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Ha 55 anos o petróleo jorrou no Estado do Espírito Santo

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13/05/2022

Por Paulo Cesar Dutra*

No Estado do Espírito Santo o petróleo jorrou pela primeira vez no dia 15 de agosto de 1967. O fato se deu no município de São Mateus e representava o início de novas e promissoras perspectivas econômicas para o Estado. As perspectivas da existência do petróleo no solo capixaba surgiram no ano de 1961, quando a Petrobrás começou a estudar a região. A partir dos estudos, superando-se fases e etapas, a Petrobrás chegou à conclusão de que valeria a tentativa no setor de pesquisa da empresa. Foi então, que em maio de 1967, a Petrobrás chegou à fazenda Ponta, com equipamentos para a instalação de um poço.
Instalados os equipamentos, as atividades de perfuração foram iniciadas e intensificadas dia a dia, com os técnicos da Petrobrás esperando para qualquer momento que o petróleo jorrasse. E jorrou petróleo no Espírito Santo. Isto aconteceu exatamente às 19h55m, do dia 15 de agosto de 1967. Um barulho rouco quase igual a uma trovoada foi surgindo e aumentando de intensidade até a subida vertical do líquido negro no seu primeiro jorro no solo capixaba.
O poço registrou a descoberta quando os trabalhos de perfuração atingiram a uma profundidade de 2.038 metros. O anuncio da descoberta do petróleo na fazenda Ponta, no litoral de São Mateus, deixou à população do município toda eufórica, pois traria riquezas e empregos para a região. Mas para os técnicos da Petrobrás, os festejos da população de São Mateus eram precipitados, uma vez que só com análises poderia ser definida a capacidade de exploração comercial do petróleo ali encontrado. Muito das vezes, o tipo de óleo encontrado não tem qualidade e nem serve para ser comercializado. 
Porém, quatro anos depois da descoberta do petróleo, ou seja, em 1971, os resultados das análises foram positivos se começaram a exploração de campos de extração, com a Petrobrás abrindo e perfurando poços nos municípios de São Mateus, Conceição da Barra e Linhares. E assim, o petróleo começou a ser explorado no Espírito Santo.

Descoberta e alegria

Exatamente no dia 14 de julho de 1972, a Petrobrás anunciava a descoberta de petróleo na região de Barro Novo, em Linhares. A notícia que era esperada pela população a quase seis meses, encheu de alegria aos habitantes da cidade. O petróleo jorrou na sétima perfuração que a empresa realizava no local.

Esta seria a última a ser realizada pela Petrobrás no local e inicialmente constatou-se que a qualidade do petróleo é de alto índice de comercialização. O poço fica próximo a lagoa de Suruaca na localidade de Ipiranga e a perfuração para atingir o lençol petrolífero chegou a uma profundidade de 2.400 metros.

Os trabalhos de perfuração estavam sendo coordenados pelo chefe de produção da Petrobrás, engenheiro Carlos Alberto Rodrigues da Costa. Algumas amostras foram encaminhadas aos técnicosda empresa para   análises iniciais sobre a viscosidade e teor de gás do petróleo encontrado. O primeiro poço de petróleo a jorrar no Espírito Santo foi no dia 22 de maio de 1969, em São Mateus, sendo enchidos 21 barris em apenas 2 horas.

Petróleo produtivo 

Pouco menos de uma semana após a descoberta de petróleo em Linhares, a Petrobrás anunciava, em nota oficial que o poço descoberto era produtivo. Entretanto a mesma nota explicava que as possibilidades de produção somente seriam indicadas após os testes já iniciados em laboratórios. A empresa anunciava ainda que havia sido perfurado com êxito mais um poço em Barro Novo.

A nota oficial distribuída pela Petrobrás era esta: “Quando se encontrava em perfuração o poço 1-RIP-1-A-ESE(Rio Ipiranga), na bacia do Espírito Santo, a uma profundidade entre 2.400 a 2.462 metros, ocorreram bons indícios da existência de hidrocarbonatos, o que motivou a realização de um novo teste de perfuração, que apresentou os seguintes resultados: gás à superfície, após dois minutos e óleo após 37 minutos.

