O ex-governador José Ignácio Ferreira quando esteve na presidência da Telebrás (1991/1992) comandou uma notável transformação na empresa com a revolução na telefonia do Brasil, implantando as fibras óticas, o que lhe valeu em 1991, o prêmio de Homem do Ano de Telecomunicações. Em 1992, chegou a instalar 14 milhões de linhas telefônicas fixas, atingindo a proporção de 10 telefones para cada 100 habitantes. Na ocasião ele melhorou o atendimento da Telest (hoje Telemar) que estava em 26º lugar no setor, colocando-a entre as mais eficientes do sistema no país. Foi o mais ambicioso projeto de modernização da história da empresa capixaba.

     Com a sua ousadia administrativa implantou a Telefonia Celular no país, no momento em que ninguém acreditava no sistema, imaginando ser uma coisa de cinema. Foi um enorme trabalho e um notável avanço nas telecomunicações. O Rio de Janeiro foi a 1ª cidade a iniciar a instalação da modernidade e  o Espírito Santo foi um dos primeiros estados a ter o celular.

     Antes da gestão José Ignácio a Telebrás tinha mais de 1,3 bilhões de dólares em dívidas de curtíssimo prazo, pagando altos juros. Naquela época só a Petrobrás tinha acesso ao mercado internacional de Eurobonds, e poucos tinham conhecimento e capacidade para enfrentar as negociações necessárias deste tipo. José Ignácio conseguiu empréstimos de longo prazo a juros altamente compensadores. Foram árduas negociações finalmente vencidas, que significaram grandes economias para a empresa e para o País e que se concretizaram através de seis operações de Eurobonds no total de US$730 milhões de dólares.

     Assim as ações da Telebrás passaram a ser negociadas nos Estados Unidos da América - EUA. Simultaneamente foi iniciado, em 1992, o processo de registro de títulos representativos das ações da Telebrás (as ADR) nos Estados Unidos. As ADR constituíam um verdadeiro cartão de visita do Brasil, sendo, na ocasião, as ações mais negociadas na Bolsa de Nova Iorque. Nas bolsas brasileiras as ações da Telebrás representavam muito mais da metade do volume de negócios.

     Após processo de saneamento das finanças seguiram-se ações de marketing para valorizar as ações da Telebrás no mercado de capitais nacional e internacional: o valor das ações disparou. Suponhamos um edifício de 10 andares com um apartamento por andar. Se você, dono de um desses apartamentos, o vendesse no dia da posse de José Ignácio, na Telebrás, e com o dinheiro apurado comprasse ações da empresa, no final da gestão, vendendo as mesmas ações, poderia comprar o prédio todo, a preços atualizados e ainda a metade de outro igual. As ações subiram estratosfericamente, naquele período, de US$ 3,81 para US$ 45,00.

     Vários produtos foram desenvolvidos com sucesso, como o cartão de telefone público que acabou com as incômodas fichas e mais empregos e consumidor melhor atendido. A tecnologia do chamado cartão indutivo é nacional e, por isso, foi prestigiada por José Ignácio.

     O esforço de desenvolvimento da central telefônica brasileira corria o risco de ser frustrado, pois uma vez desenvolvida, testada e pronta para ser fabricada, estava sem compradores. Faltava a orientação que finalmente veio. E com José Ignácio na presidência, foi tomada a decisão de efetuar compras significativas dessas centrais para todas as empresas do Sistema Telebrás.

     Uma vez que havia os limites legais de investimentos que impediam o crescimento do Sistema Telebrás num ritmo compatível com as necessidades do povo brasileiro, José Ignácio criou alternativas para aliviar a escassez de linhas telefônicas. Assim foi implementado o programa de parceria com empresas de energia elétrica para utilização de cabos terra de suas linhas para transmissão de telecomunicações. O Espírito Santo foi um dos primeiros Estados onde esse programa foi implementado. Com isto o País economizou e os escassos recursos renderam mais.

     Quando José Ignácio assumiu o cargo de presidente da Telebrás, o país assistia a vergonha do atraso de mais de 450.000 contratos de Plano de Expansão vencidos e muitos já totalmente quitados há mais de dois anos, que o sistema não havia instalado para seus clientes. Foi então elaborado um abrangente e complexo plano de emergência e todo o Sistema Telebrás foi mobilizado para resolver de vez o problema. Ao fim da gestão não havia mais atraso de um só telefone no País.

     No início da gestão, José Ignácio encontrou o sistema congestionado e totalmente fora dos padrões internacionalmente aceitos. As medições mostravam que de 100 tentativas de ligações interurbanas durante o dia, 33 se perdiam. Foi mobilizada toda a capacidade de engenharia do Sistema Telebrás e investimentos foram feitos. O congestionamento caiu dramaticamente, chegando a apenas 10% ao final da gestão.

     Foi desta época (1991/1992) o mais ambicioso projeto de modernização das telecomunicações da história da Telest. Foram alocados recursos para substituição do velho sistema de microondas por cabos de fibras ópticas ligando todo o Estado. Uma verdadeira revolução: Antes o norte do Estado só podia fazer 330 ligações simultâneas. Com o sistema óptico a capacidade passou para 24 mil ligações simultâneas. Já o sul do Estado pulou de 660 para também 24 mil ligações simultâneas com melhor qualidade e confiabilidade.

     O congestionamento da interligação do Brasil com o exterior criava desgaste da imagem do país lá fora. Foi então que José Ignácio implantou a primeira central internacional digital no Rio de Janeiro, descongestionando o sistema de ligações internacionais. Era uma nova era na telefonia. Hoje o telefone está acessível a qualquer cidadão, graças à modernização nas telecomunicações, implantada por José Ignácio na Presidência da Telebrás.