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Por Falar Em Natal…

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21/12/2015

Por: Nancy Araújo de Souza

       Para nós, cristãos, falar de Natal é muito fácil. Basta lembrar o significado da data mais importante do calendário religioso e nos enchemos de alegrias e esperanças. Esquecemos as palavras tristes do nosso vocabulário e passamos a dar destaque àquelas mais apropriadas aos encontros e reencontros familiares tais como amor, tolerância, amizade, etc. que por vezes, esquecemos durante o ano. Preparamo-nos para dar e receber presentes, para esquecer desavenças, para nos sentarmos ao redor de uma mesa  onde nos fartamos de comidas deliciosas, regadas a vinho, tudo em nome de Jesus, o aniversariante. 

     Quando a festa termina, nos despedimos desejando nos encontrar com mais frequência e retomamos nossa vida até o próximo encontro natalino. Então novamente repetimos as mesmas desculpas por não nos encontrarmos durante o ano. Sempre a falta de tempo, excesso de trabalho, essas explicações que todos entendem. O Natal é uma data mágica. Aproxima pessoas, reaproxima outras, tudo é só felicidade e festa por algum tempo.

     Talvez não seja nada disso e eu esteja sem assunto para escrever, mas ninguém passa indiferente pelo Natal. A data pode ser entendida de várias maneiras. Para algumas pessoas o Natal é felicidade e comemoração; para outras é ocasião de tristeza pela ausência de alguém, ou outras razões pessoais. Também pode ser considerada apenas uma data comercial, onde o capitalismo exibe seu poder com mais vigor estimulando o consumo desenfreado em nome de um aniversariante de quem poucos se lembram nas comemorações. Também serve de desculpa para o consumista se endividar comprometendo as finanças  do próximo ano. Ainda pode ser apenas uma ocasião para comer e beber tudo a que tem direito, como despedida, quem no dia seguinte pretende iniciar uma rígida dieta para conquistar o corpo perfeito que vai exibir nas férias de verão.
  
      A data é boa mesmo para as crianças. É considerada até melhor do que o aniversário, porque na maioria das vezes Papai Noel traz o presente escolhido e pedido na cartinha, enviada com bastante antecedência porque ele tem muito trabalho e tantos pedidos para atender. Antigamente, os presentes eram mais simples, as crianças mais prudentes, obedientes e acreditavam que o Papai Noel nem sempre lhes podia  fazer a vontade em razão das dificuldades com operários na fábrica, problema com as renas  ou com o trenó, explicações sem direito a questionamentos . Hoje é mais difícil convencê-las, são muito espertas, exigentes, sabem que podem argumentar quando precisam fazer valer sua vontade.

        Na verdade em qualquer época houve crianças difíceis de aceitar uma desculpa. Eu fui uma dessas e assim deixei de acreditar em Papai Noel. Uma vez eu não fui atendida no pedido que fiz e fiquei muito brava. Queria uma boneca que vi numa loja e disse isso na cartinha. Não ganhei. Quando acordei, não a encontrando, fiquei brava, xinguei, esbravejei, joguei no quintal os outros presentes e fui chorar no meu refúgio, atrás da porta do quarto. Minha mãe queria me dar uma surra, mas foi impedida por meu pai. Ainda não havia a “Lei da Palmada” mas era Natal. Recusei-me a  ir para a mesa do almoço e tanto chorei que meu pai me levou à casa do comerciante que abriu a loja para ele comprar a boneca. Diga-se de  passagem, era uma boneca bem feia, de massa de papelão, com um vestido de papel crepom roxo e vermelho, mas eu me apaixonei por ela e a tive durante bom tempo até quando resolvi dar-lhe um banho e ela se desfez…

        Com minha filha não foi diferente. Acreditou como eu, em Papai Noel até grandinha. Acho que aqui no prédio ela foi a última a saber a verdade porque os amiguinhos contaram. Desde que ela era muito pequena ensinei que o Papai Noel apenas entregava os presentes que a família comprava. Não adiantava pedir o que eu não pudesse comprar. Conversávamos sobre os pedidos que ela poderia fazer nas cartinhas que rabiscava antes mesmo de saber escrever e depois de alfabetizada. Sua última carta ao Papai Noel ainda  guardo. Nunca exigiu nada que eu não pudesse lhe dar, por isso teve tudo o que quis, velotrol, bicicleta, bonecas, jogos, livros, etc. que eu escondia no carro e buscava depois que ela adormecia.

      O Papai Noel da minha filha morava nas nuvens e buscava nas lojas os presentes deixando-os na árvore na noite de Natal. Ela  sempre aceitou minhas explicações para o bom velhinho não cair das nuvens onde morava com as renas e o trenó. Nas noites de chuva  ela ficava preocupada, mas eu sempre inventava uma maneira de proteger Papai Noel. O céu é grande demais e ele certamente devia estar em outra região bem distante da chuva. Mãe não costuma mentir| 
 
       Ainda hoje, me lembro com muita ternura o que ocorreu em sua primeira viagem de avião quando fomos passar férias em Salvador. Após a decolagem, ainda era o aeroporto da Pampulha, mostrei-lhe a cidade sumindo lá em baixo e ela muito atenta. Quando BH desapareceu, notei que ela estava  bastante inquieta na poltrona, olhando pela janelinha como se procurasse algo. Só nuvem. Não dei importância, peguei uma revista para folhe-ar e estava distraída quando  senti que ela me puxava o braço, e aquela coisinha que ainda não tinha cinco anos perguntou baixinho com os olhos arregalados: Mamãe, cadê o Papai Noel ?

         Que o Natal seja uma data feliz para todos e o aniversariante mais importante do dia lembrado com amor.

Eliezer Batista Ligou A Vale Ao Resto Do Mundo

Galgando vários postos ao longo de sua carreira, até ser nomeado presidente da mineradora coube a ele transformar..


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