Os personagens das avaliações são os executivos capixabas associados ao IBEF-ES. Foram entrevistados 142 empresários no mês de outubro de 2015 pela Futura.

O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (IBEF-ES) divulgou, em parceria com o Instituto Futura, nesta semana, o Índice de Confiança do Ibefiano Capixaba. Dentre os resultados, o ponto alto foi a insatisfação com o cenário econômico do país. 65,5% dos entrevistados indicaram que a situação econômica financeira atual de suas empresas piorou em relação ao mesmo período do ano passado. Na última pesquisa, realizada em abril desse ano, esse volume foi de 57,7%, ou seja, 7,8 pontos percentuais a menos.

Outro ponto relevante mostrou queda na visão favorável a oportunidades de negócios para os próximos 12 meses: caiu 15,6 pontos percentuais, em relação ao mesmo período de 2014. Já em um quadro geral e a longo prazo, considerando os próximos cinco anos, 60,6% dos executivos se mostraram otimistas e vislumbram um cenário positivo para o crescimento e para o baixo desemprego.

O diretor-presidente do IBEF-ES, Luciano Machado, explica que os índices de confiança funcionam como um termômetro do cenário econômico e são muito utilizados pelo mundo. “As informações obtidas nessas análises empresariais contribuem para planejar e aperfeiçoar os movimentos de mercado, além de definir melhor as estratégias empresariais”, afirma Luciano. 

De fato é uma boa contribuição apresentada pelo IBEF mostrando o que pensam seus associados. No entanto, não  é possível considerar como representação segura do que pensam os capixabas já que a amostra é limitada e focada em executivos das grandes empresas locais, muitas delas empresas públicas.  

A seguir, tabelas com a pesquisa feita com os executivos e os resultado obtidos com as respostas:

 O(A) sr.(a) acha que a situação econômica e financeira atual da sua empresa em relação ao ano passado é melhor, é a mesma ou pior?

  Entre 2013 e o final de 2014 o percentual que considera que a situação está “na mesma praticamente não se alterou. Isso pode refletir a opinião dos executivos ligados ao setor público, cujas empresas atendem mercados que são cativos, ou demanda pouco influenciada pela crise, e a relação de emprego é estável. A mudança significativa está entre os que consideram  “ pior “. A economia do Espírito Santo tem ampla participação de empresas exportadoras. A desvalorização do real, à primeira vista, deveria indicar melhor situação para essas empresas, logo surpreende essa avaliação. No entanto, o mercado internacional ainda é ofertante para as principais com modities produzidas no ES, gerando um preço pouco interessante eliminando em parte a melhora, para elas, do câmbio. De qualquer modo, se não fosse a taxa de câmbio, agora mais favorável, o posicionamento dessas empresas poderia ser ainda depressivo.

 

Os que estavam em posição “ Neutra “ migraram, junto com quase outro tanto de antes na avaliação “ Favorável  “, para o entendimento que hoje o ambiente é  “ desfavorável  “.  Há portanto, no conjunto um aumento do pessimismo, seguramente influenciado pela crise política, pela economia em baixo crescimento e, localmente, o cancelamento pelo governo do estado de muitas obras públicas. 

Cerca de 41% daqueles que em 2013 previam situação melhor, se dividiram, no momento atual, para as posições de a “ a mesma “ – 27% - e os outros  14% para a previsão de uma situação pior.

No horizonte de 12 meses foi muito claro o reposicionamento daqueles que previam melhoras para o grupo do que esperam piora. De novo refletindo o ambiente nacional e também local.

No horizonte de cinco anos, embora o percentual daqueles com visão otimista seja menor em 12%, ainda representam a maioria. Ou seja, o ES continua sendo visto com perspectiva positiva no futuro próximo.

Cerca de um terço dos que participaram das respostas afirmaram que carga tributária poderá prejudicar o crescimento da empresa. Certamente uma citação influenciada pelo debate relacionado a outras questões. O imposto recolhido pelas empresas foi pago pelos consumidores já que fazem parte do preço do produto. Portanto, não afeta diretamente a empresa. Apenas indiretamente, via demanda que seria afetada por modificação de preço, no caso da carga tributária variar. De outro lado, sabe-se que os investimentos para ampliação de empresa no Brasil, quase sempre gozam de renúncias fiscais. Portanto, um item sempre presente em listas do tipo pedido pela pergunta, mas, que sugere muitos debates. Três itens somam 45% dos problemas que podem atrapalhar o crescimento da empresa: burocracia, deficiências de infra estrutura e insegurança jurídica. Aqui sim questões que não suscitam dúvidas ou polêmicas quanto ao potencial de desacelerar o investimento.