1. capa
  2. Negócios
  3. Economia
  4. Política
  5. Ambiental
  6. Cidades
  7. Opiniões
  8. Cultura
  9. Oportunidades
  10. vídeos

A Vida Em Paris, ABC Do Viajante: 5 Diferenças Entre a França e o Brasil

enviar por email

09/10/2019

Por: Raíza França*
 
Como evitar possíveis choques culturais?
Eu nasci e cresci no Brasil. Foi apenas após meus vinte e poucos anos que decidi vir morar na França. Muita gente acha que se falamos fluentemente a língua do país no qual vamos morar não encontraremos nenhuma dificuldade. Sinto informar que não é bem assim. É claro que poder se comunicar e interagir com as pessoas nativas do país é algo que ajuda muito, mas mesmo com a barreira da língua ultrapassada, ainda assim corremos o risco de sofrer pequenos choques culturais.

Eis aqui, algumas das maiores diferenças, que eu notei entre a França e o Brasil: 

1. Refeições:
Comecemos pelo café da manhã… Na região de onde eu sou no Brasil, dizemos que o café da manhã é a refeição mais importante do dia, já que é com ela que damos início as nossas jornadas diárias. Enquanto brasileiro.a.s costumam tomar um café da manhã bem reforçado – com direito a pães, bolos, frutas, cereais, queijo, presunto, ovos e mais – francese.a.s preferem um café da manhã mais leve e sem muita mistura de sabores doces e salgados. Se você sair para tomar o café da manhã fora de casa, verá que a maioria dos estabelecimentos oferece uma formule básica que consiste de um croissant, um pain au chocolat, uma bebida quente (café, chá ou chocolate quente) e um suco. Falando nisso, já leu o nosso artigo sobre essas gostosuras que compõem o café da manhã francês? Se não, é só clicar aqui.

Já o almoço é uma refeição que costuma trazer mais opções. Além das alternativas mais práticas e rápidas como sanduíches, pizzas, crepes e saladas, a França nos abre um leque imenso dos mais variados e gostosos pratos. Já ouviu falar em ratatouille? Gratin dauphinois? Tartiflette? Coq au vin? Você não pode ir embora do país sem provar essas delícias. O bacana é que aqui também temos acesso a vários pratos da culinária de países vizinhos, então não é difícil achar restaurantes que ofereçam risotto, paella, couscous… 

Uma coisa que achei muito curiosa é o fato de que, em muitos locais, queijos geralmente são servidos após o prato principal como uma espécie de “pré-sobremesa”. A França possui mais de 1000 tipos diferentes de queijos, então nem preciso dizer que a variedade é grande.

2. Vamos ao restaurante?
Quem não gosta de comer fora, não é? É uma experiência super agradável e poder descobrir sabores da cozinha local quando estamos viajando é, na minha opinião, uma das melhores partes de qualquer viagem. Mas a dinâmica da ida a restaurantes no Brasil é bem diferente da França.

Primeiramente, quando entramos em um restaurante aqui, não devemos ir logo nos sentando em qualquer mesa de nossa escolha. Como muitos restaurantes trabalham com um sistema de reservas, algumas mesas do salão já podem estar reservadas para clientes que virão mais tarde. O correto é esperar a.o anfitriã.o vir nos recepcionar, indicar a quantidade de pessoas do nosso grupo e aguardar que nos levem à nossa mesa.

A refeição completa aqui geralmente se divide em entrée (entrada), plat principal (prato principal) e dessert (sobremesa). A bebida mais consumida durante as refeições costuma ser o vinho, mas se você não quer gastar dinheiro com bebidas, basta pedir uma carafe d’eau 〈 carráf dô 〉, pois aqui a água da torneira é potável e pode ser consumida gratuitamente em qualquer estabelecimento.

