Por: Salma Ali El Chab Parolin*
A obesidade é conhecida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal que representa um risco para a saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E quais seriam esses perigos? Seriam as doenças cardiovasculares, tais como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, hipertensão Arterial, diabetes do tipo 2, doenças hepáticas e vários tipos de câncer. Temos aproximadamente 80 mil óbitos ao ano devido à obesidade e suas complicações. Dados recentes mostram que mais de 50% da população de Curitiba tem excesso de peso.
Ela é considerada uma doença inflamatória crônica, produz citocinas, que são proteínas que regulam o crescimento e atividade de células imunes responsáveis pela inflamação. Este estado eleva o risco de desenvolvimento de doenças debilitantes, como as citadas anteriormente.
Um estudo dinamarquês recente demonstrou que, mesmo indivíduos obesos e saudáveis metabolicamente (com HDL, triglicerídeos, glicemia e pressão normais) apresentam maior propensão ao desenvolvimento dessas patologias quando comparados com a população de peso normal e saudável. Isso seria consequência dessa reação inflamatória crônica provocada pela obesidade, que leva a um envelhecimento precoce das células.
Com o envelhecimento há uma diminuição da função física de todos os indivíduos. Porém, a população obesa e saudável mostrou uma piora da mesma e também apresentou mais dor corporal em comparação aos adultos com peso normal. A importância dessa constatação é que o exercício físico controla, de forma direta, os processos inflamatórios e a diminuição da realização dos mesmos elevaria o risco de doenças mais graves.
A conclusão a que se chega é que a obesidade, por si só, independente dos exames bioquímicos apresentados pelo indivíduo, é uma ameaça para o desenvolvimento de doenças que geram uma diminuição de qualidade de vida e aumento da mortalidade da população mundial. Portanto não existe obeso saudável. Essa condição pode mudar a qualquer momento, assim o excesso de peso corporal tem de ser evitado e tratado sempre.
*Médica endocrinologista, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-PR) e professora da Escola de Medicina da PUC-PR
SERVIÇO
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná | SBEM-PR - E-mail: sbempr@endocrino.org.br