Este é o terceiro poço perfurado na área de Ipiranga, cerca de 40 quilômetros a nordeste de Linhares, no Espírito Santo. Anteriormente haviam sido perfurados outros dois poços, que apresentaram ligeiros indícios de petróleo, motivando a perfuração do terceiro poço, que se revelou produtor de petróleo e gás. A formação produtora do aludido poço é a mesma dos poços no campo da Fazenda Cedro”.

A Petrobrás revelava ainda que o Presidente da República autorizava a companhia panamenha M.S. Drilling S.A a operar na plataforma continental brasileira com embarcações perfuratrizes de reboque e de apoio, de diversas nacionalidades. O decreto presidencial, tornou-se necessário para que tenha validade o contrato celebrado entre a Petrobrás e aquela companhia estrangeira para a perfuração de poços. Na plataforma continental do Espírito Santo a Petrobrás mantém postos de prospecção.

Poço em Linhares

Poucos dias após a descoberta do poço petrolífero de Linhares, a Petrobrás anunciava que as atividades da empresa no Espírito Santo não ficariam limitadas à Fazenda Cedro e ao posto pioneiro de Linhares. Na praia de Guriri, em São Mateus, a Petrobrás anunciava que iria iniciar nova exploração, tanto terrestre como marítima, já que um levantamento inicial indicou a possibilidade de haver mais poços na região.

A Petrobrás não divulgou dados específicos sobre as pesquisas, mas, que rabalhos de prospecção já estavam prontos e as perfurações obedeceriam a um novo esquema: os tubos de comando desceriam verticalmente até determinado ponto e a partir daí seriam desviados em sentido diagonal em direção ao mar.

Na oportunidade, o governador Arthur Carlos Geradth informava que manteve contatos com diretores da Petrobrás a respeito das perfurações e das possibilidades. Entretanto a empresa anunciava que somente após os primeiros testes é que seriam prestados esclarecimentos mais preciosos, quanto aos índices de produção e perspectivas.

Na opinião do governador seria bom que houvesse bastante petróleo no Espírito Santo, pelo menos o suficiente para a instalação de uma refinaria. “A produção diária de 30 mil barris ensejerá a instalação de uma refinaria e isso representará maior desenvolvimento para a economia do Estado”, disse o governador. Na ocasião Arthur Geradth recebeu do deputado estadual Emir de Macedo Gomes (Arena de Linhares), uma garrafa contendo óleo extraído na região do Ipiranga, no dia 14 de julho de 1972.
Em Linhares a descoberto de petróleo trouxe uma euforia muito grande à população. Na localidade de Barro Novo a movimentação aumentou bastante, principalmente aos a divulgação pela imprensa da descoberta, quando a população da localidade tomou ciência de valor e da importância do fato. Os comentários eram de que a descoberta e a extração abrigariam frentes de trabalho, com a utilização da mão-de-obra local.

ES na era do petróleo

O Espírito Santo entrava oficialmente na era do petróleo no ano de 1972, mais precisamente no mês de março, com o anúncio do então presidente da Petrobrás, general Ernesto Geisel, durante a realização de uma assembleia geral da empresa. O anúncio foi feito diante dos resultados positivos obtidos com o poço da fazenda Cedro, em São Mateus.

Informava-se na época que o poço tinha uma capacidade produtiva de 1.500 barris diários, abrindo novas perspectivas favoráveis em áreas adjacentes. Era também o primeiro resultado positivo obtido na bacia sedimentar da região do Estado.

Segundo o general Ernesto Geisel, a descoberta revelou somente no poço da fazenda Cedro dois intervalos deóleo e que testes ali realizados indicavam uma capacidade altamente rentável. Disse o general Geisel que os técnicos da empresa admitiam novas perspectivas favoráveis em áreas próximas, cuja confirmação não deveria tardar.

