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Há 27 Anos a Música Perdeu Sérgio Sampaio um dos Maiores Poetas e Compositores Nacional

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24/04/2021 - por Paulo César Dutra

O poeta e compositor brasileiro Sérgio Moraes Sampaio (Sérgio Sampaio), nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, no dia 13 de abril de 1947, que faleceu na cidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, em 15 de maio de 1994. foi um cantor e compositor brasileiro. Hoje ele estaria com 74 anos dando um tom cruel quando se referia ao sistema padrão do show business e mídia. Lá se foram 27 anos que o artista de Cachoeiro do Itapemirim foi colocar seu Bloco na Rua, em outro plano. Sérgio morreu aos 47 anos devido a um problema de saúde e até hoje podemos seguir seus rastros no tempo através de suas marcas que se fazem presentes na alma e consciência de nosso povo.

Suas composições variam por vários estilos musicais, indo do samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada. Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava, declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea." No dizer do cantor Lenine, Sampaio foi um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira.
 
Filho de Raul Gonçalves Sampaio, dono de uma tamancaria e maestro de banda, e de Maria de Lourdes Moraes, professora primária, e irmão de Hélio Moraes Sampaio, era primo do compositor Raul Sampaio Cocco, autor de sucessos na voz do conterrâneo Roberto Carlos. Ali assistiu o pai compor a canção "Cala a boca, Zebedeu", quando tinha 16 anos e que veio a gravar mais tarde. Tocando violão, era um artista nato que buscava mostrar seus trabalhos - "Ele estava sempre sedento para mostrar suas músicas, precisava de uma orelha e nunca fez doce para tocar", como registrou seu primo João Moraes.

Aficcionado pelos programas de rádio, onde acompanhava os cantores da época como Orlando Silva, Sílvio Caldas ou Nelson Gonçalves, que o inspiravam, veio a tornar-se imitador de radialistas como Luiz Jatobá e Saint-Clair Lopes, conseguindo trabalho numa emissora da cidade natal, a XYL-9. Em 1964 tentou trabalhar no Rio de Janeiro na Rádio Relógio, retornando após quatro meses.

Em fins de 1967 muda-se definitivamente para o Rio, inicialmente para tentar a carreira como radialista, embora não tenha conseguido firmar-se em nenhum trabalho por frequentar a vida boêmia carioca, atraído pela música e a bebida; morava em pensões baratas e até na rua, chegando a mendigar comida.

Sergio tinha passado a cantar à noite, em bares, até que em fevereiro de 1970 demite-se da Rádio Continental para dedicar-se integralmente à música. Candidata-se no Festival Fluminense da Canção, etapa do Festival Internacional da Canção (III FIC) daquele ano, ficando entre os vinte finalistas com a música "Hei, você".

No Rio de Janeiro conhece o baiano Raul Seixas, então produtor musical da gravadora CBS (atual Sony Music), dando início a uma longa amizade e parceria. Raul é considerado o "descobridor" do artista. Após ter feito um teste junto ao parceiro de Paulo Diniz, Odibar, acabou contratado no lugar deste, no ano seguinte, participando de diversas gravações, como parte do coro de Renato e seus Blue Caps.

Assina, com o pseudônimo de Sérgio Augusto, a letra da canção "Sol 40 graus", gravada pelo Trio Ternura e que foi sucesso em 1971. O Trio gravou outras de suas composições, como "Vê se dá um jeito nisso" - uma parceria com Raulzito, com quem partilhou também "Amei você um pouco demais", gravada por José Roberto. Raul produziu seu primeiro compacto em que Sergio experimenta algum sucesso com "Coco Verde", logo regravada por Dóris Monteiro.

Volta a Cachoeiro em julho de 1971, onde participa do "II Festival de MPB", vencendo em primeiro lugar e ocupando também a quarta colocação. Dá início com Raul Seixas à produção de um projeto de ópera-rock, que tem as letras mutiladas pela censura do Regime Militar. Apesar disto as canções integraram o primeiro disco de Raul Seixas: Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10, em que participam Míriam Batucada e Edy Star.

