A prisão de Braga Netto semeou dúvidas entre os indiciados por tentativa de golpe de
Estado sobre a possibilidade de novas detenções antes de a PGR oferecer denúncia
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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura
18.12.2024 08:03
A prisão do general Walter Braga Netto no dia 14 de dezembro de 2024, semeou dúvidas entre os indiciados pela Polícia Federal-PF por tentativa de golpe de Estado sobre a possibilidade de novas detenções antes de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, oferecer ou não denúncia.
Segundo O Globo, o general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI), estaria confiante de que a postura adotada durante as
investigações da PF seriam suficientes para mantê-lo longe da prisão, por enquanto.
O jornal diz que pessoas próximas ao general de quatro estrelas alegam que ele teria
submergido, ao contrário de Braga Netto, que teria atuado para descobrir informações
sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair
Bolsonaro.
A atuação de Augusto Heleno na trama
A PF diz que o ex-ministro do GSI atuou de “forma destacada” no planejamento e na
execução de ações para “desacreditar o processo eleitoral brasileiro e subverter o regime
democrático”.
Entre as provas reunidas pela PF, há anotações de próprio punho atribuídas a Augusto
Heleno e uma agenda que continha orientações manuscritas de ataques à credibilidade
das urnas eletrônicas.
O inquérito aponta que Augusto Heleno e Braga Netto poderia comandar um “gabinete
de gestão de crise”, caso o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal, fosse preso ou executado.
A prisão de Braga Netto
O general da reserva Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Jair
Bolsonaro (PL) em 2022, foi preso no dia 14,12,2024, pela Polícia Federal no Rio de
Janeiro.
Ao determinar a prisão preventiva de Braga Netto, o ministro Alexandre de Moraes, do
STF, apontou que o militar tentou obter informações sigilosas relacionadas ao acordo de
delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Segundo a decisão, novos depoimentos de Cid à Polícia Federal revelaram que Braga
Netto tentou “embaraçar as investigações” e controlar as informações fornecidas por
Cid para alterar os fatos apurados e alinhar versões entre os investigados.
Moraes diz ainda que a Polícia Federal apresentou provas de que o pai de Cid, Mauro
Lorena Cid, entrou em contato com Braga Netto três dias depois da homologação do
acordo de delação. Durante a conversa, o pai de Cid afirmou que “é tudo mentira” sobre
o acordo.
A PF também apurou que informações obtidas de familiares de Cid foram repassadas a
outros investigados para “tranquilizar os demais integrantes da organização criminosa
de que os fatos relativos aos mesmos não estariam sendo repassados à investigação”.
As investigações indicaram que o general teve um papel de liderança, organização e
financiamento dos atos investigados, além de tentar obstruir as apurações.