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O Estouro que Mudou a Vida de Milhares

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15/11/2015

Da Redação

A Samarco é uma empresa que faturou em 2014 (segundo seu relatório)  R$ 7,6 bilhões, gerando um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões. Emprega diretamente cerca de 3 mil empregados e outros 3,5 contratados. Desembolso de R$ 88,4 milhões em investimentos ambientais e R$ 10,4 milhões em investimentos socioinstitucionais.  Suas áreas de mineração situam-se em Mariana, MG, e de beneficiamento e terminal portuário em Anchieta, ES. Entre as duas localizações 400 km de minerodutos que usam água como meio de transporte.  

Portanto, tem influência sobre dezenas de municípios, milhares de pessoas, algumas diretamente porque trabalham no negócio outras porque são beneficiárias de serviços públicos proporcionados pela receita derivada de sua presença. A atividade não é grande geradora de impostos para o estado e município, mas, seu tamanho no PIB municipal, influencia o índice de participação no ICMS. A atividade de mineração tem também significativa interação com o meio ambiente, particularmente com os cursos d’água, por conta das barragens para rejeitos e, neste caso, com o volume desviado por dutos para o transporte do minério. 

Seu relatório referente a 2014 era bem otimista em razão do início de operação da quarta usina. Mas seu presidente, encerrou a apresentação do relatório com uma frase que parecia antever a tragédia: “.....2015 será um ano de mudanças – para melhor – na forma com que conduzimos nossos negócios. Lidaremos com as adversidades com altivez e preservaremos nossa reputação e responsabilidade, para nos diferenciarmos e consolidarmos como uma empresa em conexão estreita com o mercado e a sociedade.”

Há poucas semanas de encerrar o ano de 2015 que transcorria dentro das previsões elaboradas, o acidente mudou tudo, não só para a Samarco e seu colaboradores. A Samarco exibia até então selo de referência na área ambiental e social. Mesmo assim aconteceu e a grande dimensão da tragédia colocará todo o setor de mineração em alerta. Fundão era a maior barragem de rejeitos do mundocom 40 anos de existência e passava por obras de ampliação de sua capacidade. Agora fica a pergunta do senso comum: não seria o caso de obras de desativação?

Certamente o rompimento tem causas múltiplas e geradas durante os anos de sua existência, mas é aquele momento do dia 5 de novembro que ficará marcado para milhares de pessoas,  fauna e flora.

Obviamente no imediato, que na verdade durará algumas semanas, a prioridade absoluta será o atendimento às vítimas. Órgão públicos, empresa,  suas empresas-sócias e voluntários formaram um exército com apoio de variados equipamentos para buscas aos desaparecidos e atendimento aos desabrigados.  

Em seguida a apuração de causas e responsáveis tem que ser rigorosa, exatamente na medida que parece ser o maior acidente ambiental que temos notícias no Brasil. Terá que ter conseqüências sobre os protocolos de licenciamentos, de fiscalização, de monitoramentos técnicos, gerenciamento de riscos, alarmes preventivos e de possíveis maneiras de controle de um eventual acidente. No caso presente, vê-se que a mistura água-lama percorre quilômetros de rios e chegará ao mar sem qualquer tentativa de contenção.

De outro lado o mercado, que é implacável, já começa com seus movimentos defensivos. Ações da Vale (sócia da Samarco) tiveram movimentos de queda,embora hoje (11/11) mostre recuperação;  A Agência Moody’s de classificação de risco anunciou ontem o rebaixamento da nota da Samarco, um degrau abaixo do chamado grau de investimento, espécie de selo de bom pagador de dívida. E manterá em aberto a possibilidade de novas avaliações conforme avance o levantamentos dos danos; o mercado de minério, antes ofertante, já avalia que haverá mais equilíbrio com cerca de 30 milhões de toneladas a menos na oferta até segunda ordem. Novos investimentos no setor de mineração, atualmente nas pranchetas, serão adiados até conhecimento das conseqüências sobre as normas regulatória que  também encarecerão os processos.

Do lado regulatório, já se espera mudanças nos procedimentos dos licenciamentos a começar pelos investimentos da área mineral. A sociedade com toda propriedade pressionará para maiores exigências nos processos de concessão de licenciamento e, também, para que as instituições públicas com responsabilidade neste campo sejam levadas mais a sério, com mais independência, corpo técnico melhor remunerado e mais qualificado.

A Samarco além de uma coletiva de imprensa realizada ontem (10/11), produz comunicados com detalhes das providências em andamento. Transcrevemos os três últimos,até o momento do encerramento desta nota:

Comunicado 6

Atendimento às comunidades

Temos oferecido todo o apoio necessário às comunidades,  disponibilizando água, cestas básicas, itens de higiene pessoal, material e equipamentos de limpeza, caminhões-pipa e ração animal.

Em Barra longa, por exemplo, as 21 pessoas desabrigadas já estão acomodadas e fizemos a distribuição de 300 cestas básicas, 8 mil litros de água potável, materiais de limpeza e 1.000 colchões. O serviço de limpeza do município e a abertura da estrada foram iniciados com o apoio de três caminhões basculantes, carregadeira, retroescavadeira e três caminhões-pipa fornecidos pela Samarco.

Plano de resposta de emergência

Conforme prevê o plano de resposta de emergência da barragem, solicitado pela defesa civil, a Samarco iniciou ontem a comunicação presencial com as comunidades, informando que, de forma preventiva, foram mobilizadas caminhonetes com sirene, disponíveis 24 horas por dia, para alertar sobre qualquer necessidade. Foram avisadas as comunidades de Camargos, Pedras, Paracatu de Baixo, Paracatu de Cima, em Mariana, e a comunidade de Gesteira, no município de Barra Longa.

Comunicado 7 (11/11/2015)

Samarco inicia intervenção preventiva na área das barragens

Entre as medidas adicionais de monitoramento e segurança que a Samarco vem tomando, a empresa inicia nesta quarta-feira, 11 de novembro, uma mobilização para realizar intervenções nas estruturas remanescentes das áreas de barragens, as quais vão proporcionar maior grau de estabilidade, mitigando efeitos decorrentes do rompimento e prevenindo eventuais problemas futuros. Portanto, as autoridades competentes recomendam a restrição do acesso à área impactada.
Reforçamos que a Samarco, juntamente com os órgãos públicos, continua absolutamente mobilizada para atuar no resgate e acolhimento aos impactados.

Comunicado 8 (11/11/2015

Estão circulando alguns boatos, especialmente nas redes sociais, a respeito da instabilidade da Barragem de Germano, em Mariana (MG). A Samarco reitera que todos os seus mecanismos de controle não apontam qualquer indício de abalo na estrutura.



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