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Um Debate e Muitos e Equívocos

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08/09/2015

Há alguns anos que, vez por outra, retoma-se o debate sobre o ensino de nível superior estadual. Deve ou não o governo estadual oferecer ensino de nível superior? Mesmo não sendo especialista no tema, o que mais me chama a atenção é a superficialidade quando não a absoluta falta de fundamentos dos discursos apresentados pelos dois lados do debate. 

Para não ficar livre a interpretação sobre qual é meu lado, esclareço desde logo que sou a favor do investimento público e privado, cada qual com sua missão, em todos os níveis de formação.  No Espírito Santo de hoje, há espaço para consolidação e crescimento do ensino privado e há uma missão muito especial para o ensino público.  Mas antes de avançar nesta tese, verifiquemos primeiro os argumentos até agora mencionados. 

Do lado a favor há pouco a se comentar. Apenas defende-se vagamente, colocando o fato óbvio de que é importante e os demais estados o fazem. Não esclarece  qual profissional precisa formar.  Com formação  para a pesquisa e desenvolvimento tecnológico?  Ou, profissional para fazer rodar nossas indústrias e obras? Vinte anos atrás a proposta de espalhar faculdades públicas pelo interior ainda era defensável. Não havia UFES em São Mateus e em Alegre (como é hoje); Não havia a rede IFES e não era pujante, como hoje é, o ensino privado turbinado pelo programa de bolsas do Governo estadual. 

Do lado contrário os argumentos são ainda mais surpreendentes. Em primeiro lugar, porque em um país onde apenas  cerca de 15% da população em idade própria está matriculada no ensino superior, enquanto em países de mediano desenvolvimento este percentual gira em torno de 40%, ser contra à expansão do ensino superior deixa a impressão que esconde alguma tese inconfessável.  Todos sabemos que a distribuição de renda no Brasil não é das melhores, portanto, cabe ao ensino público gratuito resolver o nosso atraso quantitativo. Também caberá ao ensino público gratuito e diurno cumprir a missão de formação de pessoal para o desenvolvimento da ciência e da inovação tecnológica.  

Outro argumento equivocado é de que cabe primeiro investir no fundamental, no médio e só depois no superior. Esquecem que educação é um processo que se desenvolve em um sistema educacional. Não é possível desenvolver uma parte depois outra. Como melhorar ou ampliar os ensinos fundamental e médio sem profissionais de nível superior?  Na chamada era do conhecimento, como rodar os negócios sem pessoal de nível superior? Esquecem ainda que o maior aliado do aprendizado é a família.  Como cobrar desempenho dos brasileiros nas avaliações internacionais da qualidade do ensino se a maioria absoluta dos pais têm apenas o nível fundamental? 

O Espírito Santo é  um dos poucos que não oferecem ensino de nível superior, os outros fizeram, mas a qualidade não é boa, daí o certo é não gastar dinheiro com isso. Neste argumento percebemos apenas  arrogância, pois sugere que a maioria está errada, apenas os capixabas são inteligentes porque até agora não investiram no ensino superior.  Além disso não é verdadeiro, pois temos universidades estaduais de excelente qualidade e por coincidência estão nos estados mais desenvolvidos do país. O debate honesto não seria  perguntar qual foi o papel de tais universidades no desenvolvimento destas regiões? Por que não pesquisamos se eles são os mais desenvolvidos por que investiram no ensino superior? Estar entre as  exceções como provedor do ensino superior não é definitivamente merecedor de elogios, mas, hoje pode ser uma vantagem porque temos muitos exemplos de modelos e podemos utilizar muitas experiências para desenvolver o melhor para nosso atual período histórico. Este é o debate.

“O ensino superior custa muito caro”. Um dos contrários citou um número qualquer: deve custar R$ 200 milhões.  Como saber o custo sem conhecer o projeto. Com 100 doutores é possível atender ou ficar muito próximo do que nós precisamos hoje.  Fazendo as contas para uma instituição deste porte, chega-se a um valor em torno de R$ 35 milhões por ano como custo total estimado. Então podemos dizer que ensino superior não é assim tão caro e é por isso que quase todos governos estaduais já o fazem para o bem de seus jovens e de seu desenvolvimento socioeconômico. 

O ensino privado atende toda a demanda. Outro argumento fora da realidade porque temos apenas cerca de metade das matrículas necessárias para nos incluir no grupo daqueles que exibem bom indicador de desenvolvimento.  No nosso ensino médio estão matriculados cerca de 54% dos jovens entre 15 e 17 anos, levando a uma baixa demanda de ensino superior. Este gargalo também precisa ser resolvido A eventual sobra de vagas nas faculdades é uma indicação de que muitos não têm renda suficiente para pagar a mensalidade, além do que só há excesso de oferta de vagas nos cursos mais simples do ponto de vista do investimento e do custo de manutenção. Tais cursos, em geral, são noturnos para permitir que o jovem possa trabalhar e estudar à noite. Quase impossível um bom resultado nos cursos mais complexos com alunos e professores trabalhando em terceiro expediente  e sem disponibilidade para as leituras e trabalhos de pesquisa que caracterizam a rotina dessas carreiras profissionais.

O Espírito Santo é pequeno em população, território e representação política.  Mas poderá destacar-se explorando a produção e aplicação de conhecimento para geração de negócios especializados.  O debate deve nos conduzir a identificar estes temas: biotecnologia, energia, recursos marítimos, eletrônica? Formação de pessoal para a pesquisa e desenvolvimento tecnológico em temas específicos é a missão de um ensino de nível superior  público no Espírito Santo contemporâneo. Uma instituição temática, enxuta e radicalmente especializada para ser capaz de atender as necessidades do desenvolvimento regional. Todos sabemos que o Governo Estadual é o único provedor possível para uma instituição com este objetivo. Todos que trabalham com a problemática do crescimento econômico e social sabemos que este é o instrumento de maior efeito na sua promoção.  

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