Está em fase de finalização pelo jornalista, delegado da Polícia Civil aposentado e advogado José Barreto Mendonça o romance policial “Quem matou Lacy Ribeiro?”. É uma investigação paralela sobre a morte da jornalista, cujo inquérito levou dez anos para ser concluído pela Polícia Civil do Espírito Santo. O autor conheceu a vítima e relata que a inquietação com a demora na conclusão do caso serviu de inspiração. Os assassinos foram presos ano passado.
“Quando soube, através de meu filho, também policial civil, que a Lacy tinha sido assassinada com 13 facadas e seu corpo foi arrastado pela casa, na Serra, nunca poderia imaginar que uma década depois fosse despertado a mergulhar no caso”, relatou Barreto.
Advogado criminalista José Barreto Mendonça explicou que numa visita a Biblioteca Adelpho Poli Monjardim, em Vitória, para doar livros, ganhou “Olhar marginal, vida e obra de Lacy Ribeiro” – cuja autoria é de Roberto Almada – e foi aí que as pesquisas para a obra começaram. “Foi amor à primeira vista. Mergulhei a fundo na vida e na farta produção literária da escritora que, por ironia do destino, viera a ser policial civil, subordinada entre 1992 e 1994 a mim, que ocupei a Superintendência de Polícia Civil”.
Morte de jornalista vira tema de romance policial de José Barreto Mendonça
Nas pesquisas o delegado aposentado leu uma autobiografia em que Lacy Ribeiro relatou seu envolvimento com um preso do presídio de Argolas, Vila Velha. Em “Paixão de cárcere – romance proibido” a jornalista descreveu seu romance com um pintor que cumpria pena por latrocínio, tráfico de drogas e homicídio. Eles se casaram em menos de dois anos de namoro, iniciando ali um inferno na vida pessoal da jornalista, que perdeu seu emprego na PC.
A morte de Lacy Ribeiro foi em 3 de janeiro de 2013, no bairro Nova Carapina I, na Serra, causou grande comoção na época. Pouco tempo depois, as investigações foram paralisadas por falta de novos fatos. O caso seguiu em segredo de Justiça por muito tempo, mas José Barreto Mendonça relata que amigos jornalistas provocaram a Polícia Civil que em dezembro do ano passado anunciaram a prisão dos autores.
Sobre o “Quem matou Lacy Ribeiro?” o autor finaliza garantindo que os leitores serão surpreendidos. “O leitor desfrutará, também nesta edição investigativa, informações sobre essa escritora do pós-modernismo das letras capixabas. Estudo crítico de personalidades que com Lacy Fernandes Ribeiro conviveram, bem como estatística de mortes de mulheres assassinadas no decorrer daquele fatídico ano de 2013. Foram vítimas dominadas pelo amor e pelo machismo de seus amantes, como se fossem objeto de uso e que o Direito Penal passou a classificar como feminicídio”, finalizou.
Lacy Ribeiro era capixaba nascida em Barra de São Francisco, chegou a se casar com um presidiário que, após havia voltado há prisão cinco anos antes do assassinato da jornalista. Ela atuou como agente de polícia e na Superintendência da Polícia Prisional. Ela foi assassinada aos 64 anos. Ela escreveu seis livros e foi co-autora de mais dois.
O livro sobre ela e seu assassinato está em fase de finalização. O prefácio de “Quem matou Lacy Ribeiro?” foi escrito pela presidente de Academia Espírito-santense de Letras, Esther Abreu Vieira de Oliveira.