Para o então governador Arthur Carlos Gerhardt Santos, a notícia partindo da fonte que partiu, ou seja, do presidente da Petrobrás, mostrava o potencial que o Espírito Santo representava no contexto nacional. “O nosso Estado tem no petróleo uma realidade emergente e dá margem a expectativas ainda maiores”, disse Arthur Santos. Para o governador a notícia era uma afirmação de confiança que tinham em relação ao futuro da economia do Estado, a partir daquela data incorporado ao contexto e a realidade da exploração petrolífera.

Na íntegra as palavras do governador Arthur Santos. “A notícia sobre as possibilidades petrolíferas do Espírito Santo, divulgadas pelo presidente da Petrobrás, general Ernesto Geisel, na assembleia geral da empresa é a afirmação da confiança que temos em relação ao futuro da economia do estado. Trata-se da garantia de benefícios diretos e indiretos para os capixabas o que nos dá infraestrutura para o prosseguimento de nossos planos de promoção humana, e certamente de mais um ponto para o desenvolvimento do país. Os 1.500m barris diários do poço da fazenda Cedro, produzidos inicialmente não se superam as previsões como também são motivos de expectativas ainda melhores”.

Êxito na perfuração 

Em 1975, a Petrobrás anunciava o êxito obtido na perfuração de um poço pioneiro no Espírito Santo. Animada com o êxito, a empresa já decidiu e escolheu um local para fazer um segundo furo nesta mesma localidade. O poço descoberto revelou uma vazão diária de 600 barris diários.

Segundo a Petrobrás, em 1974, o Espírito Santo produziu 1 milhão 396 mil barris de petróleo, 2,2% do volume global do país. No mar a plataforma Neptume-I na altura da foz do rio Doce, testa a locação ES-22, à procura de uma formação calcária que, acredita-se tem a mesma idade geográfica daquela que contem hidrocarbonato no litoral de Campos, no Rio de Janeiro.
 
Petróleo dos dinossauros

O petróleo, que tem sua origem na época dos dinossauros, começou a ser formado, no Espírito Santo, há 120 milhões de anos, segundo cálculos da Petrobras. No período jurássico, o litoral brasileiro era formado por grandes lagos que, com a movimentação e separação dos continentes, ao longo dos anos, foi se transformando em mar. Estes enormes lagos eram de água doce. Com a subida do oceano Atlântico, vindo pelo Sul, da região que hoje é a Argentina, em direção ao Norte do Brasil, a água ficou salgada e, com o tempo, virou o grande oceano, repleto de vida marinha e de sedimentos lacustres – dos lagos – e continentais.
No mar, com a decomposição do material orgânico, proveniente de algas, peixes e outros animais e vegetais do continente, esses nutrientes foram se acumulando no fundo do mar. Após vários anos, passando por soterramentos e deslocamentos tectônicos (da crosta da terra), eles foram alojados em grandes profundidades do subsolo e, com o calor do fundo da Terra, se transformaram em petróleo e gás natural.
O relevo do litoral capixaba, onde há um dos maiores registros de descobertas de petróleo e gás natural do país, possui pelo menos três característica geológicas: rochas vulcânica, no extremo Norte, na fronteira com a Bahia; áreas com domos (jazidas) de sal, na Foz do Rio Doce, e áreas vulcânicas, salinas e arenosas, na Bacia de Campos, que abrange o Sul do Estado e Norte do Rio de Janeiro.
A região vulcânica é a mais difícil de ser pesquisada. A tecnologia empregada em estudos do fundo do mar, denominada sísmica 3D (terceira dimensão), apresenta dificuldade para penetrar em subsolo com esta característica.
Por outro lado, os terrenos com incidência de sal e de areia têm mais facilidade de ocorrer petróleo, pois se tornam reservatórios naturais de óleo e gás. A bacia de Campos tem estas características. 

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