Se você entrar em um local apenas para tomar um cafezinho ou alguma outra bebida, pode ser que o preço varie em função de se você pretende consumir a bebida no balcão ou se prefere sentar em uma mesa. Consumir no balcão geralmente sai mais barato. Mas não vale pedir a bebida no balcão e depois ir sentar em uma mesa, tá bom?

3. Olha a hora!
Sabia que aqui na França, nós, brasileiros (as), temos fama de estarmos sempre atrasado.a.s para tudo? Talvez seja porque no Brasil somos mais flexíveis com relação a horários. Cuidado, pois aqui na França isso é um erro grave. Se você fizer uma reserva em um restaurante para as 21h, nem pense em chegar às 21h15. É melhor ser pontual para não correr o risco de ouvir reclamações ou até mesmo de perder a sua vez.

Outra coisa que é observada com bastante precisão por aqui é o horário de encerramento de serviços. A grande maioria das lojas e mercados, por exemplo, costuma ficar aberta até às 19h ou 20h e pode ter certeza que mais ou menos 15 minutos antes do encerramento, os megafones e/ou atendentes estarão anunciando que todo.a.s o.a.s clientes devem se dirigir aos caixas.

Nos domingos, muitos dos comércios fecham, então se tiver planos de sair de casa, é bom verificar na internet se o local ao qual você quer ir estará aberto.

4. Carro, pra que te quero?
Em um país enorme como o Brasil, é normal que tudo fique um pouco mais longe e que, por consequência, acabemos ficando bem dependentes de carros. Porém, aqui na França, ter carro nem sempre é mais prático. O estacionamento nas ruas costuma ser pago e muitas cidades dão mais prioridade a.o pedestre, fazendo com a que a circulação de veículos em partes como, por exemplo, o centro histórico seja mais difícil.

Olhando pelo lado bom, quanto menos carros nas ruas, menos poluição no nosso planeta. Também não há motivos para se preocupar, pois aqui os sistemas de transporte público funcionam muito bem. O de Paris está entre os cinco melhores do mundo!

5. Conceitos de educação
Na França e no Brasil, parecemos ter conceitos um tanto distintos do que significa ser uma pessoa bem educada. Um dos maiores choques culturais que enfrentei foi com relação a isso. Quando vim morar na França, tive que resolver muitas questões burocráticas e administrativas e sempre que eu tinha que lidar com as pessoas dessas áreas, eu saía achando que elas eram muito rudes! Com o tempo, fui aprendendo que não é bem assim. O fato é que aqui, as pessoas costumam ser mais diretas; elas não perdem tempo e preferem sempre ir direto ao ponto.

Por outro lado, no Brasil, às vezes nos esquecemos das cordialidades diárias nas nossas interações com outras pessoas. Aqui na França, isso é inadmissível. Se esquecermos de cumprimentar, pedir “por favor” e agradecer às pessoas, é certo que seremos vistos como mal educado (as). Da próxima vez que você pegar um ônibus em alguma cidade francesa, pode observar que em cada parada, as pessoas que descem do transporte sempre se despedem do.a motorista com um “merci, au revoir !” (Obrigado.a, até a próxima!)

Não quer correr o risco de dar uma de mal educado (a) durante sua visita a Paris? 
Então, dá uma lida no  artigo abaixo:

A vida em Paris, ABC do viajante, não faça...
Educação & Cortesia

Por Raíza França
  
“Respeito é bom e todo mundo gosta”, já diz o ditado. Educação não fica para trás. Quando estamos em um outro país, é importante prestar um pouco mais de atenção à forma que nos comportamos para não corrermos o risco de acidentalmente ofender ou tratar alguém mal. É importante ressaltar que aqui na França, educação, cortesia e boa conduta são qualidades altamente admiradas e exigidas de toda e qualquer pessoa – até mesmo de turistas e estrangeiro.a.s.

Para evitar que você cometa alguma gafe e receba olhares tortos e/ou comentários indesejados de parisienses, reunimos aqui algumas regrinhas básicas de boa educação que todo.a francês.a esperará de você.

