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Um Tributo a um Ator Esquecido

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28/12/2015

Nessa centenária história do Cinema, alguns astros ficaram marcados na memória do povo para sempre. Podemos, numa rápida e prévia análise, citar Charles Chaplin, o Gordo e o Magro, Jerry Lewis – todos dentro do ramo comédia. A comédia é o gênero cinematográfico mais lembrado, apreciado, comentado e preferido do público. Não falamos das comédias sofisticadas nem das com temas escatológicos, que hoje fazem tanto sucesso mas que, amanhã, quem vai se lembrar?

Porém, os dramas também deixaram seus deuses imortais, como Marilyn Monroe, Brigitte Bardot e Clark Gable.

Outros astros tiveram um brilho intenso, quase ofuscante, nas suas épocas e, hoje, ao perguntar se alguém os conhece, expressões de dúvidas surgem na famosa pergunta de Chico Anysio: “Famoso quem?”.

Vamos falar de IssurDanielovitch. Não, assim ninguém o conhece! Esse americano, filho de bielo-russos, faz parte de uma das excelentes safras de atores eslavos que abrilhantaram nosso cinema, como Vladimir Palahniuk, Helen LydiaMironoff e YullyBorisovitchBriner.

Quem são? Falo, respectivamente, de Kirk Douglas, Jack Palance, Helen Mirren e YulBrinner. Os dois primeiros eram americanos. Helen Mirren é inglesa e YulBrinner, realmente russo.

Os atores têm o costume de adotar nomes artísticos que combinam com seus desempenhos. Isso não é atributo exclusivo à classe ou à profissão, mas caiu bem no gosto de uma sociedade que vive seu próprio mundo de fantasias, muitas vezes com realizações ou fracassos – em geral, com consequências fatais.

Mas o nosso assunto aqui é exclusivamente Kirk Douglas. Esse ator de carreira fantástica, cujo último trabalho foi em 2004, com 99 anos recentemente completados e ainda vivo, com quase oitenta filmes na carreira, alguns como diretor e outros como produtor, goza de um prestígio cinematográfico inquestionável entre os cinéfilos mais antigos. Sempre impressionou com sua atuação, seja como mocinho em faroestes, principalmente dividindo a tela com John Wayne como em “Gigantes em Luta”, de Burt Kennedy, dividindo ainda o espaço com Howard Keel, KeenanWynn, Bruce Cabot e Bruce Dern, seja como soldado, como no magnífico “Glória Feita de Sangue”, de Stanley Kubrick e que o próprio Douglas produziu, seja ainda como um bárbaro sanguinolento como em “Vikings, os Conquistadores”, em que contracena com Tony Curtis, Ernest Borgnine e Janet Leigh – um filme inclusive da Kirk Douglas Production com a direção de Richard Fleischer, além do maravilhoso “20.000 Léguas Submarinas”, também de Richard Fleischer, com ainda James Mason, Paul Lukas e Peter Lorre, todos em papéis marcantes Tem, ainda, Spartacus, também de Stanley Kubrick, ainda com Laurence Olivier, Jean Simmons, Peter Ustinov, Charles Laughton, John Gavin, Tony Curtis e Herbert Lom, em que o seu papel marcou tão bem o personagem que dá nome ao título que há de se ligar a imagem do personagem ao ator. Recentemente, Albert Uderzo o homenageou na obra “A Galera de Obelix” num personagem semelhante.

Kirk Douglas começou a trabalhar no cinema em 1946, graças aos colegas Lauren Bacall e Humphrey Bogart, no filme “O Tempo não Apaga”, de Lewis Milestone, contracenando com Barbara Stanwick, Van Heflin e Blake Edwards numa ponta. Antes desse filme, trabalhava no teatro, com o nome artístico IssurDemsky, para custear seus estudos na universidade, onde também atuava como boxeador. Também, serviu a Marinha Americana durante a Segunda Grande Guerra.

