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Super Filmes

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18/02/2016

Não estamos tratando aqui de superproduções de orçamentos maiores que muitos países possuem para o ano. Estamos tratando dos filmes cuja temática são os super-heróis.

O que seria de nós, nesse planeta entre as órbitas de Vênus e Marte, se não fosse um ser indestrutível, que vive secretamente entre nós no dia-a-dia, e que surge oportunamente para expulsar vilões vindos do espaço com armas desintegradoras ou para destruir monstros que, além de grandes e agressivos, soltam raios laser pelos olhos e pela boca? Ou então, para combater um supervilão capaz de dizimar toda a população de um país para ter espaço para construir sua mansão?

Mas a maior missão mesmo de um super-herói é, sem dúvida alguma, enriquecer donos de estúdio!

Os super-heróis revelam nossa vontade de vencer obstáculos que nos parecem impossíveis dentro da nossa pele humana e mortal, ao mesmo tempo de que sonhamos ser os salvadores da pátria, enquanto antes éramos reconhecidos como incapazes. Um exemplo, podemos ver nas histórias em quadrinhos antigas do médico Dr. Donald Blake, que, perseguido por extraterrestres superfortes (a palavra “super” será bem repetida nesse texto, adiantamos logo!), provenientes de Júpiter. Fraco e aleijado, se refugia numa caverna onde encontra um cajado que substituiria sua muleta e, ao encostá-lo no chão, se transforma no todo-poderoso Thor, o deus do Trovão, dizimando todos os invasores com marteladas e raios. Antes mesmo da criação de Thor, tínhamos o pacato, pequeno, magro, tímido e também aleijado Billy Batson, que, quando grita “Shazam”, se transforma, com um raio, num sujeito duas vezes maior e invulnerável. Quem de nós nunca se sentiu, em alguma fase da vida, um Donald Blake ou Billy Batson, podendo se transformar naquele ser que resolve as coisas com um só golpe?
 
As histórias em quadrinhos se tornaram, assim, uma febre. Várias correntes de heróis fantásticos surgiram, e alguns nomes como Lee Falk, Jack Kirby, Bob Kane, Joe Shuster ficaram famosos. E hoje ainda temos outros autores de sucesso, como Frank Miller, John Byrne, Chris Claremont e muitos outros.

Por isso, o cinema não poderia perder esse nicho lucrativo de maneira alguma. Mas, no início, veio um problema: quem antes ia ao cinema queria assistir filmes, digamos, sérios. Super-heróis seriam para a garotada, menos exigente com coerências e que aceitariam, até exigiriam, exageros implausíveis. Companhias cinematográficas como a Columbia não perderam a oportunidade para fazer filmes baratos e que não atraíam pais de crianças. Mesmo assim, a garotada viu Kirk Alyn encarnar Superman pela primeira vez. Lógico, o filme teve sequências e a RKO logo preparou mais de cem episódios mostrando George Reeves descendo à terra com as nuvens inclinadas no mesmo ângulo de voo para salvar sua namorada, uma irritante Lois Lane.

Mas o sucesso parou aqui! O cinema a partir da década de 1960 veio a ficar chato, monótono. Fora honrosas exceções como James Bond e algumas boas comédias, a garotada foi esquecida e passou a assistir mais a TV, principalmente ao seriado Batman, com um elenco fabuloso que incluía Cesar Romero e Burguess Meredith e efeitos especiais simples, mas convincentes. Tinha também o que foi chamado de “desenho inanimado”, dos heróis da Marvel. Não houve quem não gostasse!

A reação veio pelas mãos de um time de respeito: Richard Donner, Alexander e IllyaSalkind, Marlon Brando, Glenn Ford, Gene Hackman, John Williams e Mario Puzo. Com os novatos Christopher Reeve e Margot Kidder, que não decepcionaram, fizeram um Superman convincente com uma das cenas mais emocionantes da história do cinema. A plateia veio abaixo quando Lois Lane sofre um acidente de helicóptero e, quem a salva?
 
E parou aí. Outros filmes de Superman não geraram tal impacto como o primeiro, ganhador, inclusive, do Oscar de Melhores Efeitos Visuais.

