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Rota Imperial Pode Atrair 10 Milhões de Turistas/Ano

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25/02/2016

Por: Redação

O projeto da Rota Imperial tem um potencial para atrair 10 milhões de turistas anualmente caso os municípios envolvidos, com apoio do poder público e da iniciativa privada, demonstrem criatividade e competência para desenvolver ações que possam estimular visitantes do Brasil e do mundo a conhecerem a história, a cultura, a gastronomia e as belezas naturais que dominam a região que abrange os estados do Espírito Santo e de Minas Gerais. 

A afirmação foi feita pelo professor Baques Vladimir Carvalho Sanna, do Instituto Estrada Real (MG), durante sessão especial realizada na noite da última terça-feira (23) para debater o projeto Rota Imperial, constituído pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), em parceria com os governos do Espírito Santo e de Minas Gerais.

O evento, presidido pela deputada Luzia Toledo (PMDB), entusiasta da iniciativa, ocorreu  em clima do bicentenário da Rota Imperial, que se comemora em 2016, e que contará com várias atividades comemorativas, entre elas uma solenidade no Palácio Anchieta, ainda no primeiro semestre. 

Aula de história 

Em uma palestra para o plenário lotado de autoridades, como prefeitos, vereadores e secretários estaduais e municipais de Cultura e Turismo, Baques Sanna defendeu, além do envolvimento dos municípios capixabas no projeto da Rota Imperial, investimento pesado em marketing e infraestrutura para transformar os destinos em locais onde os turistas queiram voltar e divulgar para novas pessoas. 

Outro palestrante da noite, o professor e historiador João Eurípedes Franklin Leal, explicou que a história, cultura, turismo e desenvolvimento industrial se misturam no contexto da Rota Imperial São Pedro D’Alcântara, inserindo o Espírito Santo no âmbito da Estrada Real. Ele pontuou que a história dessas rotas se inicia durante o período da exploração do ouro, reproduzindo caminhos abertos no início do século XIX. 

Para monitorar a circulação de mercadorias no Brasil, o Império português proibiu que se abrissem estradas na capitania do Espírito Santo em direção a Minas. Mas essa decisão foi flexibilizada com o declínio do ciclo do ouro e com a chegada da Família Real, quando a rota foi oficialmente aberta e a construção da Estrada Real, bancada pelo monarca Dom João VI. Finalizada em 1816, definiu o intercâmbio entre as cidades de Ouro Preto (MG) e Vitória (ES), concretizando a ocupação do território nos locais aonde os caminhos iam sendo abertos.

O marco zero é o Palácio Anchieta, em Vitória, e de lá a rota prossegue até Ouro Preto. No percurso, passa por 14 municípios capixabas e 17 mineiros. O trajeto é a reprodução do caminho usado por Dom Pedro II para chegar a Santa Leopoldina.

Santa Teresa na rota 

Durante a sessão especial, houve a defesa da inclusão de Santa Teresa no trajeto da Rota Imperial. Segundo Luzia Toledo, o município está a um passo de ser incluído no projeto. “Está mais do que claro que Santa Teresa faz parte do contexto histórico da Rota Imperial. O Conselho da Findes vai se reunir nos próximos dias, e já está tudo acertado para Santa Teresa ser reconhecida oficialmente como integrante do circuito”, disse. 
 
O historiador João Eurípedes reforçou as palavras de Luzia ao explicar que Dom João VI, após abertura da Estrada Real, permitiu a construção de algumas vias vicinais. Uma delas recebeu o nome de Santa Teresa, em homenagem a Teresa Cristina, imperatriz do Brasil. “A Rota Imperial tinha o nome de São Pedro de Alcântara, que era o nome de Dom Pedro II, e vizinha a ela foi aberta outra via, Santa Teresa, em homenagem à mulher de Dom Pedro, Teresa Cristina, imperatriz do Brasil. Isso precedeu o surgimento da colônia de Santa Teresa; os italianos chegaram muito tempo depois naquela região”. 

Venda Nova 

No evento foi divulgado projeto desenvolvido pelo município de Venda Nova dos Imigrantes, dentro da Rota Imperial, denominado “Expedição Tropeiros”. Segundo os organizadores, a expedição tem início previsto para 1º de abril, com duração programada de 20 dias. Os tropeiros vão sair de Ouro Preto e no dia 21 devem chegar ao Palácio Anchieta, encerrando a façanha numa grande solenidade que deve acontecer na sede do Governo Estadual. 

A ideia, de acordo com os envolvidos na empreitada, é resgatar a cultura e a história dos municípios capixabas e mineiros que se sucedem ao longo da Rota Imperial e da Estrada Real. “Venda Nova está com o projeto acabado. É preciso que isso sirva de exemplo para os outros municípios. A Findes e o Sebrae estão aí para ajudar, mas é necessário que as cidades envolvidas se apropriem da ideia, porque a Rota Imperial pertence a elas e deve ser explorada em todas as suas potencialidades turísticas e culturais”, defendeu Luzia Toledo. 

A sessão especial contou a participação dos prefeitos de Conceição do Castelo (Saulinho Belisário), Irupi (Carlos Emerick), Santa Leopoldina (Romero Luiz Endringer) e Domingos Martins (Luiz Carlos Rocha). Também compareceram vice-prefeitos, vereadores e secretários de vários municípios. O secretário de Estado de Turismo, José Sales Filho, representou o governador Paulo Hartung. O diretor da Findes, César Vilar, falou em nome da entidade. O diretor do Arquivo Público do Espírito Santo, Silmar Francischetto, também esteve presente. 

Fazem parte da Rota Imperial (sem a inclusão de Santa Teresa) os seguintes municípios capixabas: Vitória, Cariacica, Castelo, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Iúna, Ibatiba, Ibitirama, Irupi, Muniz Freire, Viana, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Venda Nova do Imigrante. (com informações da Web Ales).
 


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