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Delcídio Preso e Mantido na Cadeia Pelo Senado, deixa Dilma Sem Rumo

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26/11/2015 - por Paulo César Dutra

           “Nunca antes na história política um senador com mandato foi preso e ficou na cadeia por decisão do Senado”, como gostaria de dizer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), se estivesse do outro lado da quadrilha. A prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, na manhã de ontem, quarta-feira, tem potencial para causar grandes estragos tanto no governo da presidente da República, Dilma Rousseff (PT) como no Congresso Nacional, conforme avaliaram cientistas políticos. Delcídio foi preso por tentar atrapalhar investigações da operação Lava Jato. 

          A prisão de Delcídio representa um baque para o Palácio do Planalto, não só porque traz mais holofotes sobre denúncias de corrupção envolvendo o PT, mas também por atingir o principal articulador político do governo hoje no Congresso.

           É mais uma coisa bastante negativa para o governo Dilma, porque ele era líder do governo no Senado. Mas não só por isso, com certeza não há ninguém no PT com tanto trânsito na oposição - sobretudo no PSDB - quanto o senador Delcídio, que é considerado por todos parlamentares uma figura afável, equilibrada.

          Delcídio era o senador cabeça fria, ponderado, que conseguia conversar com a oposição. Não era um radical como o deputado federal Sibá Machado, líder do governo na Câmara, que não consegue conversar com ninguém. A prisão de Delcídio deixou o governo “sem lenço e sem documento” em um momento crítico de recessão. É um baque para o governo, realmente.

          Delcídio é suspeito de envolvimento em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ainda não foram divulgados oficialmente detalhes sobre o que motivou sua prisão, mas, de acordo com a imprensa brasileira, o líder do governo foi detido porque teria tentado dificultar a delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

          Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, Delcídio teria sugerido a Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, uma fuga de avião para Madri via Paraguai. Como Cerveró tem cidadania espanhola, acrescenta a colunista, teria facilidade de entrar e se instalar no país.

           Também foi emitido um mandado contra o advogado Edson Ribeiro, que atuou para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Ribeiro teria participado da reunião entre Delcídio e Bernardo. Já o banqueiro Andre Esteves – também detido na manhã de ontem–, do BTG/Pactual, seria o avalista da operação, informa Bergamo.

           A prova da tentativa de obstrução da investigação seria uma gravação feita pelo filho de Cerveró do encontro em que foi exposto o plano de fuga, na tentativa de impedir que o ex-diretor da estatal fizesse acordo de delação.  Outro delator do esquema, o lobista conhecido como Fernando Baiano, disse em depoimento em outubro que Delcídio recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria.

Mantida prisão

          O Senado decidiu ontem, quarta-feira, em votação aberta no plenário, manter a ordem de prisão expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Delcídio do Amaral. Com isso, o parlamentar petista continuará preso por tempo indeterminado. A manutenção da prisão foi decidida por 59 votos favoráveis, 13 contra e 1 abstenção.

           Delcídio foi detido pela Polícia Federal (PF), acusado de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Em uma gravação, ele oferece R$ 50 mil mensais à família de Nestor Cerveró para tentar convencer o ex-diretor da área internacional da Petrobras a não fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

         Pela Constituição, prisões de parlamentares que estejam no exercício do mandato têm de ser submetidas à análise da casa legislativa a qual ele atua. Mais cedo, por meio de nota, o advogado Maurício Silva Leite, responsável pela defesa do parlamentar, divulgou nota em que manifesta "inconformismo" com a decisão do STF de determinar a prisão do senador e em que afirma ter "convicção" de que a decisão será revista.

          Com a decisão do Senado de manter a prisão, Delcídio Amaral só poderá ser solto quando o STF entender que ele não mais coloca em risco a investigação e não pode cometer crimes fora da prisão. Agora, a Procuradoria Geral da República terá 15 dias para apresentar ao STF uma denúncia, com acusações formais contra o senador.

          Antes de se filiar ao PT, Delcídio assumiu a diretoria de Gás e Energia da Petrobras durante o governo Fernando Henrique Cardoso, entre 2000 e 2001. Depois, aceitou convite para assumir o cargo de Secretário de Estado de Infraestrutura e Habitação no governo de Zeca do PT, em 2001. Em seguida, foi eleito em 2002 senador pelo PT.

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