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Falta de Pressa

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29/07/2016 - por Gutman Uchôa de Mendonça

Com a queda da laje da área de lazer do Grand Parc Residencial, na Enseada do Suá, em Vitória e o anunciar por autoridades que os moradores deverão voltar (se voltar) às suas residências só daqui há   seis meses, cabem o direito de indagar: de onde vem a incompetência para demorar tanto em se apurar um desabamento por imperícia de construção, aliada a cálculos estruturais mal feitos?

Imaginemos um terremoto no Japão ( ou até mesmo no Brasil), onde as vezes centenas de pessoas morrem, dezenas de casas são destruídas, pontes, elevados etc. Se tal fato acontecesse no Brasil quantos anos seriam necessários para remover escombros e colocar o país em funcionamento?

Não sei como avaliar se essa propalada demora . Se levantar as causas do acidente está associada à falta de gente competente e com raciocínio rápido de avaliação, ou se a maldita burocracia?

Incontinente, imediato à  tragédia, grupos de operários deveriam ser convocados para retalhar a laje que desabou em pedaços, compatíveis à capacidade dos guindastes disponíveis para a remoção e aí, avaliar-se as causas do acidente para responsabilizar culpados.

Recentemente ocorreu uma tremenda tragédia ambiental, atingindo os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com a queda de barreiras para acumulação de rejeitos de mineração, de propriedade da Vale e da Samarco, no município de Mariana, Minas. Quem conhece a região onde se situam as lagoas de rejeitos de mineração, em Minas Gerais, pode avaliar que estamos sujeitos a sucessivas tragédias, porque na região existem cerca de setenta ou mais lagoas de armazenamento de rejeitos que, com chuvas fortes, intermitentes na região, podem provocar desastres ainda maiores, devido a falta de fiscalização. 

O desastre com o desabamento do Grand Parc Residencial, em Vitória, embora tenha matado uma pessoa, está restrito, para felicidade geral a uma laje da área de lazer que, ao que parece, não foi devidamente dimensionada, estruturalmente, para suportar o peso que recebia. Não é um negócio fabuloso, fantástico, de repercussão, para se pregar a vistoria em todos os prédios do Estado, num atestado eloquente à desconfiança generalizada nos engenheiros especializados em cálculos estruturais. O acidente do Grand Parc é possível acontecer um  fato dentre um milhão de prédios construídos naquelas dimensões.

A procrastinação ou a embromação  para se elaborar um laudo tão inexpressivo, de se precisar chamar um “sábio” de fora, nos parece de uma pequenez constrangedora.

FONTE: JORNAL A GAZETA

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