Sérgio Sampaio tentou mais uma vez vencer a quarta edição do Festival Internacional da Canção - FIC, no Maracanãzinho, com a música "No Ano 83", sendo eliminado na etapa inicial.

Começou a gravar, finalmente, em 1972, ano em que sua canção "Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua" participa do IV FIC e integra um compacto do Festival, que graças a ela vendeu 500 mil cópias, tornando-se sucesso no carnaval de 1973 e rendendo a Sergio o Troféu Imprensa como revelação de 72, na Rede Globo, emissora em que trabalhava o apresentador Silvio Santos.

Em 1973 lança seu primeiro disco Long Play - LP pela Philips, produzido por Raul Seixas e com o nome da canção de sucesso, com vários músicos de renome; o disco fracassa nas vendas, apesar da sua aparição em programas de televisão e da boa execução de canções como "Cala a boca, Zebedeu", de seu pai, nas rádios.

Casou-se em 1974 com a também capixaba Maria Verônica Martins, afastando-se da carreira por algum tempo; o casamento durou até o final da década. Tinha lançado, neste ano, com produção de Roberto Menescal, um compacto em que contraditoriamente reverencia e critica o conterrâneo Roberto Carlos.

Em 1975 lança pela gravadora Continental, outro compacto. No ano seguinte grava seu segundo LP, chamado "Tem que acontecer", e que conta com participações de artistas como Altamiro Carrilho e Abel Ferreira. Em 1977 mais um compacto pela Continental - "Ninguém vive por mim", último por essa gravadora. Realiza shows e tem composições gravadas por artistas como Zizi Possi, Marcos Moran e Erasmo Carlos, ficando cinco anos longe dos estúdios.

Novamente se casa em 1981, com a arquiteta Ângela Breitschaft, com quem teve o filho João, afilhado de Xangai, separando-se em 1986. A família da esposa patrocinara, em 1982, a gravação do compacto "Sinceramente", sem gravadora.

Completamente afastado da mídia, após a separação volta para a casa paterna e em seguida para o Rio. A carreira só experimenta um recomeço quando se muda, no começo da década de 1990 para a Bahia, quando velhos sucessos são novamente lançados por Elba Ramalho, Luiz Melodia, Roupa Nova e outros. Em 1994 acerta com a gravadora Baratos Afins o lançamento de um disco com músicas inéditas, mas falece de pancreatite antes de concretizar o projeto.

Em maio de 2020, a letra de uma canção inédita de Sérgio Sampaio foi divulgada pelo pesquisador Manoel Filho. A letra da canção, intitulada ‘O grande xerife’, foi encontrada em um documento da censura, com data de 25 de abril de 1973, hoje disponível para consulta no Sistema de Informações do Arquivo Nacional. O documento atribui a autoria da canção a Sérgio Sampaio e aponta Elis Regina como sua intérprete. Pela data, acredita-se que a canção foi cogitada para integrar o repertório do álbum Elis, lançado pela cantora em 1973. Contudo, a canção teve vários trechos de sua letra vetados pela censura, provável razão pela qual acabou não sendo lançada por Elis Regina, tampouco por Sérgio Sampaio, permanecendo inédita.

Homenagens

Ainda em 1995 tem um curta-metragem sobre sua vida exibido no Rio de Janeiro. Diversas homenagens ocorreram ao longo do tempo, em memória do artista, dos quais se destacam:

Show "Balaio do Sampaio" - 1996, Rio de Janeiro, com cantores como Alceu Valença, Jards Macalé e outros, e poetas e músicos como Chico Caruso, Euclides Amaral, etc.
CD "Balaio do Sampaio" - 1996.

Eu quero é botar meu bloco na rua" - 2000, biografia autorizada, por Rodrigo Moreira, Editora Muiraquitã

CD póstumo "Cruel" - 2005, lançado por Zeca Baleiro
"Velho bandido - O bloco de Sérgio Sampaio" - 2009, peça musical apresentada no Teatro de Arena.

