Houvesse solução a vista este país seria passado a limpo. Ou seja, acresce-se às crises (a econômica, a ecológica, a moral, a política, e a da confiança), ainda a escassez de liderança capaz de se apresentar, juntar alguns e dar rumo qualquer ao impasse nacional instalado.
Recente pesquisa publicada no Jornal Folha de São Paulo, escancarou a rejeição popular aos nomes apresentados para uma eventual eleição presidencial. De Lula, Aécio, Alckimin, Serra, até Ciro e Marina, todos receberam altas taxas negativas. Sem contar aqueles que simplesmente se recusaram a responder. Do tipo: “se é política, tô fora”
Então, sem qualquer luz atravessando a fresta fica a opinião pública que nem biruta de aeroporto, seguindo na direção do vento que vira pra lá e pra cá. E disso se vale o poder instalado, que sobrevive a cada nova denúncia, nova delação ou a capa de jornal ou revista, semana a semana. Mas até quando?
De fato o perigo espreita. A direita mais raivosa ensaia greve no transporte, manifesto pró militar e o Dep. Bolsonaro (do Estado Islâmico) é recebido com festa por aí.
Por outro lado, tanto as instituições que alicerçam a democracia e o estado de direito; como os movimentos dos grupos de interesses sociais que mobilizam multidões; e mesmo as academias e centros de estudos políticos e sociais, de onde floram os pensamentos mais orientadores, estão prorrogando tomada de posição.
Questão de bússola. Com a nau a deriva, vale lembrar o saudoso Don João Batista de Albuquerque, arcebispo de Vitória, lá nos idos de 1979: “só o povo salva o povo”.
*sociólogo e analista político