Para quem acompanhou a elaboração do voto de Gilmar, a posição de Fux foi considerada alho hipócrita, criticando a judicialização da política.
Por Luis Nassif -07/12/2020
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal - STF não iria apresentar um voto em defesa da reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado (Congresso Nacional), se não tivesse a garantia de seus pares de endossar sua posição. Se não houvesse garantia de maioria de votos, sequer apresentaria sua proposta. Havia a motivação geral, de manter na Câmara a cidadela contra os abusos do presidente da República do Brasil, o capitao do Exército, Jair Messias Bolsonaro (sem partido).
Houve uma consulta a cada colega. Alexandre Moraes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli concordaram. Com Luiz Fux, foi-se além. Fux participou das discussões sobre as teses apresentadas, assim como Luiz Roberto Barroso, que teve como interlocutor o próprio David Alcojumbre, presidente do Senado.
Já a Ministra Carmen Lúcia recebeu o voto de Gilmar, e não questionou.
Nos dias seguintes, porém, houve uma enorme condenação por parte da opinião pública, expressa nos próprios jornais. Fux e Barroso esqueceram os compromissos firmados e voltaram atrás. Não por convicção, não por cuidados com a Constituição, mas apenas para não afrontar a voz das ruas.
Para quem acompanhou a elaboração do voto de Gilmar, a posição de Fux foi considerada alho hipócrita, criticando a judicialização da política. Logo ele, o Ministro que mais subordina suas decisões a conveniências de ordem política ou popular, a tal voz da rua, que cada Ministro interpreta como bem lhe aprouver.
Nota do editor: este ato interno do STF citado no artigo acima do jornalista Luis Nassif autores sem pai e sem mãe, como os autores da Operação Valquíria, um plano alemão criado durante a Segunda Guerra Mundial com o propósito de eliminar o ditador Adolf Hitler e assumir o controle da situação e encerrando a guerra! A operação foi executada, mas terminou em fracasso, com os conspiradores sendo presos e muitos deles executados. O fracasso do plano dos ministros Gilmar Mendes, Alexandre Moraes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, que concordaram no voto explícito, que a Constituição de 1988, é “inconstitucional”, para dar permissão ao Congresso Nacional de realizar reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, “foi colocar a bomba longe do alvo”.