Iniciativa da Colabore com o Futuro defende série de medidas para informar e prevenir golpes que podem provocar sequelas emocionais e de saúde.
Os crimes com drogas de estupro causam sequelas emocionais e na saúde das pessoas que foram dopadas. Desde o mais conhecido golpe como o “boa noite Cinderela”, em que substâncias são colocadas em bebidas de outra pessoa, até a mais nova modalidade de intoxicação por gás em carros de aplicativos, mulheres e homens sofrem com o aumento de destes golpes. No entanto, a punição pela utilização das chamadas “drogas de estupro”, com o objetivo de levar a vítima à inconsciência para praticar atos como roubo, extorsão e estupro, não está prevista no código penal.
“É imprescindível informar a sociedade sobre os efeitos emocionais e físicos que esses medicamentos podem causar, além de reforçar a importância dessas drogas serem sempre vendidas com receita e com muito critério”, destaca Carolina Cohen, cofundadora da Colabore com o Futuro, negócio social que tem como objetivo ampliar o acesso da população à Saúde.
Qualquer pessoa pode ser vítima de uma droga de estupro. O objetivo final nem sempre é sexual. Os criminosos também levam as vítimas à inconsciência para roubá-las ou extorqui-las. De adolescentes à idosos, homens ou mulheres de todas as opções sexuais, todos poder ser levados à vulnerabilidade absoluta por meio desse golpe.
Na pandemia, com a restrição de circulação, muitos acabaram se relacionando por redes sociais e aplicativos, convidando os autores de crimes para suas casas. As vítimas se sentem culpadas e constrangidas e, por isso, não reportam o crime, aumentando a impunidade aos criminosos.
Além dos riscos de crimes, há também os perigos para a saúde. Em doses elevadas, o GHD (gama-hidroxibutirato) provoca perda da consciência, depressão respiratória, queda dos batimentos cardíacos, podendo levar ao coma e até à morte. A cetamina, também em altas doses, pode causar distúrbios de fala e visuais, amnésia e vômitos. Em casos mais graves, há a possibilidade de depressão respiratória, apneia e convulsões. Os benzodiazepínicos são uma classe de medicamentos de tarja preta que têm como característica em comum diminuir a atividade do sistema nervoso central.
“Para mudar o cenário de aumento de crimes por drogas de estupro no Brasil, precisamos que algumas medidas sejam tomadas”, afirma Carolina Cohen. “Informação é o primeiro passo para prevenção. Desta forma, os bares e casas noturnas também podem ajudar na prevenção desses crimes".
O movimento sugere que placas informem e previnam sobre esse tipo de golpe em locais que servem bebidas alcoólicas, com opção para que os drinks sejam servidos com copos com tampas, para quem solicitar.
Outra medida proposta é que medicamentos usados em golpes como estes tenham cor, gosto e cheiro. As drogas de estupro em geral são transparentes, inodoras e não tem gosto. Isso faz com que a vítima as ingira sem perceber que uma droga foi adicionada à sua bebida.
O Movimento Acorda Cinderela criou vídeos e cartilhas educativos com informações sobre como se proteger e se prevenir de drogas adicionadas à bebidas e do gás tóxico em carros de aplicativos. Além dissi, disponibiliza materiais de apoio e acolhimento para aqueles que foram vítimas de crimes com drogas de estupro.
A campanha também divulga um manifesto que solicita mudanças importantes para a diminuição desses crimes no Brasil, que pode ser acessado e assinado pela população em https://www.acordacinderela.com.br/assine-o-manifesto
Mais informações sobre Acorda Cinderela estão em https://www.acordacinderela.com.br/
Sobre a Colabore com o Futuro
A Colabore com o Futuro é a primeira empresa de mobilização social e advocacy da América Latina. O objetivo das ações é mobilizar a sociedade a participar das decisões de saúde junto ao governo, criando de maneira transparente e sustentável políticas públicas mais democráticas, justas e efetivas. https://www.colaborecomofuturo.com