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Caryl Chessman:O Bandido da Luz Vermelha

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03/03/2016 - por Paulo César Dutra

“Seus livros correram o mundo,provocando diversos sentimentos.Morreu na câmara de gás e fez revolução contra pena de morte”.O famoso bandido da luz vermelha Caryl Whittier Chessman ou Caryl Chessman, como foi conhecido, ficou muito famoso na década de 1950, principalmente aqui no Brasil com os seguidores das suas façanhas.Nascido em 1921, em Saint Joseph, no Estado de Michigan, nos Estados Unidos da América - EUA, era filho de um imigrante dinamarquês, que passou sua infância e adolescência em bairros pobres da Califórnia, também nos EUA, em um período em que sua família foi atingida, como mais de oito milhões de norte-americanos, pelo desemprego durante a Grande Depressão de 1929. Sua juventude foi marcada por raros momentos de liberdade, estando recolhido quase sempre em escolas- reformatórios. 

Em sua adolescência, Chessman organizou um grupo de amigos que inicialmente cometiam pequenas infrações, por pura diversão, como ‘ligação direta’ de carros para circularem nas ruas de seu bairro. Em seguida passam a chamar a atenção de moradores e da polícia por empreenderem arrombamento e furto de estabelecimentos comerciais; aos dezesseis anos Chessman foi preso pela primeira vez e encaminhado para um Reformatório juvenil.

Já na vida adulta, Caryl Chessman passou quase toda sua existência nas prisões, em particular, nos presídios de Folsom e de San Quentin, ambos no Estado da Califórnia. Em um desses estados provisórios de liberdade, depois de ter sido condenado a uma pena de 28 anos de reclusão, comutada depois em 11 anos de liberdade condicional, foi novamente preso em 23 de janeiro de 1948, agora sob a acusação de ser o temido Bandido da luz vermelha, quando duas de suas vítimas, Mary Alice Meza e Regina Johnson, em seus depoimentos reconheceram ele como The Red Light Bandit, o homem que as tinham roubado e molestado sexualmente, no atalho dos namorados (lover’s lane), nas colinas de Hollywood.

Ao ser preso e ter lhe sido atribuído o título de maníaco sexual, Chessman, em um primeiro momento, chegou a achar graça e se divertir da acusação. Todavia, esse divertimento não durou muito tempo, pois, em vista de uma série de coincidências infelizes, como, por exemplo, as características físicas semelhantes a do bandido procurado, um passado desordenado em torno criminalidade, as palavras categóricas dos policiais responsáveis pela prisão e um veredicto de um grupo de jurados parciais, Chessman foi sentenciado à morte.

A partir desse momento, começava então para ele uma odisséia, no intuito de demonstrar sua inocência e anular o julgamento.Por intermédio de 10 apelos e as várias petições encaminhadas à Suprema Corte dos EUA, 16 recursos a tribunais secundários e nove decisões proferidas pelo Superior Tribunal da Califórnia, teve adiada por sete vezes a data marcada para a sua execução. Porém, o pedido central (a anulação do julgamento do júri) nunca foi conquistado. Entre as alegações que fundamentavam o pedido de anulação do júri, as que se destacavam mais eram as notas taquigráficas do interrogatório deturpadas pelo serventuário que substituiu o antecessor, que havia falecido. A informação de que a confissão na polícia foi obtida mediante tortura e por último, a alegação de que o encarregado do inquérito não quis se utilizar do detector de mentiras.

É importante ressaltar, que um fã clube internacional do Chessman chegou a publicar  “que não se procurou reverter a situação do acusado”, justamente porque as autoridades precisavam de um bode expiatório, e nada melhor, para tanto, que se valer do juízo temerário, alimentado pela presunção e pelos maus antecedentes do suspeito. Essa foi sempre, na história dos processos criminais, uma fórmula que deu certo quando a polícia precisa encontrar, a todo custo, um culpado exigido pelo clamor público.

Chessman foi um bandido de enorme astúcia, estudou Direito e fez a sua própria defesa na Justiça. Escreveu, de dentro da cadeia, as obras autobiográficas "2455-Cela da Morte", "A Lei Quer Que Eu Morra" e "A Face Cruel da Justiça" e um romance: "O Garoto era Um Assassino". Seus livros correram o mundo, deixando atônitas pessoas do mundo inteiro, provocando diversos sentimentos, desde pena até raiva extrema. Morreu a 55 anos, em uma câmara de gás no dia 20 de maio de 1960, no Presídio de San Quentin, na Califórnia. Mas a sua luta fez o Estado da Califórnia, assim como o resto do mundo, refletir sobre a pena de morte.


 


  



(Chessman identificado no presídio  -  Chessman em momento de descontração  - Chessman sendo preparado na cadeira da câmara de gás - A imprensa americana destacava os crimes deChessman  - Após ser interrogado,Caryl Chessman ao centro é escoltado na saída do fórum.)


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