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Nobel de Economia

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15/10/2015

Da Redação

The Royal Swedish Academy of Sciences decidiu conceder The Sveriges Riksbank Prize in Economic Sciences in Memory of Alfred Nobel for 2015 para Angus Deaton Princeton University, NJ, USA   “por suas análises do consumo pobreza e bem-estar.”

Foi assim que começou, no último dia 12 de outubro, a comunicação sobre o ganhador do prêmio Nobel de Economia 2015. Em anos recentes o prêmio foi dividido para dois ou três pesquisadores. Neste ano, repete-se a novidade de 2014, concedendo-o a único pesquisador. No mais, sem novidade marcante pois a tradição de evitar os chamados economistas heterodoxos permaneceu como característica principal dessa premiação, apesar de grandes nomes e contribuições significativas.

Na sequência, o comunicado apresentou o trabalho de Deaton, ou o que foi considerado dele pelos julgadores na decisão da premiação: “ para formular políticas que promovem o bem-estar e reduzem a pobreza, devemos primeiro entender as escolhas individuais de consumo. Mas que qualquer outro, Angus Deaton evidenciou esse entendimento. Relacionando escolhas individuais detalhadas e produtos agregados sua pesquisa ajudou a transformar os campos da microeconomia, da macroeconomia e da economia do desenvolvimento.”

O trabalho que o torna merecedor da honraria se desenvolveu em torno de três  questões centrais: 

Como os consumidores distribuem seus gastos entre diversos bens? Reposta para essa pergunta não é apenas para entender  e prever o padrão de consumo,mas crucial para saber como mudanças de políticas de impostos poderá afetar o bem-estar de diferentes grupos.  As primeiras versões, por volta de 1980, do Almost Ideal Demand System já continha um método simples de estimar como a demanda para cada bem dependia dos preços dos outros bens e da renda individual. Este enfoque com seus aperfeiçoamentos posteriores se tornaram ferramenta usual tanto na academia como nos ambientes de formulação de políticas.

Quanto da renda da sociedade é gasto e quanto é poupado? Para explicar a formação de capital e magnitude dos ciclos econômicos é necessário entender as interferências entre renda e consumo no tempo. Deaton demonstrou que as teorias conhecidas das funções individuais de consumo, como as de Friedman ou Modigliani,  não explicam adequadamente as atuais interrelações,se o ponto de partida for os agregados renda e consumo. Essa pesquisa demonstrou claramente que para desembaraçar o entendimento do comportamento dos agregados a análise do consumo individual é a chave.

Como fazer nossa melhor análise da pobreza e do bem-estar? Nessa mais recentes pesquisas Deaton trouxe luz sobre como as medidas dos níveis de consumo das famílias podem ser usados para explicar mecanismos subjacentes ao desenvolvimento econômico. Suas pesquisas revelaram importantes armadilhas existentes nos estudos atuais sobre a extensão da pobreza ao longo do tempo ou em diferentes lugares. 

Por último, pode ser observado, que parece, mais uma vez, que  ganha destaque as pesquisas relacionadas ao entendimento do fenômeno inerente ao sistema de produção de ampliar a pobreza. Resta compreender se é apenas um fenômeno midiático – a la Thomas Piketty -ou um real interesse de construir mecanismos de mitigação.

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