A legislação municipal de Vitória está estabelecendo severas punições (pesada multa) para aqueles apanhados em flagrante pichando paredes da cidade.
Já disse por aqui. Lá no meu São Mateus, na casa em que morei, na rua Dr. Moscoso, nº 13, no quintal funcionava o famoso “trono” (privada), ficava distante uns 20 metros da casa, era um barraco de madeira, mais ou menos uns três por três metros, pé direito equivalente à largura e, ao lado do “trono”, tinha uma espécie de um console, mais ou menos do tamanho de um jornal dobrado ao meio, onde se assentavam periódicos diversos, para a distração dos freqüentadores da célebre “casa de força”, como é chamado tais reservados pelo caro amigo Marcelo Bethônico. Num desses periódicos, nada mais, nada menos do que um almanaque de propaganda de produtos farmacêuticos, trazia uma quadrinha que exprimia bem nossas leis e a impressionante justiça que temos: “São desgraças do Brasil/ este paraíso louco/ Leis que são umas pérolas,/ Formiga, ferrugem, mofo...”
Os nossos legisladores são uns pândegos. Quem quiser se dar ao trabalho de compulsar os livros ou mesmo periódicos que retratam os absurdos, vai encontrar pérolas,como a lei que proíbe saleiro na mesa dos restaurantes. Você, leitor, já imaginou se cada vereador, cada deputado federal ou estadual, senador e outros artistas consumidores vorazes dos recursos públicos, se todos eles se conscientizassem de que o dinheiro que torraram sai do meu, do seu, do nosso bolso?
Não adianta fazer leis se não tem quem obrigue ao cumprimento delas. Não adianta ter lei punindo pichadores se não existe um processo fiscalizador eficiente.
Em Cingapura, um jovem americano, desses que pensam que são donos do mundo, foi apanhado pichando um monumento. Lá, o pichador, além de uma prisão por 30 dias, tem que descer as calças em praça pública, botar a bunda à mostra e levar 32 chibatadas. Aquele espetáculo é anunciado como se fosse uma corrida de toros pelas ruas de Pamplona ou outras da Itália e da Espanha, onde é costume, formado pela tradição dos povos. O jovem americano apanhado pichando o monumento mereceu um apelo do então presidente Bill Clinton ao governo de Cingapura, para que prendesse o jovem e o deportasse, mas não o levasse ao espetáculo público das 32 chibatadas. O governo atendeu ao presidente americano em parte. O jovem permaneceu os 30 dias na prisão, foi levado à praça pública para as chibatada e, ao invés de 32, levou apenas 30 e foi deportado em seguida.
Um aviso aos pichadores: não deixem ser apanhados na Alemanha, no Japão, na Tailândia, Cingapura e no Uruguai. Vamos ver quando no Brasil o respeito ao bem público ou privado seja implementado.