Há longos anos os gestores públicos no Brasil vivem uma tensão diária entre a busca da eficiência e o cumprimento de longos processos burocráticos que privilegiam a forma em vez dos resultados. Nessa tentativa de encontrar metodologias de execução que privilegiam os resultados, é possível perceber uma trajetória de inovações organizacionais em busca de flexibilidade. Primeiro ouvimos falar das autarquias, depois a proliferação das empresas públicas, em seguida a febre das fundações, e por último a novidade das contratações via organizações sociais e Parcerias Públicas e Privadas.
De outro lado, ainda não se viu nenhum avanço significativo nas metodologias da transparência necessária para as decisões das contratações das despesas públicas. Na verdade, todas as formas novas de organizações são paulatinamente submetidas aos controles burocráticos com rigidez processual que trava todo o desempenho do setor público. Para um gestor ser considerado bom para os órgãos de controle não é preciso mostrar resultados, basta cumprir as formalidades. Hoje em dia é comum encontrar profissionais competentes e realizadores que não aceitam mais assumir cargos de relevância nos governos, posto que não se dispõem mais a ficar vulnerável aos controles burocráticos. O mesmo julgamento já ouvimos de pessoas com grande potencial de liderança, de votos e competência gerencial que não aceitam candidatar-se à cargo no Poder Executivo por considerarem que a posição tem alta dose de vulnerabilidade.
Com todo esse controle burocrático o que assistimos no Brasil é que ele é atravancador do bom desempenho e ineficiente do ponto de vista do controle gerencial, basta navegar alguns minutos pelo noticiário brasileiro da atualidade. Inúmeros processos de investigação em curso e diversos condenados.
Também assistimos denuncias, afastamentos dos cargos feitas de forma espalhafatosa sem processos concluídos, ou seja condenados antes de julgados. Em alguns casos, foi noticiado posteriormente, sem as mesmas manchetes, que de fato não havia elementos para condenação. Tais situações levam à hipótese de uso da metodologia do controle burocrático para realizar perseguições políticas. Esse seria o pior dos mundos. Se não bastasse as inseguranças e incertezas já naturais do complexo processo de legalização do gasto público, a eventual interferência da velha política dos coronéis, nefasta à democracia, no limite, nos conduzirá para a ditadura, posto que somente alguns se disporiam para o exercício de atividade pública. E nesse tempo deixaria rastro enorme de vítimas, interesses escusos atendidos e segmentos da população desatendidos.
Nessa última semana veio à tona o caso de Vargem Alta onde seu prefeito sempre gozou de alta credibilidade. Vamos acompanhar com muita atenção este caso. Uma liderança com tamanha expressão não pode ser destruída por conta de um ambiente marcado de emaranhados legais e muito menos por uma eventual e simples perseguição política. Diante da perplexidade de todos é importante conhecer mais profundamente as alegações. Vamos começar ouvindo o Prefeito Bosquinho em vídeo acessível em https://www.sendspace.com/file/ivxylr