Os filmes de super-heróis voltaram à fama com Batman de Tim Burton. Outro filme com um elenco para ninguém botar defeito, tão bem feito que o roteiro irregular, gótico como o próprio personagem, e a paisagem onde circulavam se tornaram secundários! Com o comediante Michael Keaton, cuja escolha foi muito criticada, mas que veio a se mostrar acertada, tinha Jack Nicholson, num desempenho fantástico, mais Kim Bassinger e outro peso-pesado: Jack Palance. Um filme perfeito em muitos aspectos, e com uma sequência de mesmo calibre, onde aparecem, em papéis inesquecíveis, Christopher Walken, Danny De Vito e Michelle Pfeiffer. E parou aqui! Outros “Batmans” surgiram, na pele dos bons atores Val Kilmer e George Clooney, mas sem o mesmo sucesso! A aceitação retornou com a trilogia de Christopher Nolan, colocando o excelente Christian Bale na frente, com um reforço de primeira: Michael Caine, Morgan Freeman, Gary Oldman e uma pá e uma enxada de outros excelentes atores. Sucesso total!

Mas, voltando ao tempo, um problema veio com os filmes da Marvel. Apesar dos quadrinhos fazerem mais sucesso que os da DC Comics, do Superman e Batman, os filmes não emplacavam! Capitão América, por exemplo, em 1990 protagonizou uma coprodução americano-iugoslava que veio a ser um dos piores filmes já passados na tela. Quem assiste a um filme desses precisaria de coragem para assistir a ótima sequência de agora! Mas, houve situação pior! Em 1977, fizeram um Homem Aranha que, ao escalar uma parede, erra a mão e se apoia no céu! Era um painel fotográfico enorme, onde o ator se locomovia! Horrível! 

Em 2002, o diretor de filmes de terror Sam Raimi montou uma trilogia mais que assistível. Na verdade, maravilhosa, com bons atores e efeitos especiais maravilhosos.

Pouco antes mesmo do primeiro Homem Aranha, Bryan Singer havia nos brindado com a saga X-Men. Ele também filmou, mais tarde, o “SupermanReturns”, mas foram os mutantes do Professor Charles Xavier que encantaram e nos encantam até hoje. Personagens da Marvel que cruzam seus caminhos, ocasionalmente, com o Homem Aranha, Capitão América, Thor, Homem de Ferro e outros podem ainda surgir no cinema, e, seguindo a filosofia da Marvel de dar a maior coerência possível entre os personagens, podemos esperar que, num encontro desses, os mesmos atores serão mantidos – atores esses que estão se adaptando bem aos papéis, nada fáceis de serem interpretados nessa nova leva de roteiros complexos e inter-relacionados.

Falemos do super-herói da moda de hoje: Deadpool. Esse filme, com a interpretação perfeita de Ryan Reynolds, inclusive um dos responsáveis pelo filme ter saído, não é para crianças pequenas. É para crianças grandes! Recheada de palavrões, frases de duplo sentido e demonstrando um caráter diferente do que a cartilha dos super-heróis manda, somente o entende quem lê muitas histórias em quadrinhos e conhece bem os X-Men e, ainda, assiste aos filmes! Ryan Reynolds foi o autor da maioria das bobagens ali colocadas, inclusive dando graça ao fato dele já ter feito o Lanterna Verde no cinema, da DC Comics.

Podemos dar nota máxima à interpretação de Ryan Reynolds, mas o mesmo não podemos dizer do filme. Com orçamento cortado (e o roteiro não esconde isso!), é um filme para iniciados. Se quiserem atrair uma nova legião de fãs de super-heróis, Deadpool não é o filme mais adequado. Mas para os aficionados, há garantia de boas risadas!A direção do Tim Miller é boa, quase mágica. Esse diretor se revelou com a sequência de abertura de “Thor: O Mundo Sombrio”.

Na atuação, encontramos também uma surpreendente Morena Baccarin, uma bela carioca que já trabalhava na boa saga televisiva Firefly.
 
Vale a pena assistir a Deadpool? Claro que vale. Mas não espere o impacto que a mídia e as redes sociais anunciam.

Fonte de pesquisa: Wikipedia, Cultura Pop a Rigor, IMDB
 

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