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Inflação : Dados Passados Mostram Queda mas Dólar em Alta Preocupa

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01/10/2015

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      Apesar da visão disseminada acerca de um total descontrole inflacionário em curso no país, os índices de inflação de maior destaque mostraram tendência à queda até julho de 2015. Todavia, não se pode negar que as taxas acumulada sem 12 meses encontram-se em patamares superiores a de anos anteriores.  

      É importante destacar que o fim do represamento de preços da energia elétrica e dos combustíveis no final do ano passado desencadeou impactos inflacionários relevantes, intensificados pelos habituais aumentos sazonais de preços dos primeiros meses do ano, notadamente aluguel/condomínio e gastos com educação e pela elevação das contribuições PIS/Pasep e Cofins sobre produtos importados. 

      Por outro lado, os sinais que a inflação pode se acelerar são consideráveis. A desvalorização continuada do Real traz fortes riscos de nova retomada dos preços tendo em vista especialmente o impacto sobre os produtos importados. Desde o Plano Real tem sido a taxa de câmbio valorizada um dos principais pilares da estabilização dos preços no país.

      No caso específico do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que orienta a política monetária do país por meio do regime de metas e mede a inflação para famílias de até quarenta salários mínimos, o comportamento se mostra mais desfavorável do que os demais índices que mensuram a inflação para todo o país. Este acumulou em 12 meses (até julho de 2015)a taxa de 9,56%, acima do teto da meta de inflação, equivalente a 6,5%.

      Até julho deste ano os principais vilões da inflação foram os gastos com habitação (12,23%), os gastos com educação (8,23%), com despesas pessoais (6,53%)e o grupo de alimentação e bebidas (6,42%). Explicam os maiores gastos com habitação exatamente a elevação das tarifas de energia elétrica.

      Outro indicador utilizado na mensuração da inflação que atinge os salários no país é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que difere do IPCA apenas no que diz respeito à abrangência, as famílias com rendas mensais de até cinco salários mínimos. O acumulado no ano fechou em 7,42%, bem acima da taxa de 3,92% relativa ao mesmo período em 2014.

      Se os índices anteriores parecem indicar que a classe média brasileira está sofrendo um pouco mais os impactos acumulados da inflação do que os de renda mais baixa, na capital paulista os estratos de menor renda são os mais atingidos. A inflação média acumulada até julho de 2015,medida pelo Índice de Custo de Vida (ICV) e calculada pelo DIEESE/SP, foi de 9,71%, atingindo dois dígitos no estrato de renda mais baixa (11,22%).Também em São Paulo o vilão foi o gasto com habitação (11,46%), cuja elevação se deve igualmente a majoração da tarifa de energia, reajustada em 33,31% no mês de março corrente.

      Também segundo o DIEESE O valor da cesta básica  de São Paulo, foi o maior entre as capitais chegando a R$392,77 e a mais barata foi em Aracaju chegando a custar R$ 275,42. Apesar desses fatores,o peso da cesta básica no salário mínimo liquido  em Aracaju foi maior do que em São Paulo (37,99% e 54,18% respectivamente). 

      Os preços da carne bovina, do pão francês e da batata subiram em todas as 18 capitais pesquisadas, enquanto o preço do leite aumentou em 14 capitais. Em relação à carne bovina a alta pode ser explicada, nesse primeiro semestre, pelo aumento das exportações e a baixa oferta doméstica. O aumento no preço do pão francês está relacionado à desvalorização do Real, uma vez que seu principal insumo, o trigo, é importado. Em junho de 2015, segundo o DIEESE, para a manutenção de uma família de quatro pessoas seria necessário um salário mínimo de R$ 3.299,66. 

      Além de buscar evidenciar o impacto da inflação sobre os salários é relevante considerar índices que mostram como este fenômeno tem atingido a economia como um todo. Para avaliar esse tipo de impacto um bom indicador é o IGP-DI. Neste caso se percebe uma taxa acumulada de 5,53% até agosto de 2015, percentual superior ao do mesmo período de 2014(1,60%). Analisando separadamente os componentes do IGP-DI, o IPA, que mede a inflação nos preços ao produtor, teve aumento de 4,47% no período analisado, ante - 0,14% em 2014; o IPC, que mede a variação de preços para o consumidor, foi o que mais variou (7,22%, ante um aumento de 4,42%até agosto de 2014), enquanto o INCC, um índice de inflação para a construção civil, variou 6,39% (contra 6,04% registrado em 2014).

      Esses números explicitam que existe de fato pressões inflacionárias em curso no país mas que estas são muito mais uma consequência de uma situação localizada de reajuste de tarifas de energia bem como a ameaça proveniente da desvalorização cambial. A primeira pressão é fruto de uma política excessivamente prolongada de repressão dos preços implementada pelo governo federal com vistas à ativação do crescimento da economia além dos problemas generalizados no abastecimento dos reservatórios de água da matriz energética pela falta de chuvas. E a última tem sido provocada pelo quadro econômico mundial desfavorável e sensível instabilidade política no país.

[1]Mede o preço médio da cesta básica dos alimentos em dezoito capitais brasileiras, calculado também pelo DIEESE. Os alimentos considerados são: carne, leite, feijão, arroz, farinha de trigo/mandioca, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo, manteiga.

[2]Salário mínimo liquido é obtido pelo desconto da previdência social do salário bruto.

Eliezer Batista Ligou A Vale Ao Resto Do Mundo

Galgando vários postos ao longo de sua carreira, até ser nomeado presidente da mineradora coube a ele transformar..


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