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ES Tem a Maior % de Descendentes de Italianos do Brasil

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21/08/2018 - por Paulo César Dutra

O Espírito Santo abriga uma das maiores colônias italianas do Brasil. Os imigrantes foram atraídos para o estado a fim de ocupar inicialmente a região das serras. Os imigrantes foram obrigados a enfrentar a mata virgem e foram abandonados pelo governo à própria sorte. A situação de miséria vivida por muitos colonos fez com que, em 1895, o governo italiano proibisse a emigração de seus cidadãos para o Espírito Santo. De qualquer forma, a contribuição italiana para a cultura e economia do estado foi de fundamental importância e, hoje, o estado possui a maior porcentagem de ítalo-descendentes do Brasil, atualmente prósperos na Capital ou nas cidades do interior, onde mantêm as tradições seculares de seus antepassados.

Devido ao isolamento de mais de um século, as colônias italianas do interior do Espírito Santo ainda mantêm costumes dos imigrantes e muitos dos descendentes ainda falam dialetos italianos.

Atualmente, vivem no Espírito Santo mais de dois milhoes de italianos e descendentes, já bastante miscigenados com descendentes de outros povos, representando cerca de 65% da população do estado. É comum encontrar no estado pessoas com um sobrenome italiano e outro derivado de alguma outra região, como a Alemanha, a Pomerânia, o Líbano, Portugal e Espanha. No estado foi maior a miscigenação de italianos com alemães pois quando o Brasil ingressou na segunda guerra mundial, Getúlio Vargas deixou estritamente proibida a fluência do idioma alemão, e no Estado haviam colônias que ainda o falavam. Para assimilar o idioma foram reforçados pelo governo casamentos entre italianos e alemães, sendo assim, muito forte no Espírito Santo, a união dessas culturas. Também encontrasse no Espírito Santo descendentes de italianos miscigenados com outras etnias, provenientes da África e do Oriente Médio, apesar da miscigenação de italianos com estes ter sido menor do que a com alemães, sendo fácil assim, encontrar capixabas que podem ser classificados tanto como ítalo-capixabas como teuto-capixabas, tendo ancestralidade de ambas as regiões

No Espírito Santo, os principais imigrantes de origem germânica foram os Prussianos e os Pomeranos (provenientes de uma extinta nação entre à Alemanha e a Polônia), foram os primeiros imigrantes à chegar ao estado (quase 50 anos antes dos Italianos), seus fluxos imigratórios se estenderam de 1846 até 1879, se estabeleceram principalmente no Centro-Sul do Estado, a primeira colônia fundada foi a de Santa Isabel , cuja sede, denominada pelos primeiros alemães de Campinho, foi construída a primeira igreja luterana da América do Sul. A imigração alemã no Espírito Santo é pequena ao se comparar com, por exemplo, a dos italianos, enquanto 65% da população do estado é de ascendência Italiana, apenas 5% da população é de ascendência germânica.
 
As Regiões de origem dos italianos entrados no Espírito Santo entre1840 e 1973 são:
A do Vêneto com 9.486 registros; da Lombardia com 4.751; do Trentino-Alto Adige  com 3.213; da  Emilia-Romanha com 2.416 10,03; de Piemonte com 1.235; de Friuli-Venezia Giulia com 989;  De outras regiões com 2.005 e que não consta com 12.571, num total de 36.666 italianos. Ou seja, encontram-se, no Espírito Santo, representantes de todas as regiões da Itália, mas a preponderância é para aquelas do norte (Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto Ádige, Emilia-Romagna, Piemonte, Friuli-Venezia Giulia, Liguria e Vale d’Aosta), que, juntas, forneceram 92% dos imigrantes. As regiões do centro contribuíram com 6% e as do sul, com 2% dos italianos.

De acordo com o historiador Angelo Trento, no Espírito Santo foi-se usado o mesmo modelo de colonização do sul, mas sem os mesmos resultados. Até 1891, não emigravam mais de 200 italianos anualmente para esse estado. O fluxo cresceu nos anos seguintes, sendo registrada a entrada de 476 italianos em 1892, número que saltou para 2.406 em 1893. Esses italianos vinham se empregar em obras públicas e, quando estas foram terminando, alguns ficaram na capital, enquanto que a maioria se empregou nas fazendas. A companhia de imigração La Veloce instituiu uma linha direta Gênova-Vitória, com navio partindo mensalmente. Isso garantiu um fluxo apreciável de imigrantes, tanto que em 1894 chegaram 3 215 italianos e, em 1895, mais 4 575 pessoas. Com esses imigrantes foi-se tentada a colonização da região do Rio Doce, mas com resultados desastrosos. Deu-se um surto de cólera no sul do estado, o que fez o governo italiano suspender temporariamente as operações de embarque em direção a Vitória, por meio do decreto de 20 de julho de 1895. Em decorrência das dificuldades financeiras do estado, a imigração no Espírito Santo praticamente acabou a partir de 1896. O número de italianos no estado, estimados em 20 mil pessoas em 1895, ficou estagnado até a primeira década do século XX, vindo a cair progressivamente a partir de então. 

Entre 1812 e 1900, entraram no estado do Espírito Santo 46,885 imigrantes, dos quais 34.925 eram italianos, ou seja, 75% do total. Após o ano de 1900, o fluxo de entrada diminuiu consideravelmente, comparando-se com o século anterior. Até 1973 registrou-se a o número de 1.633 indivíduos.

Do Vêneto, as províncias que mais mandaram imigrantes para o estado foram Treviso (31%) e Verona (28%). Já os imigrantes lombardos vieram de diversas províncias, mas sobretudo de Mântua (24%) e Cremona e Bérgamo com 20% cada. Por outro lado, os colonos oriundos do Trentino-Alto Adige vieram quase que exclusivamente da província de Trento (96,2%), em especial das comunas de Levico Terme e frações (17,40%) e de Novaledo (11,78%). Os imigrantes vindos da Emília-Romanha também provinham de diversas províncias, com destaque para Bolonha (24,10%), Módena (19,36%) e Parma (17,58%).[5]

De maneira geral, as cinco províncias italianas que mais forneceram imigrantes para o Espírito Santo foram: Trento (2.801 imigrantes), Treviso (2.615), Verona (2.325), Vicenza (1.060) e Mântua (1.033). 94,81% dos imigrantes embarcaram no porto de Gênova, no Norte da Itália; 4,51% no porto de Le Havre, na França, enquanto que o resto embarcou no porto de Buenos Aires (Argentina), de Nápoles (Sul da Itália) e de Marselha (França). 68% dos imigrantes vieram diretamente da Europa, 31% fizeram escala no porto do Rio de Janeiro e 1% veio de Buenos Aires.


 

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