Por: Redação
O Centro de Memória do Poder Judiciário recebeu nesta semana uma relíquia da Comarca de Conceição do Castelo: a cadeira que era destinada aos réus no Salão do Júri. O objeto, todo em madeira de lei, foi doado pelo diretor do fórum, juiz José Borges Teixeira Júnior.
De acordo com magistrado, a cadeira estava no Fórum desde a sua inauguração, em 1983. Até o ano passado, servia de assento para testemunhas das audiências, mas, principalmente para os réus, nos julgamentos do Tribunal do Júri. “É uma contribuição importante para o Centro de Memória, porque representa parte da história da Comarca”.
O escrivão que redigiu a ata de instalação do Fórum, Ademir José Uliana, participou de quase todos os Júris e conta que a cadeira guarda memórias de vários julgamentos marcantes. Um dos que mais chamou a atenção da sociedade castelense, há cerca de 20 anos, foi o que condenou pai e filho pela morte da mãe.
Na tarde de ontem (quarta-feira), ao olhar para o salão do Júri de Castelo, o Ademir sentiu falta da cadeira. Hoje, ele ficou feliz ao saber que o objeto agora ficará exposto no Centro de Memória do Poder Judiciário, no TJES.
Para fazer parte do acervo, a cadeira passou por uma leve restauração. Quem fez o trabalho foi o servidor do TJES, Marcelo Oliveira. “Consertamos apenas o pé, que estava quebrado. O verniz não recebeu retoques, para manter a originalidade”.
Além da cadeira dos réus de Castelo, o Centro de Memória reúne documentos históricos, processos antigos e outros objetos que foram encontrados em Fóruns de todo o estado. Os visitantes podem ver de perto, por exemplo, um artigo escrito por Ruy Barbosa em 1891, um livro com a história dos presidentes do TJES de 1891 a 1995 e até um documento de 1903, com os primeiros traços dos terrenos da Marinha em Guarapari.
Segundo o coordenador de Gestão da Informação Documental do TJES, Fábio Buaiz de Lima, o espaço pretende recuperar a memória do Judiciário Capixaba. “Queremos trazer várias coisas para cá, as ideias são muitas. Tudo que for encontrado nos Comarcas, se tiver algum valor histórico, pode ser enviado para cá”.
Para este ano, além do acervo, também estão previstas duas novas exposições. A primeira é dedicada aos imigrantes italianos, dos municípios de Santa Tereza e Santa Leopoldina, com a mostra de processos antigos de casamentos dos primeiros italianos. A segunda é dedicada aos negros do Espírito Santo, com exibição de processos de compra e venda de escravos, casamentos e processos anteriores e posteriores à Lei Áurea. (Informações Assessoria de Imprensa e Comunicação Social do TJES).