand, Tilda Swinton, Jason Schwartzman e Harvey Keitel. Mostra, em forte caricatura, como é a vida de um Chefe Escoteiro. Exageros à parte, é assim mesmo!
Fontes de pesquisa: Wikipedia, Elle Canada, Scouters’ Digest, Escoteiros do Brasil – Rio de Janeiro

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