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Realidades Virtuais

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19/10/2015 - por Erlon José Paschoal

Vivemos sem dúvida momentos de profunda transformação na maneira de se relacionar, de produzir e de imaginar o futuro. Os efeitos da virtualidade e a imposição da aparência orientam e conduzem muitas vezes nossa inserção social e nossos anseios pessoais: duas presenças (perdoe o paradoxo) constantes no nosso horizonte de referências, seja pessoal, seja social. Das tecnologias de ponta ao camelô da esquina, todos sabem, por exemplo, a importância da aparência em todas as esferas da vida pública. Seja como embalagem de uma mercadoria, como apresentação, como propaganda, como notícia, como apelo ou simplesmente como “visual”, a aparência passou a ser uma importante moeda de troca na vida política, econômica e social.

É bom acrescentar também que a chamada indústria do entretenimento está calcada hoje fundamentalmente na imagem. Adorno, sociólogo alemão, num de seus ensaios, chamou a atenção para o perigo da decadência do gosto, da mediocrização, do nivelamento por baixo, que todo esse processo pode acarretar.  

Nessa exploração do poder sedutor da imagem, além do caráter fetichista mencionado por Adorno, há o toque de sensualidade que vai sendo cada vez mais  adquirido pelas mercadorias. Em resumo, as imagens mais eficazes por excelência são aquelas que nos seduzem, aquelas que se aproveitam de nossos desejos inconscientes. Portanto, elas não são mais, como há algumas décadas, imposições de necessidades falsas, mas uma exploração evidente de necessidades reais e legítimas, de sonhos e desejos concretos e justos.

Bem, mediante tudo isso, como educar o indivíduo para lidar criticamente com as imagens e as novas ferramentas do mundo virtual? Provavelmente, através da busca e do enaltecimento da experiência real, e da aprendizagem dos mecanismos de produção das imagens.  A sociedade da imagem é algo irreversível. Portanto, é preciso aprender cada vez mais a dominar a esta linguagem, sua lógica interna, a desfrutá-la e a utilizá-la de maneira mais consciente. 

Muitos apontam como conseqüência inevitável o empobrecimento das relações humanas em função da mediação da tecnologia. Dos chats, passando pelo telefone e o e-mail até chegar às vídeo-conferências, a presença do outro torna-se cada vez mais supérflua.  A relação real e concreta é substituída pela imagem, pela virtualidade. 

Isso pode levar à formação de grupos de pessoas que talvez nunca se conhecerão, mas que se sentirão parte de um mesmo todo. Pode também formar novos proletariados de não informados, excluídos da vida eletrônica moderna, e a uma maior dependência da tecnologia e dos bens naturais não renováveis. 

Mas será preciso, sobretudo, reaprender a olhar e a fazer disso um processo incessante, contínuo  e,  é claro, prazeroso. A arte, aliás, pode ser muito eficaz para isso. A importância da arte não está somente em preparar o indivíduo para o mundo pós-moderno da imagem, da virtualidade e da comunicação visual, mas principalmente em desenvolver nele a sensibilidade para o que há de mais humano, mais profundo e mais necessário para uma vida equilibrada. 

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