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Perdendo o Juízo

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09/05/2016 - por Nancy Araújo de Souza

Há coisas que nunca deveriam sair de moda, são bens de inestimável valor como educação, delicadeza, honestidade, respeito, amizade, compreensão, tolerância, trabalho, estudo,etc. Quando estes valores são esquecidos as pessoas perdem a noção do certo e do errado e o mundo parece que vira de pernas para o ar.  Algumas não têm mesmo conhecimento desses valores em razão de perturbações mentais, psicológicas, emocionais, ou sei lá mais o quê, que não posso explicar por não ter conhecimento do assunto. É matéria para psiquiatras e psicólogos que conhecem e entendem a mente e os sentimentos humanos. 

E como explicar que pessoas consideradas equilibradas, corretas, ou que deveriam ser, agem de maneira desequilibrada causando espanto àquelas que nunca imaginaram vê-las em situações tão embaraçosas, para dizer o mínimo? Essas atitudes infelizes e muitas vezes infamantes agridem e envergonham  quem ainda preza determinados  valores. É o que se chama hoje em dia de “vergonha alheia”.  

Há um ditado popular que diz que “de médico e de louco todos nós temos um pouco” e em outra versão “de poeta e de louco todos temos um pouco”. Não sei se temos um pouco de médico e de poeta, mas de louco, já estou pensando que temos, sim. Acho que cada pessoa tem o direito a alguns momentos de maluquice, principalmente na juventude. Cada um sabe de si, mas eu estou ficando preocupada com algumas das minhas atitudes. Tenho tido alguns rompantes que depois me deixam aflita e inquieta quanto a minha sanidade mental.

Se por acaso, eu perder completamente o juízo, preferiria ser uma louca mansa como a Batista que conheci quando criança. Na minha cidade havia alguns loucos mansos que conviviam pacificamente com os moradores e não lhes causavam nenhum mal. Não conheci  um deles, nem de seu nome tenho lembrança mas sei, de ouvir dizer, que gostava de discursar. Qualquer  ajuntamento de pessoas era uma boa ocasião para ele fazer seus pronunciamentos ininteligíveis. Discursava na praça, nos comícios, nos aniversários, casamentos,  velórios, de pessoas conhecidas ou não. Chegava, entrava e soltava o verbo. Sua preferência eram os velórios e enterros. Ninguém o impedia, ele chegava perto do caixão, falava e ia-se embora. Era manso. Hoje vejo alguns políticos que se parecem com este louco manso da minha terá, falam coisas ininteligíveis para pessoas pouco lúcidas.

 Havia outros, o Arcanjo, seu Luís da Mula Manca e a Batista de quem me lembro bem. Era uma moça bonita, de família conhecida, calma e educada. Não sei se  normalmente ela era insana, ou se apenas tinha períodos em que “saía do ar “. Saía bem vestida pelas ruas e ia colhendo flores nos jardins das casas. Só isso, não causava dano nem era violenta. Trazia os braços carregados de flores e as pessoas não se importavam  quando ela entrava nos jardins para colher flores e sair. Não era de conversa. Tive oportunidade de vê-la algumas vezes andando abraçada aos buquês coloridos. Era uma figura bonita, digna de um quadro. Até imagino que devia ser seguida por lindas e coloridas borboletas, mas aí já é maluquice minha.

Por isso digo que se um dia eu perder o juízo quero ser como a Batista, colhendo flores nos jardins e sendo seguida por borboletas coloridas, não desejo jamais envergonhar familiares, amigos, conterrâneos nem quem quer que seja com atitudes que possam envergonhá-los. Já fiz algumas maluquices na vida, nada de envergonhar ninguém, tenho quase certeza.

Atualmente chego a pensar que estou perdendo a sanidade mental quando vejo pessoas fazendo tantas loucuras, que me tiram do sério e me fazem ter desejos de arrancar os cabelos e sair gritando, ou de quebrar a televisão.

 Vejo Excelências se estapeando, xingando, agredindo, chamando para “cair no braço”, como faziam as crianças na minha terra. Pessoas  cuspindo nas outras e achando isso normal e bonito. Estudantes que deveriam estar nas salas de aula, estão invadindo escolas e impedindo aqueles que querem estudar. Professores queimando livros na rua! Professores queimando livros!!! Aí acho que estou doida mesmo...e tenho receio de ficar louca perigosa como essa gente. Essa gente que esqueceu ou nunca conheceu  os valores para uma convivência em sociedade, que hoje sai quebrando e incendiando tudo para mostrar sua insatisfação com qualquer coisa. Gente que não trabalha, não planta e invade propriedades, destrói plantações, mata o gado para comemorar com churrasco. Gente que depreda o patrimônio público. Gente que sai às ruas pedindo Democracia mas que adora uma ditadura e ameaça incendiar o país após o impedimento da Presidente. Gente que  nunca viveu numa ditadura…

Gente que abaixa as calças e mostra o traseiro como forma de contestação.  Aí eu acho que estou ficando louca mesmo. O que penso dessa gente é impublicável. Quando vi a foto, por pouco não tive um troço ao ver que havia mulheres naquela ação indigna. Depois sentem-se ofendidas quando chamadas de nomes feios. Acho que essas mulheres  que contestam mostrando o que não devem são as mesmas que ridicularizam e zombam daquela “bela recatada e do lar, Deve ser pura inveja., não tem explicação. Eu devo estar mesmo  muito doida, porque acho muito  mais digno para uma mulher ser “do lar” coisa que nunca fui, do que mostrar a bunda em praça pública, isso nunca farei. Prefiro ser uma louca mansa colhendo flores nos jardins alheios como a Batista e quando alguém se referir a mim dizendo: “Coitada!”  Eu vou retrucar: “Coitada, não! Eu sou a Santa Joana    D` Arc,  Rainha da Coroa Imperial! “ 

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