Da: Redação*
São Paulo – (03.02.2018) - O grupo Heber, da família Bertin, pretende pagar seus credores com o que conseguir levantar na venda da concessionária que administra os trechos Leste e Sul do Rodoanel de São Paulo, a SPMar. Trata-se do ativo mais valioso do grupo, que também é dono de uma construtora, entre outras empresas. A venda da administradora do Rodoanel é a base do primeiro plano de recuperação judicial formulado pelo grupo, que deve cerca de R$ 8 bilhões.
O documento, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, propõe que o recebido com o leilão da SPMar vá diretamente para o pagamento dos credores. Sugere ainda que as dívidas acima disso sejam perdoadas. A Caixa é a principal credora do Heber, com quase R$ 3 bilhões a receber. O grupo não apresentou no plano estimativa sobre quanto deve levantar com a venda da concessionária do Rodoanel. A idéia é que o leilão ocorra em até 24 meses após a aprovação do plano.
A proposta de reestruturação do Heber ainda deve sofrer alterações até que seja de fato levada à votação em assembleia de credores em alguns meses. A modelagem dessa primeira versão, porém, deve servir como base para as negociações a partir de agora. O Heber entrou em recuperação judicial em agosto do ano passado. Foram incluídas dez companhias do grupo no processo - entre elas, a própria concessionária do Rodoanel. Os negócios da família Bertin estão em crise há alguns anos. Endividada e sem dinheiro para arcar com os altos investimentos demandados no Rodoanel, a crise se agravou.
No ano passado, o Banco Fibra entrou com pedido de falência da Contern, uma das empresas do grupo, precipitando o pedido de recuperação judicial.O grupo é representada no caso pelo escritório Thomaz Bastos, Waisberg e Kurzweil.Os Bertin controlavam um dos mais importantes frigoríficos do País até que, por dificuldades financeiras, o negócio foi vendido à JBS.
O grupo decidiu então apostar no setor de infraestrutura, com investimentos em termoelétricas e lances em dois dos projetos mais cobiçados do País à época: a usina de Belo Monte e o Rodoanel. As térmicas não saíram do papel, e o grupo acabou deixando Belo Monte. Procurados, grupo Heber e Caixa não quiseram comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Grupo Infinity
A Justiça de São Paulo decretou em julho de 2017, a falência do grupo sucroalcooleiro Infinity Bio Energy, do empresário Natalino Bertin, condenado por lavagem de dinheiro pela Lava Jato. Uma das usinas que pertenciam à companhia era a Cepar (Central Energética Paraíso) que possuía instalações em São Sebastião do Paraíso. Durante a tentativa de recuperação judicial, a unidade passou a ser controlada por credoras que anunciaram um plano de reestruturação, mas que não chegou a ser viabilizado.
Entre os credores do Infinity está o Banco do Estado do Espírito Santo – Banestes que emprestou em 2007, R$ 57 milhões para que a empresa adquirisse usinas de etanol em 2007. O Banestes não conseguiu receber ainda, nenhum tostão dos R$ 57 milhões. Quem sabe neste processo o banco seja beneficiado.