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Oncofertilidade: Cerca De 50% Das Mulheres Com Câncer De Mama Submetidas A Radioterapia E Quimiotera

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26/10/2022

 
A convite da Organon, especialista em Reprodução Humana, Emerson Cordts, fala sobre Oncofertilidade, tratamento que propicia a preservação de gametas em homens e mulheres em idade reprodutiva
 
Da redação*

Cerca de 316 mil brasileiras recebem diagnóstico de câncer por ano, e uma das complicações do tratamento, especialmente para as mulheres, é a perda da fertilidade. Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), cerca de 50% das pacientes submetidas a tratamentos oncológicos têm risco de perder sua capacidade reprodutiva após o tratamento. Além disso, têm-se observado maior incidência de câncer em pacientes que ainda não tiveram filhos e que, provavelmente, desejarão engravidar.

De acordo com o Instituto Vencer o Câncer, uma a cada 52 mulheres vai ter câncer antes dos 39 anos. Os dados trazem um alerta para a importância da preservação da fertilidade feminina. Por isto, neste Outubro Rosa, a Organon preparou a campanha “Oncofertilidade. Sonhar, Preservar e Gestar” com objetivo de falar sobre a preservação da fertilidade em pacientes com diagnóstico de câncer, para que essa doença não seja um obstáculo no sonho de ser mãe. A campanha está sendo realizada nas redes sociais da Organon e traz especialistas para abordar o tema.

A Organon também convidou o Dr. Emerson Barchi Cordts, ginecologista especializado em Reprodução Humana e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) para responder 10 perguntas sobre Oncofertilidade.

O que é Oncofertilidade? 
A Oncofertilidade descreve uma área que conecta a oncologia à medicina reprodutiva, com o objetivo de desenvolver e aplicar novas opções para a preservação de fertilidade em jovens pacientes com doenças ou tratamentos com riscos à fertilidade. A radioterapia, quimioterapia e cirurgias utilizadas no tratamento do câncer podem, muitas vezes, levar à infertilidade pela destruição de células dos ovários e testículos, por lesões ou pela retirada do útero. Não havendo dúvidas da necessidade desses tratamentos para a sobrevivência dos pacientes, a preservação da chance de engravidar futuramente melhora a qualidade de vida pós-câncer.

Como funciona no caso das mulheres? Quais são os tratamentos realizados?
Se há tempo suficiente para a coleta de material, o congelamento e o armazenamento de óvulos são a melhor alternativa. A coleta de óvulos leva cerca de 15 dias, já que é necessário estimular a ovulação por meio de hormônios. A técnica foi homologada pela Sociedade Brasileira de Reprodução Humana em 2010. Esse método é feito por via transvaginal, em ambiente cirúrgico e leva cerca de 20 minutos. Hoje, são utilizados protocolos com medicamentos que são extremamente seguros, mesmo que a paciente tenha um tumor que seja sensível à ação hormonal.

Se o tratamento do câncer precisa ser iniciado imediatamente e não há tempo para estímulo e maturação de óvulos, as medidas de preservação de fertilidade nas mulheres são semelhantes às das crianças. Além da proteção física do ovário, é possível realizar o congelamento e a preservação de fragmentos de tecido ovariano para um futuro reimplante.

Os danos de fertilidade provocados pelo tratamento oncológico são irreversíveis? 
A quimioterapia e a radioterapia são tóxicas, ou seja, tanto para mulher, quanto para o homem, elas podem causar infertilidade. Cada tipo de caso vai ter um tratamento customizado e boa parte desses protocolos podem ser agressivos. De forma que, uma vez curada, a mulher ou homem podem ficar inférteis. Pelo menos 50% das mulheres com câncer de mama submetidas a radioterapia ou quimioterapia vão ficar inférteis de forma definitiva.

Qual é o período ideal para iniciar o tratamento? De quanto tempo a mulher precisa para fazer o congelamento de óvulos caso seja diagnosticada com câncer?
O ideal é que o congelamento de óvulos seja realizado antes de iniciar a quimioterapia ou radioterapia, não é possível congelar o óvulo durante esses tratamentos. Há a possibilidade de fazer esse procedimento dois anos depois do fim da quimioterapia ou radioterapia, mas é importante frisar que metade das pacientes podem ficar inférteis de maneira irreversível, por esse motivo, não é recomendado o congelamento tardio.

