Disputou o Campeonato Capixaba de 1964, 66 e 67. Foi bi-campeão Colatinense de 1956-57 e realizou a maior venda de jogador na história do ES.
Por: Paulo César Dutra
O Vila Nova Futebol Clube foi um time de futebol de campo fundado no dia 2 de agosto de 1935 no município de Colatina, no Estado do Espírito Santo, no Brasil. Ele recebeu este nome em homenagem ao bairro da cidade onde foi criado. Ano que vem, se estivesse mantido, estaria completando 85 anos. Foi até 1968, uma equipe muito tradicional no Estado, com vários títulos no futebol amador de Colatina que era um dos mais fortes do Espírito Santo. Na história do time existe a venda do atacante Pelé por Cr$ 20 milhões (cruzeiro moeda da época) para o Rio Branco, de Vitória, a maior transação no esporte capixaba, nunca superada até hoje, na história do Estado. Pelé no Rio Branco ganhou outro nome, “Silva”.
O time disputou a Série A estadual por 3 vezes, 1964, 1966 e 1967. E também venceu os títulos da Liga Colatinense de Desporto de 1956 e 1957. A Liga era recheada de clube fortes como o Atlético Colatinense, a União Atlética Colégio Estadual de Colatina - UACEC, o América, o São Silvano, o São Vicente, o Cruzeiro, o Marilândia e o América de Marilândia. Segundo os especialistas, nos anos 1950, o campeonato da Liga era melhor de que o Campeonato Estadual do Espírito Santo.
Em 1956, o time do Vila Nova, conquistou seu primeiro títulos da Liga Colatinense de Desporto diante do UACEC (time formado por estudantes do Colégio Estadual Conde de Linhares). O jogo realizado no Estádio Justiniano de Mello e Silva, no bairro Avenida Rio Doce, teve clima pesado, desentendimentos dentro e fora de campo. Mas dando espaço apenas para o futebol o Vila Nova levou a melhor e com gols de Jair e Waltinho venceu o UACEC por 2x1 que descontou com Eldir. Porém, a rivalidade entre Vila Nova e a UACEC ganhou seu capítulo mais polêmico após o fim da competição em 1956. Os jogadores do UACEC, formados em sua maioria por estudantes, acusou o Vila Nova de subornar o árbitro para levar a vitória e o título daquela competição.
A diretoria do Vila Nova se defendeu afirmando em nota veiculada nos jornais da cidade, que o mais antigo clube da cidade e um dos mais tradicionais do estado, havia vencido o jogo de forma regular, e que inclusive dirigentes dos demais clubes, prestam aos dirigentes atacados a sua solidariedade, a qual merecem todos aqueles que se sacrificam pondo muitas vezes em jogo sua moral em defesa da missão do esporte.
A nota destacava também que os jogadores do Vila Nova se dedicaram ao trabalho e não se prevaleceram da situação, a fim de tornar-se parasitas do clube. Antes de tudo foram esportistas que amaram as cores da camisa que defendem. Por isso são merecedores de admiração dos bons desportistas.
Em 1957, o Vila Nova chega a final do campeonato da Liga como favorito e mais uma vez a UACEC seria o rival a ser batido. A partida disputada no Justiniano de Mello e Silva foi mais calma que a de 1956. O único momento polêmico foi na anulação de um gol da UACEC muito reclamado pelos "uacequistas". O Vila Nova que não tinha nada a ver com isso marcou seu gol e ainda contou com o goleiro Luizinho Prest seu guarda metas que defendeu uma cobrança de pênalti aos 16 minutos da 2ª etapa. Didi foi artilheiro do título. O Vila Nova que venceu por 1x0 e sagrou-se campeão da Taça Raul Giubert com : Luizinho, Feitiço, Domingos (Domingão), Manteiguinha, Ailton, Meio Quilo, Índio, Didi (Valtinho) Jairzinho, Tadeu e Macumba. Plantil era o treinador.
Esse bom desempenho em competições amadoras na Liga Colatinense de Desporto deu confiança e força ao Vila ir para a disputa do estadual de futebol. A equipe disputou a Série A em 1964, 1966 e 1967, sempre fez campanhas tímidas. O que acabou marcando mesmo o Vila Nova foi a goleada histórica de 10x1 sofrida para a Desportiva Ferroviária no estadual de 1965 no Estádio Engenheiro Alencar Araripe. Esta foi a segunda maior goleada da equipe grená, contra times de Colatina, só perdendo para os 11x0 no São Silvano.
O último presidente do time do Vila Nova, foi o empresário Geraldo Pereira, dono da Rádio Difusora de Colatina. Era uma pessoa muito respeitada no futebol colatinense, com várias contribuições ao esporte local. Montou uma equipe forte, nível técnico excelente. Mantinha uma base forte com jogadores da cidade além de mais 17 jogadores de outros estados brasileiros. Procurava adaptar as técnicas mais modernas da época, treinava em dois expedientes, concentrava seu time nos mesmos moldes que as grande equipes e por sinal, uma concentração com todos os meios e facilidades para os jogadores. E foi Geraldo Pereira que vendeu o atacante Pelé por Cr$ 20 milhões (cruzeiro moeda da época) para o Rio Branco, de Vitória,onde o jogador passou a ser chamado de “Silva”.
Em 1967, o Vila Nova jogou a última partida como time profissional.