O ex-governador do Espírito Santo (1991-1995) Albuíno Cunha de Azeredo, 73 anos, morreu na manhã de um domingo, dia 16 de setembro de 2018, no Hospital de Vila Velha, em Vila Velha, no Estado do Espírito Santo, no Brasil. Albuíno de Azeredo nasceu em Vila Velha no dia 21 de janeiro de 1945, filho de Albuíno Ferreira de Azeredo e de Normília Cunha de Azeredo.
O ex-governador foi internado no dia 12 de setembro, no Hospital Vila Velha, com quadro de infecção. Segundo o hospital, após exames ficou constatado que se tratava de uma pneumonia e Albuíno foi encaminhado para a UTI. Cinco dias depois ele morreu por volta das 7h50m. Naquele mesmo dia, domingo (16), o plenário da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), em Vitória, foi tomado por amigos e parentes de Albuíno, onde começou a ser velado o corpo do ex-chefe de Estado. No dia seguinte, corpo foi velado pela manhã, na Igreja Maranata de Vila Velha e às 10 horas, ele foi sepultado no cemitério Parque da Paz, na Ponta da Fruta, em Vila Velha.
Biografia
Albuíno de Azeredo, de origem humilde, foi vendedor ambulante, quitandeiro, peão de pedreira e jogador de futebol no Atlético de Vitória. Mais tarde, trabalhou no Departamento de Água e Esgoto do Espírito Santo. Concluído o curso de engenharia na Universidade Federal do Espírito Santo, transferiu-se para o Rio de Janeiro e cursou informática e administração de empresas na Pontifícia Universidade Católica (1968-1969).
Ingressando na Companhia Vale do Rio Doce a convite de seu professor e dirigente da estatal, Eliezer Batista, aí exerceu os cargos de engenheiro de via permanente, chefe da divisão de engenharia civil, coordenador de duplicação e sinalização da Estrada de Ferro Vitória-Minas, e diretor da subsidiária Intervale S.A. Em 1977 fundou a sua própria empresa, a Engenharia e Estudos Ferroviários, que viria a ter escritórios em cinco estados do Brasil, além de uma representação em Londres, com faturamento mensal de um milhão de dólares.
Filiado desde 1970 ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de 1964, com a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979, e a consequente reformulação partidária, integrou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Foi secretário de Planejamento da Prefeitura de Cariacica (ES). Ao ser nomeado em 1988 secretário de Planejamento e Transportes do Espírito Santo pelo governador Max Mauro (1987-1991), desenvolveu o projeto Transcol, que organizou o transporte coletivo em Vitória.
No início de 1990, por indicação do ex-governador da Bahia e então deputado federal Waldir Pires, ingressou no Partido Democrático Trabalhista (PDT) e candidatou-se a governador do Espírito Santo. Realizadas as eleições de outubro, derrotou José Inácio Ferreira, do Partido Social Trabalhista (PST), por 44 a 36% no primeiro turno, e 51 a 25% no segundo.
Depois de passar o governo do estado em 1º de janeiro de 1995 para Vítor Buaiz, candidato vitorioso do PT, dedicou-se a atividades de consultoria, atuando também nos setores de café, agroindústria, construção civil, construção pesada e venda de automóveis. Em outubro de 1998, à frente de uma coligação formada pelo PDT, o Partido Popular Socialista (PPS) e outras agremiações menores, tentou retornar ao governo estadual, mas foi derrotado no primeiro turno por José Inácio, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Em maio de 2000, assumiu o cargo de subsecretário de Transportes do estado do Rio de Janeiro, no governo de Anthony Garotinho, do PDT. No ano seguinte assumiu a presidência da Companhia Fluminense de Trens Urbanos (Flumitrens) e da Rio Trilhos, administradora do Metrô do Rio de Janeiro, cargos em que permaneceu até o final do mandato do então governador.
Ainda em 2002 candidatou-se a deputado federal pelo Espírito Santo na legenda do PMDB e obteve uma suplência. Com a posse da nova governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, em janeiro de 2003, assumiu a presidência da Companhia Estadual de Engenharia, Transportes e Logística (Central) e a Secretaria de Transportes. Atuou então no Programa Estadual de Transportes (PET), programa com financiamento do Banco Mundial que previa a reforma de trens da frota do estado e a compra de mais 20 novas unidades.
Ao assumir o governo do estado do Rio de Janeiro em 2007, Sérgio Cabral (PMDB) chegou a cogitar de sua permanência na Secretaria de Transportes, porém o escolhido foi deputado federal Júlio Lopes, do Partido Progressista (PP). Em 2009, Albuíno Azeredo fez diversas críticas aos projetos de expansão do metrô do Rio de Janeiro. Para o ex-secretário, os investimentos no sistema de transporte sobre trilhos ainda seriam bastante tímidos.
Professor do ensino médio lecionou na Faculdade de Filosofia e na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Espírito Santo, e na Faculdade de Engenharia da Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro.
Albuíno foi casado com Valdiceia Peçanha de Azeredo e teve três filhos, Albuino Júnior, Ana Flávia e Alba Letícia.