Fila é evento social. Nos supermercados de bairro formam-se diariamente bem antes da hora da abertura das lojas. Nascem ali amizades que se renovam diariamente e são passatempo habitual da Terceira Idade, de muitos aposentados. Tem gente que leva lanche, fofoqueiras ficam de ouvido em pé, troca-se receitas da vovó, contam-se piadas apimentadas e recicladas.
Quando é programado um jogo imperdível ou um show de gente famosa, vira teste de resistência. Os fanáticos e, na sua maioria jovens, viram a noite para comprar os ingressos que os levam a outra fila, a fila do gargarejo.
Em muitas cidades brasileiras existem leis que disciplinam as filhas de atendimentos em bancos.
No Rio de Janeiro, por exemplo (http://www.procon.rj.gov.br /index.php/legislacao/detalhar/47), o tempo máximo de atendimento em dias normais é de 15 minutos e em vésperas de feriados, 30 minutos. Assim que entrarem nas agências as pessoas devem receber uma senha com a hora da entrada e identificação do local. Com a informatização e os caixas de autoatendimento é de se esperar que isto seja cumprido.
Mas neste país de desacertos e de exemplos diários de descuidos e com a coisa pública não é de se surpreender que um banco federal esteja descumprindo a lei diariamente. Os clientes são obrigados a formar uma fila no salão antes da porta de detecção de metais. Ficam ali até que outros clientes saem do salão de atendimento. Só recebem a senha quando ultrapassam a porta. Da última vez fiquei na primeira fila 18 minutos – num dia normal. E eles ainda terão mais 15 minutos para atender lá dentro? Reclamei com a segurança. Ela riu de mim. Reclamei com a moça que dava as senhas. Ela disse que era terceirizada, não tinha nada com isso. Reclamei com a gerente, ela disse que era imposição da empresa de segurança.
Se a gente for aceitando essas pequenas contravenções urbanas diárias vamos acabar achando normais as filas dos bancos suíços com executivos lava jato.
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Vem pra fila você também. Vem!