O primeiro contato da paciente com o diagnóstico de câncer é pelo médico oncologista e, esse profissional, tradicionalmente, tem a premissa de curar o paciente o mais rápido possível. Entretanto, é importante esse trabalho em conjunto do oncologista junto ao profissional de fertilidade, pois o congelamento dos óvulos antes do início da quimioterapia e radioterapia é essencial para o sucesso do procedimento.

No caso de crianças e adolescentes, é possível fazer o tratamento de Oncofertilidade?
No caso de meninas que ainda não entraram na puberdade, a regulação dos hormônios sexuais não está em funcionamento pleno e por isso não é esperada uma resposta adequada aos medicamentos para indução da ovulação. Dessa forma, a possibilidade é o congelamento de tecido ovariano, embora seja um método ainda experimental. Isso também é recomendado para adolescentes que estão na puberdade, mas que ainda não iniciaram a vida sexual, pois o congelamento de óvulos envolve procedimentos invasivos não recomendados para esse público.

Por quanto tempo o óvulo pode ficar congelado?
O óvulo pode ficar congelado por tempo indeterminado. Por isso, falamos que o congelamento é um seguro, principalmente para os mais jovens que desejam ter filhos no futuro. Claro que, como explicamos anteriormente, 50% das pacientes submetidas à radioterapia e quimioterapia têm propensão à infertilidade, então nem todas precisarão utilizar esses óvulos quando optarem por engravidar. Importante ressaltar que os remédios utilizados no tratamento são danosos para a fertilidade, portanto, é preciso aguardar, no mínimo, dois anos após o fim do tratamento para engravidar.

Existe algum caso em que não é recomendado o tratamento de Oncofertilidade? 
No diagnóstico do tumor tardio, em que a paciente está clinicamente debilitada, não é recomendado nenhum procedimento além do tratamento oncológico, para não colocar em risco a sua vida, que é prioridade. Por esse motivo, infelizmente, nem todas as pacientes estarão aptas para captação ou congelamento de óvulos. Por isso, é importante consultar seu médico oncologista para saber a melhor maneira como proceder.

Existem riscos do tratamento de Oncofertilidade não ter sucesso? 
Nem toda paciente engravida na primeira fertilização in vitro. Normalmente, são feitos dois a três ciclos de tratamento e, para fazer esse número de procedimentos, é preciso que a paciente tenha um bom número de óvulos guardados. Nesse contexto, temos uma limitação da técnica, pois, em alguns casos, os 15 dias para captação de óvulos não são suficientes para obter um número confortável em quantidade. O resultado da fertilização também depende da qualidade do sêmen do parceiro. No caso do tecido ovariano, é preciso descongelar o tecido e reimplantar na paciente. Por se tratar de um método experimental, o número de pacientes que passaram por esse procedimento no mundo é muito menor. Portanto, devemos considerar que não existe garantia de êxito.

O tratamento oncológico representa riscos para o bebê caso a mulher já esteja grávida? 
Se a paciente está gestante, ela não vai ser submetida à radioterapia ou quimioterapia, pois representariam riscos ao bebê. Ela também não poderá realizar congelamento de óvulos nesse período. Gestantes podem realizar cirurgias para tratar o câncer.

Dá para fazer esse tratamento pelo SUS?
Esse tratamento tem 100% de cobertura pelo SUS em pouquíssimos centros referências no país, como o do Hospital Pérola Byington em São Paulo. Existem também parcerias e projetos sociais junto a algumas clínicas privadas e entidades com o intuito de redução dos custos finais do tratamento.
 
Sobre a Organon
A Organon é uma empresa global de saúde com foco no desenvolvimento de medicamentos para mulheres. Seu propósito é contribuir para que as mulheres tenham mais saúde e bem-estar em todas as fases da vida. A companhia possui um portfólio de mais de 60 medicações em diversas áreas terapêuticas, como saúde reprodutiva, contracepção, doenças cardíacas e câncer de mama. Entre esses produtos, constam também biossimilares e medicamentos estabelecidos no mercado. Oriunda da farmacêutica MSD, a Organon tem atuação autônoma e cerca de 9 mil trabalhadores espalhados pelo planeta.
 
Para obter mais informações, visite www.organon.com/brazil e conecte-se conosco no LinkedIn.

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