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A Tragédia da SAMARCO

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26/11/2015

Da redação

Agora já amplamente divulgado, até pela imprensa convencional, de que o rompimento da barragem da SAMARCO é o maior desastre ambiental da história do Brasil. 

Na grande imprensa, jornal convencional e televisão, o marketing da Samarco deu show de competência conseguindo consolidar a imagem de que foi acidente e de que a responsabilidade está difusa entre o setor público e  o privado. Do lado privado, entre ela, a Vale, a BHP Biliton e a natureza da atividade que tem riscos inevitáveis, sem os quais haveria menos empregos e riqueza gerada. Do lado público, um grande número de órgãos públicos federais, estaduais e municipais que deveriam ter licenciamento e fiscalização eficientes.

No mundo das redes sociais há uma outra realidade. Impressiona, em primeiro lugar, o volume de informação existente. Um teste rápido comprova isso: as expressões a  “a morte do rio doce “ , “a tragédia da Samarco “ ou, ainda,  “a lama no mar do ES“  mostrarão resultados da ordem de 608 mil, 225 mil e 590 mil, respectivamente. 

Em segundo lugar há enorme diversidade de interpretações. No entanto, parece predominar a visão de que o rompimento poderia ser evitado e clareza de que a empresa Samarco e seus acionistas – Vale e BHP Biliton - são de fato os responsáveis e, concretamente, devem de imediato iniciar a reparação dos danos ambientais, bem como o pagamento das indenizações aos que perderam bens ou a fonte de renda que os sustentavam. Vejam a seguir trechos de matéria do portal  Carta Maior:

“Não foi um acidente”, gritam os membros do Movimento de Afetados pela Mineração (MAM). “É um acontecimento de total responsabilidade das empresas”, assegura Mário Zonta, que destaca que as empresas não monitoram as represas onde armazenam os dejetos tóxicos, como as que se romperam no dia 5 de novembro, provocando um rio de lama contaminada que destruiu povoados, provocou a morte e a desaparição de mais de 20 pessoas, além de milhares de afetados.Se trata de uma tragédia social e ambiental provocada pela empresa mineradora Samarco no estado de Minas Gerais.

Para o deputado Rogério Correia, relator da Comissão Extraordinária de Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG), criada para apurar as responsabilidades pelo desastre ambiental de Mariana (MG) “A privatização da Vale deixou o país sem nenhuma estratégia nacional de exploração mineral”, avalia. Segundo ele, nas mãos da iniciativa privada, com o capital internacional operando a seu bel prazer, o setor não desenvolveu tecnologia própria e sequer importou. “A mineração brasileira é feita com base em tecnologia primária, da forma mais arcaica possível, como no século passado”, denuncia.

Conforme o deputado, enquanto quase todos os países do mundo desenvolvem tecnologias de mineração à seco ou com filtros - na qual a água utilizada é pouca e tratada de imediato -, no Brasil ainda impera a preferência pela utilização de barragens e minerodutos. A própria Samarco leva seu minério até o litoral por minerodutos movidos à água, pilhando também esse outro patrimônio dos brasileiros. “Isso não deveria sequer ser permitido”, reclama o deputado. Correia atribui também a esta falta de planejamento estratégico o fato do país não ter alavancado a indústria nacional com o minério produzido no país. “As multinacionais vêm, retiram montanhas de minério e levam tudo embora”, afirma. Em 2014, o município de Mariana recebeu menos de 1% do lucro obtido pela Samarco (mais precisamente 0,72%), enquanto os acionistas lucraram 65%, conforme relatórios da própria empresa.

Correia destaca também que, embora o laudo do desastre ainda esteja em fase de elaboração, tudo leva a crer que a causa do problema em Mariana foi a sanha desenfreada da Samarco por lucro acima de qualquer coisa. “Só no ano passado, a mineradora aumentou a produção da barragem em 32%”, denuncia. E isso em um contexto onde o risco de desastre já era anunciado. 

O Rio Doce já entregou toda a lama ao mar. Já pode começar sua regeneração, processo de duração ainda imprevisível. A agonia agora é salgada.

Segundo registros do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), a lama deslocou-se 30 quilômetros para o norte da foz em Linhares, outros cinco quilômetros ao sul e mais 20 quilômetros a leste, ou seja, mar adentro. O rumo seguido pela lama depende principalmente das ondas e da direção que o vento sopra.Com essas quilometragens, por enquanto a lama está na altura de Regência e de Povoação, em Linhares.(Portal Gazeta online).

As declarações e anúncios de multas de autoridades federais, municipais e estaduais, abrangendo Minas Gerais e Espírito Santo, deixam a clara impressão de falta de coordenação e articulação. Isso obviamente não é a forma adequada para se lidar com a maior tragédia sócio-ambiental da nossa história.  Ruim para a empresa, na medida que responderá a um grande número de interlocutores, mas, tal dispersão pode também lhes reduzir a escala das responsabilidades. Incerto para  os que teem direito as indenizações por danos, bem como para a recuperação ambiental da vasta área geográfica, possibilitando desequilíbrios entre os diversos microssistemas afetados. Já passou da hora do Governo Federal chamar para si a responsabilidade dessa coordenação. Ou mesmo os governos dos estados envolvidos. No entanto, parece que nesses níveis até agora só ocorreram declarações e ações midiáticas.

O Fundo financeiro  e sua governança deveriam ser instituídos e capitalizado de imediato pelos responsáveis pela tragédia. A sua governança compartilhada entre sociedade civil e setor público assumindo logo a coordenação das atividades que devem durar alguns anos.

A BrazilFoundation está mobilizando a comunidade internacional para arrecadar recursos para Minas Gerais e lança Fundo Minas com o objetivo de  financiar iniciativas socioambientais no estado. Inicialmente o fundo vai concentrar esforços no fortalecimento de organizações da sociedade civil na região afetada pelo desastre.

Não seria melhor um fundo único para receber doações, inclusive as  externas, bem como os demais recursos?


Eliezer Batista Ligou A Vale Ao Resto Do Mundo

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