Sua vida teve duas fortes tragédias. Uma foi o acidente de helicóptero em que foi o único sobrevivente, saindo com o corpo queimado. A outra, mais tarde, foi a lamentável morte do seu filho Eric, do segundo casamento.

Ele mantém um forte e dedicado relacionamento familiar e à religião judaica, e, certamente se orgulha do seu primogênito, Michael Douglas, vencedor do Oscar por “Wall Street – Poder e Cobiça” e da nora Catherine Zeta-Jones, vencedora do Oscar por Chicago, como melhor atriz coadjuvantes.

Kirk Douglas não recebeu Oscar como ator, diretor ou produtor atuante, mas sim, um prêmio pelo conjunto de sua obra cinematográfica, das mãos de Steven Spielberg. E foi ele quem entregou o Oscar a Melissa Leo, como atriz coadjuvante em 2011. Contudo, possui uma estrela na calçada da fama e ainda dá nome a uma avenida na Califórnia. Mas já foi indicado ao prêmio pelos filmes “O Invencível”, de Mark Robson, “Assim Estava Escrito”, de Vincent Minnelli, com ainda Lana Turner e Walter Pidgeon, e “Sede de Viver”, em que ele interpreta genialmente o pintor Van Gogh, dividindo a tela com Anthony Quinn, no papel de Gauguin, também sobre a regência de Vincent Minnelli com mais George Cukor.

Sua atuação era marcada com um sorriso farto, nada discreto, cabendo-lhe em geral um papel de fanfarrão – o que não o impediu em brilhar em dramas intimistas ou em tragédias. Mas, sua maior característica é o furo no seu queixo. Isso o fazia ser reconhecido de cara, mesmo se os créditos de ator não aparecessem antes. Com barba, era também fácil saber quem ele era, graças ao físico impecável.
Por tudo isso, tem uma filmografia impressionante, que conta com, além das obras já citadas, outras obras-primas, como “Sem Lei e Sem Alma”, de John Sturges, com Burt Lancaster, no papel de WyattEarp e ele, na pele de DocHolliday, contando ainda com Dennis Hopper, DeForestKelley e Lee Van Cleef. Ainda, temos “Sete Dias de Maio”, de John Frankenheimer, dividindo a tela mais uma vez com Burt Lancaster, mais FredricMarch, Ava Gardner, Edmond O’Brien, que recebeu o Oscar de ator coadjuvante, e Martin Balsam.

Fez um decepcionante “A Primeira Vitória”, de Otto Preminger, em que supera a atuação de John Wayne e sozinho acaba sendo a melhor coisa do filme.

Em outro filme de guerra, esse magnífico, “Paris está em Chamas?” de René Clément, fez o papel do General Patton, dividindo a tela com o que tem de melhor do cinema histórico francês: Jean-Paul Belmondo, Charles Boyer, Jean-Pierre Cassel, Alain Delon e Yves Montand, aparecendo ainda o próprio Charles de Gaulle e mais outros astros como Leslie Caron, Anthony Perkins, Orson Welles, Simone Signoret, GertFröbe, Jean-Louis Trintignant e Glenn Ford, seguindo o roteiro de Gore Vidal e Francis Ford Coppola.

Encerramos aqui com “A Sombra de um Gigante”, de Melville Shavelson, sobre a formação do estado de Israel, em que ele contracena com Selma Berger, Angie Dickinson, Frank Sinatra, John Wayne, seu filho Michael Douglas e YulBrinner.

Esperamos que ele continue trabalhando. Devido a um derrame sofrido em 1996, teve sua fala prejudicada, mas não parece que isso é um impeditivo. Saibamos todos que ele não precisa mais dar exemplo a ninguém. Kirk Douglas, por si, é alguém a ter seus passos seguidos. Questionando-se por que ele escapou do desastre aéreo e os mais jovens não, escalou o Monte Sinai em agradecimento a Deus. Daí, escreveu um livro que se tornou uma referência: “Climbingthe Mountain – MySearch for Meaning” – “Escalando a Montanha – Minha Busca por um Significado”.

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