Os “faça e não faça” da etiqueta em Paris
Bonjour ! S’il vous plaît ! Merci ! Au revoir !

Parece até bobagem ressaltar uma coisa dessas, mas às vezes, com a correria do dia-a-dia, acabamos esquecendo daquelas básicas fórmulas de gentileza e cumprimentos que nos ensinam quando somos crianças. Porém, se quiser evitar que lhe tratem de forma ríspida, é melhor não esquecer dessas regras por aqui. Ao abordar qualquer pessoa ou entrar em lojas e restaurantes, é importante cumprimentar todo mundo tanto na chegada, quanto na saída, nunca esquecendo de pedir “por favor” e agradecer aos que lhe estão prestando qualquer tipo de serviço. Não ache esquisito se vir alguém entrar numa loja e proferir um “bom dia” sem nenhum receptor específico aparente; trata-se apenas da forma mais prática de cumprimentar a todo.a.s ao se entrar em um estabelecimento. Vai pegar um Uber, táxi ou um ônibus? Cumprimente o.a motorista. Vai pedir informação para alguém na rua? Um “bom dia”/”boa noite” é sempre bem-vindo.

Ao entrar em um bistrô ou restaurante, não vá logo se sentando na mesa de sua escolha. Você corre o risco de ter que mudar de mesa, caso esta já esteja reservada para outras pessoas. Aguarde a.o anfitriã.o, indique a quantidade de pessoas do seu grupo e espere que então lhe conduzam à sua mesa. Para chamar o garçom ou a garçonete, basta levantar discretamente a mão quando ele ou ela estiver olhando. Estalar os dedos ou assobiar são formas agressivas e desnecessárias de chamar a atenção de alguém.

Já ouviu aquela frase “a nossa liberdade termina onde começa a dos outros”? Pois então, essa ideia também é muito útil no que se refere ao conceito de espaço. Temos que tomar cuidado para não invadir o espaço do outro. Se estiver esperando em uma fila, por exemplo, procure manter uma distância aceitável da pessoa que se encontra na sua frente. Ninguém gosta de ter seu espaço pessoal invadido.

E agora, que tal algumas dicas de vocabulário útil? Aqui estão:

Bonjour 〈 bonjúr 〉 – Bom dia/Boa tarde (geralmente usado para cumprimentar alguém antes do pôr do sol)

Bonsoir 〈 bonsuár 〉 – Boa noite (geralmente usado para cumprimentar alguém depois do pôr do sol)

S’il vous plaît 〈 si vu plé 〉 – Por favor

Merci 〈 mercí 〉 – Obrigado.a

De rien 〈 dê riã 〉 – De nada

Pardon 〈 pardón 〉 – Perdão

Excusez-moi 〈 excusê muá 〉 – Com licença

Bonne journée 〈 bon jurnê 〉 – Tenha um bom dia (geralmente usado para se despedir de alguém antes do pôr do sol)

Bonne soirée 〈 bon suarrê 〉 – Tenha uma boa noite (geralmente usado para se despedir de alguém depois do pôr do sol)

Au revoir 〈 ô rêvuar 〉 – Tchau

Então, é isso, pessoal. Bonne journée a todo.a.s vocês, merci pela atenção e au revoir !

Participe do site www.folhadiaria.com.br com opiniões e sugestões pelo e-mail dutra7099@gmail.com - Paulo César Dutra

 


Eliezer Batista Ligou A Vale Ao Resto Do Mundo

Galgando vários postos ao longo de sua carreira, até ser nomeado presidente da mineradora coube a ele transformar..


Dignidade de Liberdade

Para advogados, decisão do STF sobre casamento dá maior autonomia aos idosos...


Os Doces E Amargos Desafios Da Existência

Em "Chocolate Meio Amargo", a psicóloga Senia Reñones aborda as complexidades das relações humanas e as delícias de aprender...