1. capa
  2. Negócios
  3. Economia
  4. Política
  5. Ambiental
  6. Cidades
  7. Opiniões
  8. Cultura
  9. Oportunidades
  10. vídeos

Um Ano Com Lugar Certo na História

enviar por email

21/12/2015

Por: Guilherme Henrique Pereira*

2015 foi pródigo em acontecimentos com repercussões globais. Já trouxemos do ano anterior a maior operação de caça aos corruptos da república. A “ Lava a Jato “ e, mais adiante a operação “Zelote“,  marcaram todos os meses com prisões e condenações de empresários e políticos até então considerados acima de qualquer suspeita.  Tarefa ainda inconclusa que continuará em 2016.

Ano inicial do novo mandato da Presidente Dilma com muitos problemas. No plano jurídico, as contas de campanha aprovadas, mas houve um pedido de investigação com vistas a apurar possíveis irregularidades de uso do poder econômico, colocando uma espada sobre o mandato. 

Em outro processo, a prestação de contas de seu último ano de governo recebe parecer do Tribunal de Contas pela não aprovação, outra espada sobre a cabeça até que o Congresso, responsável pela apreciação final se pronuncie. O Motivo do parecer contrário, é o fato dos bancos oficiais, agentes de programas do governo, terem realizado pagamentos aos beneficiários antes de receber o repasse do Tesouro nacional. Operação apelidada de pedalada fiscal. 

No plano econômico, as conseqüências de descontroles anteriores com o gasto público e com o represamento dos preços da energia e gasolina. Sendo obrigada a autorizar elevadas correções, gerou sustos com  piques na taxa mensal de inflação. Desnorteada, aceita a elevação das taxas de juros, ampliando ainda mais as despesas financeiras e, portanto, o déficit nominal. Para muitos, a presidente abandonou a linha de política esperada dela para adotar um ajuste conservador que só aprofundou a crise, o desemprego e colocou os assalariados – que conseguiram manter o emprego - para pagar a conta. Tudo isso, somado a um cenário internacional pouco favorável, mergulhou o país em queda do PIB. Um ambiente propício para os opositores  levantarem a bandeira do impedimento. Para os defensores, apenas uma tentativa de golpe, posto que pedaladas também foram praticadas em governos anteriores ou mesmo pelo Vice em momentos que respondeu pela presidência. 

Tudo muito confuso, porque o responsável por abrir, ou não, o processo de julgamento passa por várias investigaçõesque seriam conseqüências de sua  atuação como lobistas de ações ilegais de várias empresas. Também com processo de investigação em andamento, o presidente do Senado,instituição que julgará a Presidenta, caso o processo seja admitido. Enfim, chega-se a conclusão que o Tribunal Superior de Justiça deve opinar sobre o rito, atraso que levará tudo para 2016. De outro lado, o mais cínico da história da república consegue todas as manipulações para obstruir o andamento do processo contra si, que também ficará para 2016.

Tanto nos planos econômico e político, lamentavelmente, o ano de 2016 iniciará contaminado. Poderá acontecer, ou não, o impedimento. Em qualquer caso, um dos lados sairá fortalecido, para tocar o barco até 2018, mas, a crise não se resolverá porque ela é fruto de elementos estruturais. Ainda sem luz no fim do túnel para a cisão presente na sociedade brasileira.

As grandes levas de emigrantes em direção à Europa, em condições precárias, com muitas mortes, consterna o mundo e traz muitos problemas para as sociedades do velho mundo. O ataque terrorista a Paris com dezenas de mortes, coloca o planeta em alerta e acirra ainda mais os conflitos supostamente étnicos, religiosos e culturais.

A tragédia provocada pela Samarco, Vale e BHP Biliton – cujo marketing foi bastante eficiente,levando as grandes empresas jornalísticas a falarem agora em “desastre de Mariana” – provocou repercussões em todo o mundo, tanto pelo seu incrível rastrode destruição, quanto por se tratar de empresas gigantes globais. A lama da Samarco, fechará o ano com suas cores ainda visíveis em todo o Vale do Rio Doce e nas águas costeiras do Espírito Santo. Por outro lado, ficará ainda invisível os acordos com moradores de Bento Rodrigues e do Vale do Rio Doce para a reparação dos danos sofridos. Também ainda não são conhecidos os novos planos de emergência para barragens restantes e, principalmente, as propostas para recuperação do imenso estrago na flora e fauna. Pendências que também ficarão para o próximo ano.

No plano institucional, a ONU, por intermédio de seu Programa para o Desenvolvimento (PNUD), divulgou o novo índice de desenvolvimento humano (IDH) calculado para 176 países. O foco deste ano é o Trabalho Como o Motor do Desenvolvimento Humano, tema que condiciona as análises do relatório. 

No IDH o Brasil praticamente não avançou. Mas a mensagem preocupante diz respeito ao seu elevado grau de desigualdade na distribuição da renda, fato que coloca dificuldades para a sua sustentabilidade. Mais informações podem ser obtidas em outra matéria desta edição sob o título Índice de Desenvolvimento Humano: 2015.

Talvez a melhor notícia, em âmbito global, tenha sido a Conferência de Paris para discutir a problemática das mudanças climáticas. Historicamente significativa por conta da assinatura de uma acordo, embora com avanços ainda pequenos. O estabelecimento de metas de redução de emissões para limitar o acréscimo de temperatura em 1,5 grau e a definição de um fundo de US$ 100 bilhões para apoio aos países menos desenvolvidos. De qualquer modo, é provável que este seja, até agora, o terceiro passo mais importante dado em conferências internacionais sobre o tema.  

Vamos relembrar: Na conferência de 1972 o Clube de Roma apresentava projeções alarmantes, demonstrando que havia limites para o crescimento da produção, particularmente industrial. Era necessário limitar o crescimento. E quais países o fariam? Aqueles ainda não industrializados? Isso imporia uma condenação para milhões de pessoas à exclusão do progresso técnico e de melhorias de qualidade de vida. Claro que era uma proposta inaceitável para a maioria dos países, o desenvolvimento tem que ser para todos.  O crescimento não pode ser tratado como um conceito isolado de outras dimensões da vida. É na Conferência Rio 92  que se avança para o conceito de que desenvolvimento deve ser sustentável, termo que significa levar em conta as dimensões da inclusão social, ambiental e de crescimento. Agora, Paris-2015, quando finalmente se tem um acordo.

No Espírito Santo, início de um novo governo com forte marketing de desconstrução do anterior, mas, com total paralização em obras e serviços importantes para a população. Sequer apresentou um plano de governo. De quase uma marca na política capixaba, chega ao final do ano sem o mesmo brilho e aplausos em eventos. Ao contrário, as vaias passaram a ser freqüentes, fechando o ano com estudantes ocupando colégios por conta da falta diálogo. 

Assim, caminhamos para 2016. Feliz Natal!!!

*Professor, Doutor em Ciências Econômicas

Os Desafios e as Oportunidades do Descomissionamento Offshore

Estágio essencial e estratégico na indústria de óleo e gás, fase pode proporcionar uma plataforma ideal para a adoção de tecnologias...


Porandubas Políticas

I.N.R.I. - Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum...


ArcelorMittal Inicia Operação Inédita de Transporte de Bobinas de Aço com Caminhão 100% elétrico

Ainda este ano, empresa deve implementar mais quatro caminhões na frota e avançar na sua estratégia de descarbonização...