O mieloma múltiplo é um tipo de câncer de sangue mais comum aos idosos, mas pode ocorrer em adultos jovens e até em crianças. O Instituto Nacional de Câncer não possui estimativas da incidência da doença no Brasil. Segundo dados internacionais, atinge quatro a cada cem mil pessoas, o que representaria cerca de 8 mil casos anuais por aqui.
Como na maior parte dos casos de câncer, quanto antes o mieloma múltiplo for diagnosticado, melhor. Por isso, durante todo o mês, a Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia divulga a campanha Março Borgonha, para alertar sobre os sinais e tratamento da doença.
“O mieloma múltiplo precisa de mais atenção das autoridades em saúde. Este é um tipo de câncer das células da medula óssea, que pode afetar idosos e jovens adultos. Infelizmente no Brasil não temos dados oficiais que nos forneçam informações essenciais sobre quem são esses pacientes e suas demandas durante a jornada de cuidados à saúde”, afirma a CEO da Abrale, a médica sanitarista Catherine Moura. “Esse cenário causa dificuldades para a aprovação, seja via planos de saúde ou no SUS, de incorporação de novos medicamentos, que podem revolucionar os tratamentos de primeira linha e também ajudar os pacientes refratários e recidivados. Essa é uma das bandeiras levantadas pela Abrale, pois podemos melhorar a assistência oferecida a esses pacientes”, ressalta.
O que é o mieloma múltiplo
O mieloma múltiplo (MM) é um tipo de câncer do sangue que tem início na medula óssea quando, no momento em que os linfócitos B estão se diferenciando, acontece um erro e eles se tornam plasmócitos anormais. Essas células podem se aglomerar e formar tumores tanto dentro do osso (intramedular) quanto fora (extramedular). Quando existem vários grupos de plasmócitos, dá-se o nome de mieloma múltiplo.
Alguns pacientes podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentar nenhum tipo de sinal da doença – em especial, se os plasmócitos se infiltram em pouca quantidade na medula óssea e a produção de proteína M (um amontoado de proteínas “bagunçadas”, geradas pelos plasmócitos anormais) é pequena.
Já nas situações em que há uma maior infiltração e maior produção da proteína M, o paciente poderá apresentar sinais como cansaço extremo, fraqueza, palidez e perda de peso; mau funcionamento dos rins, inchaço nas pernas; sede exagerada, perda de apetite, constipação grave; dores ósseas (especialmente na coluna) e fraturas espontâneas; além de infecções constantes.
Para os pacientes assintomáticos, muitas vezes o diagnóstico de mieloma múltiplo é realizado através de exames de rotina. O mais usual é o exame de sangue comum, em que é possível ver as alterações das células.
“Atualmente, para o paciente com sintomas, são várias as opções de medicamentos que compõe o tratamento do mieloma múltiplo, com resultados bastante satisfatórios. Podemos citar a quimioterapia, os imunomoduladores, inibidores de proteassoma, os anticorpos monoclonais (imunoterapia) e o transplante de medula óssea autólogo (quando a medula transplantada é a do próprio paciente)”, destaca o onco-hematologista Breno Gusmão, integrante do Comitê Médico da Abrale.
Mais informações sobre mieloma múltiplo e a campanha Março Borgonha estão no link http://www.abrale.org.br/doencas/mieloma-multiplo/o-que-e/
Sobre a ABRALE
A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) foi fundada por pacientes e familiares em 2002, com a missão de oferecer ajuda e mobilizar parceiros para que todas as pessoas com câncer do sangue no Brasil tenham acesso ao melhor tratamento. A atuação da associação é sustentada por quatro pilares: Apoio ao Paciente, Educação e Informação, Pesquisa e Monitoramento e Políticas Públicas.