Por: Redação*
Cerca de 70 mil crianças trabalham no Espírito Santo, segundo o último levantamento, de 2014, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2013, eram 56 mil crianças. No Brasil, são 3,3 milhões crianças, sendo 2,7 milhões entre 7 e 14 anos. A naturalização do trabalho, de acordo com a oficial de projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Márcia Soares, é um dos principais fatores para o dado elevado.
O trabalho infantil, que até na década de 1990 era maior no meio rural, hoje está mais presente na zona urbana. Soares, que faz parte de uma agência da Organização das Nações Unidades (ONU), ressalta que a sociedade tem uma imagem de que é melhor uma criança trabalhando do que na rua. Porém, na avaliação dela, isso é um mito que precisa ser combatido.
Márcia Soares disse ainda que “o trabalho não evita a violência, nem a deliquência. 90% dos presos do Carandiru, em São Paulo, trabalharam durante a infância. O trabalho, na verdade, reproduz a pobreza. A criança que trabalha geralmente tem um baixo rendimento escolar, que vai prejudicar a situação profissional dela por toda vida, já que ela terá menos qualificação”.
A legislação brasileira define que a idade mínima para o trabalho é de 16 anos, exceto a condição de menor aprendiz, que permitem adolescentes a partir de 14 anos. A lei também prevê que atividades perigosas, insalubres ou noturnas, são ilegais para os jovens de 16 a 18 anos, segundo Soares. O trabalho em uma carvoaria ou aquele que requer o manuseio de agrotóxicos no campo são proibidos por lei. (Com informações do gazetaonline).