Os Estados Unidos da America do Norte - EUA mais uma vez mostra ao Mundo que a liberdade de manifestação racista extrapola todos os direitos humanos. Especialistas da ONU constataram que o racismo e a xenofobia aumentaram nos EUA no contexto dos recentes acontecimentos em Charlottesville, estado da Virginia. A informação foi divulgada pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos – ACNUDH . Com as comunicações modernizadas nós estamos vendo esses eventos, ao vivo e a cores como os exemplos mais recentes do crescente racismo e discriminação racial, da violência racista e da xenofobia naquele país.
Os especialistas expressaram preocupação com a proliferação e crescente proeminência do ódio organizado e dos grupos racistas nos EUA. O governo norte-americano, seundo os especialistas, deve ficar mais vigilante no combate a todos os atos de racismo, xenofobia e violência racista onde quer que ocorram. A ONU em um comunicado pediu às autoridades norte-americanas para que tomem medidas para impedir naquele país a realização de manifestações que incitem a violência racial.
A ONU contesta e condena o que ocorreu recentemente, quando centenas de nacionalistas desfilaram pelas ruas da cidade de Charlottesville carregando tochas e gritando insultos contra negros, judeus, imigrantes e homossexuais. Uma mulher que protestava contra a ação dos supremacistas brancos e neonazistas foi morta em um ataque por atropelamento.
A KKK
Ku Klux Klan também conhecida como KKK ou simplesmente "o Klan", é o nome de três movimentos distintos dos Estados Unidos, passados e atuais, que defendem correntes reacionárias e extremistas, tais como a supremacia branca, o nacionalismo branco, a anti-imigração e, especialmente em iterações posteriores, o nordicismo, o anticatolicismo e o antissemitismo, historicamente expressos através do terrorismo voltado a grupos ou indivíduos aos quais eles se opõem. Todos os três movimentos têm clamado pela "purificação" da sociedade estadunidense e todos são considerados organizações de extrema-direita.
A primeira Ku Klux Klan na verdade foi fundada pelo general Nathan Bedford Forrest da cidade de Pulaski, Tennessee, em 1865 após o final da Guerra Civil Americana. Seu objetivo era impedir a integração social dos negros recém-libertados, como por exemplo, adquirir terras e ter direitos concedidos aos outros cidadãos, como votar.
O nome, cujo registro mais antigo é de 1867, parece derivar da palavra grega kýklos(do grego κύκλος), que significa "círculo", "anel", e da palavra inglesa clan (clã) escrita com k. Devido aos métodos violentos da KKK, há a hipótese de o nome ter-se inspirado no som feito quando se coloca um rifle pronto para atirar. Provavelmente o nome também pode ter origem no nome de um templo maia, chamado kukulcán, onde segundo os maias, "kukul" significa sagrado ou divino e "can" significa serpente, mas não existem dados que comprovem isso.
Em 1872 o grupo foi reconhecido como uma entidade terrorista e foi banida dos Estados Unidos. O segundo grupo que utilizou o mesmo nome foi fundado em 1915 (alguns dizem que foi em função do lançamento do filme O Nascimento de uma Nação, naquele mesmo ano) em Atlanta por William J. Simmons. Este grupo foi criado como uma organização fraternal e lutou pelo domínio dos brancos protestantes sobre os negros, católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes.
Este grupo ficou famoso pelos linchamentos e outras atividades violentas contra seus "inimigos". Chegou a ter quatro milhões de membros (outros dizem serem cinco milhões) na década de 1920, incluindo muitos políticos. A popularidade do grupo caiu durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, já que os Estados Unidos se posicionaram ao lado dos aliados, que eram contrários à ideias totalitárias, extremistas e racistas, como as nazistas.
A terceira e atual manifestação da KKK surgiu depois de 1950, sob a forma de grupos pequenos, locais e desconexos que fazem uso do nome KKK. Eles se concentraram na oposição ao movimento dos direitos civis, muitas vezes usando violência e assassinatos para reprimir ativistas. É classificado como um grupo de ódio pela Liga Antidifamação e pelo Southern Poverty Law Center.
Estima-se ter entre 5.000 e 8.000 membros atualmente. A segunda e a terceira encarnações do Ku Klux Klan faziam referências frequentes ao sangue "anglo-saxão" dos Estados Unidos, que remete ao nativismo do século XIX. Embora os membros da KKK jurem defender a moralidade cristã, praticamente todas as denominações cristãs oficialmente denunciaram as práticas e ideologias da KKK.