Por: Redação
A Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce) se reuniu na tarde de ontem, quarta-feira, 24, na presidência da Assembleia Legislativado Espírito Santo - ALES. Além da presidente do colegiado, a deputada estadual Celise Laviola (PMDB-MG), e os deputados capixabas Luzia Toledo (PMDB) e Dary Pagung (PRP) receberam o diretor do Departamento de Saúde Ambiental da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Victor Mosquera, que foi assessorado pelo superintendente regional da Funasa no Estado, o engenheiro Nilton José de Andrade.
Durante a reunião, que contou ainda com a presença do presidente do Fórum Capixaba dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Espírito Santo, Elio de Castro, entre outros convidados, o diretor da Funasa apresentou resultados sobre a atuação do órgão no desastre de Mariana.
“Começamos a fazer a análise das águas, deslocamos técnicos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo para que fosse feito levantamento do tamanho desse desastre. Nosso objetivo é a captação de água para consumo humano e a análise dessa água, porém, estamos aguardando uma definição sobre a criação do Fundo pelo Governo Federal e pela Samarco, para agir mais”, disse Mosquera.
O diretor da Funasa disse que “ainda não sabemos quem vai geri-lo, como vamos atuar, se a Funasa vai receber recursos desse fundo, e não podemos criar ações paralelas com o Governo Federal para não destinarmos recursos à mesma obra”.
De acordo com ele, está sendo construído um centro de referência (laboratório) em Colatina para serem feitas análises “dentro” da Bacia do Rio Doce. “Falta pouco para entrar em funcionamento, pois só faltam os equipamentos, que têm custos bem altos. Precisamos de R$ 5 milhões e estamos em conversa com a Samarco para que eles ajudem nesses recursos”, disse Mosquera.
O diretor da Funasa disse que a Samarco está bem atuante, mas a deputada Luzia Toledo, que é Coordenadora Regional da Cipe, discordou. “A Samarco até agora não fez seu dever de casa, não está demonstrando vontade de ir ao encontro dos mais necessitados, de quem mais sofreu com esse desastre, o segundo maior do mundo. A Samarco contratou os melhores advogados do Brasil e o dinheiro não chega aonde tem que chegar”, disse a deputada.
Para Luiza, o fundo não será concretizado. “Não acredito nesse fundo. O que precisa ser feito é colocar em prática o Plano de Recuperação do Rio Doce, um trabalho que nós fizemos em conjunto com o governo de Minas Gerais e agora está com o Instituto BioAtlântica (Ibio), que venceu a licitação para colocar o plano em prática, mas ainda não começou a fazer”, disse a deputada.
Também para a deputada Celise Laviola, presidente da Cipe no biênio 2015-2016, a Samarco precisa agir. “Houve um dolo eventual, pois a Samarco sabia do risco, tinha ciência, e por isso eles devem sofrer as consequências. Temos interesse na recuperação do Rio Doce e também uma preocupação com a população ribeirinha, que não está tendo atendimento necessário que a empresa deveria estar prestando”, afirmou.
Outros pontos de pauta da reunião da Cipe foram agendamentos de reuniões, visitas técnicas nos municípios afetados diretamente pela lama com rejeitos de minério e uma reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. (Com informações da Web Ales)
O diretor Mosquera ao lado de Andrade ouvindo os membros da CIPE Rio Doce