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Que Horas São?

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14/09/2015

     Foi uma experiência da minha infância o dia em que o significado das horas saltou dos ponteiros do relógio de papelão da escola primária.

     Herdei do meu avô Augusto a paixão pelas ferramentas tecnológicas (pleonasmo?). Nos anos de 1920 ele comprou seu primeiro caminhãozinho Ford, montou sua orquestra rural, reuniu amigos em torno do gramofone e, vinte anos depois, sonhou não morrer sem ver o rádio com imagem. Infelizmente não estava mais aqui para ver!

     Outras tecnologias mais sofisticadas foram acrescentadas à minha vivência sensorial urbana.

     Abandonei a borracha e a massinha branca na correção dos textos datilografados. A descoberta do processador de textos no microcomputador foi uma delícia, após sofrer com os cartões perfurados que infernizavam meus primeiros passos de bits e bytes.

     Lembro-me quando ouvi o som digital puro na JB FM pela primeira vez. O pessoal do Coral Harmonia, na Aliança Francesa do Meier, reuniu-se em torno do walkman que levei. Os arranhados dos discos foram superados pelos sons precisos. O pessoal discute até hoje a questão dos harmônicos e timbres perdidos. Mas o mais fantástico para mim foi o sorteio das músicas. Libertei-me da monotonia linear do toca-discos. Parei de decorar as sequências de músicas. Surpreendi-me com novas conexões. Enchi CDs com mais de 150 músicas em MP3!

     Em 1995, numa exposição em Copacabana, descobri a Internet e cunhei meu login com os 8 dígitos permitidos pelo sistema operacional da época. Uso este codnome até hoje (adbreder). Meus passos agigantaram-se. Onipresente e onisciente enveredei por terras e mares nunca dantes navegados. Fui à Mongólia, sonho de criança, visitei Ulan Bator, a capital. Em seguida, a um clique, visitei a Antártica à procura dos seus insondáveis mistérios gelados. Descobri até os invisíveis vizinhos do condomínio nas redes sociais!

     Hoje meus amigos de outras eras e outras áreas encontram-me neste universo paralelo virtual. Se não nos encontramos para um chope no final da tarde, pelo menos somos referências vivas, redescobertas a cada dia.

     Domingo passado, num shopping trivial, presenciei um momento tecnológico, impensável na minha infância: uma senhora perguntou as horas a um rapaz que ostentava um belíssimo relógio de marca no braço esquerdo. Ele fez um sinal de pedido de tempo. Continuou mastigando. Pousou o copo sobre a mesa. Enfiou a mão no bolso da calça. Pegou o celular. E informou: 15 e 43!

     E pensar que tudo isso começou na cena registrada em 2001 – Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrik, quando o macaco pela primeira vez fez do osso uma clava!

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