Os capixabas foram brindados, nos últimos dias, com mais um “trem da alegria”, o do Ministério Publico do Espírito Santo – MPES, aqui no Estado do Espírito Santo, no Brasil. Essa expressão — “trem da alegria” — foi cunhada há muito tempo, para designar exatamente esse tipo de farra com o dinheiro público. Remunerações extravagantes de servidores, contratações estapafúrdias de assessores e de familiares de autoridades beneficiadas, que são conhecidos como ASPONE (Assessor de Por...Nenhuma).
Não faltam exemplos dessas situações na história do Espírito Santo. Os meandros do poder estão cheios desses favores — pequenos e grandes — que os ocupantes dos cargos decisórios distribuem a si mesmos e a seus apaniguados (que é favorito, protegido, afilhado).Tal noção de que o que é público serve ao que é privado, de modo a satisfazer pretensões e ambições de indivíduos e grupos, é uma das características mais marcantes da mentalidade brasileira. E está tão introjetada (fazer com que alguém absorva ou interiorize alguma coisa) pela grande maioria da população que dificilmente provoca reações indignadas.
Por exemplo, recentemente, o deputado federal Felipe Rigoni (PSB) nomeou o filho e a futura nora do governador José Renato Casagrande, Victor Casagrande e a namorada Ingrid Lunardi, respectivamente! Alguém deve ter sido beneficiado pelo conhecido “nepotismo cruzado”. Eu nomeio seus familiares e você nomeia os meus. É assim que funciona!
Bom, mas lembrando do “Trem da Alegria” do Ministério Público do Espírito Santo – MPES, o que vimos nos últimos meses aqui no Estado, foi total desrespeito com o cidadão capixaba. O deputado estadual Sérgio Majeski (PSB) que votou contra a proposta do MPES, soltou os cachorros em direção ao Procurador Geral Eder Pontes. O caso envolveu o MPES, parte da Assembléia Legislativa do Espírito Santo e o Governo do Estado, na figura do governador José Renato Casagrande (PSB). Foi a repetição de um padrão já consagrado pela elite política brasileira, conhecido como “nepotismo cruzado”.
Só que o “Trem da Alegria” do MPES jogou mais lenha na fornalha para ter mais força e impulso para atropelar o deputado estadual Sérgio Majeski (PSB). E uma ação penal contra Majeski foi solicitada ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo - TJES na última segunda-feira (19). Mas o Majeski, em pronunciamento na Assembleia no dia seguinte, voltou a afirmar que não se intimida e criticou a postura do procurador-geral, questionando o fato de o Ministério Público não ser tão ágil assim em outros casos, pelo contrário, deixando sem respostas inúmeras denúncias protocoladas no órgão, "principalmente envolvendo agentes públicos do governo passado [Paulo Hartung]".
A suspeição de uma troca de favores entre a ALES e o MPES foi levantada pelo deputado ao questionar a aprovação, em regime de urgência, de projetos polêmicos um dia antes do recesso parlamentar, em 17 de julho passado.
A Assembleia Legislativa aprovou projeto do MPES e da Mesa Diretora, alterando a estrutura administrativa desses órgãos, principalmente a política de pessoal. Tanto os projetos do MPES quanto os da Assembleia facilitam a criação de cargos comissionados e dificultam a fiscalização de atividades externas, abrindo brecha para os “servidores fantasmas”, além de aumentar as despesas nos cofres públicos.