CD "Hoje Não!" - 2009, 12 canções do Sérgio Sampaio (sendo uma delas inédita) interpretadas por Juliano Gauche & Duo Zebedeu.

Discografia

Álbuns
Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua (LP, Philips, 1973)
(reeditado como CD em 2001 pela Mercury/Universal Music, sob número 73145429932)

Leros e Leros e Boleros
Filme de Terror
Cala a Boca, Zebedeu (Raul Sampaio)
Pobre Meu Pai
Labirintos Negros
Eu Sou Aquele que Disse
Viajei de Trem com participação de Raul Seixas
Não Tenha Medo, não
Dona Maria de Lourdes
Odete
Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua
Raulzito Seixas
Tem que Acontecer (LP, Continental, 1976, reeditado em CD pela Warner Music em 2002)
Até Outro Dia
Que Loucura
Cada Lugar na Sua Coisa
Cabras Pastando
Velho Bode (Sérgio Sampaio/Sérgio Natureza)
O que Pintá, Pintô
A Luz e a Semente
Quanto Mais
Tem que Acontecer
O Filho do Ovo
Velho Bandido
O Teto da Minha Casa
Ninguém Vive por Mim
Quatro Paredes
Sinceramente (LP, 1982)
Homem de Trinta
Na Captura
Tolo Fui Eu
Só para o Seu Coração
Essa Tal de Mentira
Meu Filho, Minha Filha
Cabra cega (S. Sampaio/S. Natureza)
Sinceramente
Nem assim
Doce Melodia
Faixa Seis
Cruel (CD, 2006)
Em Nome de Deus
Roda Morta (Reflexões de um Executivo) (S. Sampaio/S. Natureza)
Polícia Bandido Cachorro Dentista
Brasília
Magia Pura
Rosa Púrpura de Cubatão
Muito além do Jardim
Real Beleza
Pavio do Destino
Quero Encontrar um Amor
Quem É do Amor
Cruel
Uma Quase Mulher
Maiúsculo
Antologias e participações
Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (LP, CBS, 1971)
(reeditado em CD pela Sony Music em 2010) (com Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star)

Êta Vida (com Raul Seixas)
Eu Vou Botar pra Ferver (com Raul Seixas)
Eu Acho Graça
Chorinho Inconsequente (com Erivaldo Santos)
Quero Ir (com Raul Seixas)
Todo Mundo Está Feliz
Eu não Quero Dizer Nada
Carnaval Chegou (LP, 1972)
(Philips, 6349.058)

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (primeira gravação)
Phono 73 (LP, 1973)
(Philips)

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (ao vivo)
Convocação geral nº 2 (LP, 1975)
(Som Livre)

Cantor de Rádio
Balaio do Sampaio (CD, 1998)
(MZA/Polygram)

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua - Sérgio Sampaio
Em Nome de Deus - Chico César
Feminino Coração de Deus - Erasmo Carlos
Rosa Púrpura de Cubatão - João Bosco
Tem que Acontecer - Zeca Baleiro
Meu Pobre Blues - Zizi Possi
Pavio do Destino - Lenine
Até Outro Dia - João Nogueira
Velho Bode - Eduardo Dusek
Que Loucura - Renato Piau
Velho Bandido - Jards Macalé
Cala a Boca, Zebedeu - Luiz Melodia
Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua - Elba Ramalho
Sergio Sampaio (CD, 2002)
(Série Warner 25 Anos)

Até Outro Dia
Que Loucura
Cada Lugar na Sua Coisa
Cabras Pastando
Velho Bode
O Que Pintá, Pintô
A Luz e a Semente
Quanto Mais
Tem que Acontecer
O Filho do Ovo
Velho Bandido
O Teto da Minha Casa
Ninguém Vive por Mim
Quatro Paredes
Compactos simples
Coco verde/Ana Juan (1971) CBS
Classificados nº 1/Não adianta com participação de Raul Seixas (1972) 33745
Eu quero é botar meu bloco na rua (1972) Phillips/Phonogram
Meu pobre blues/Foi ela (1974) 6069 090
Velho bandido/O teto da minha casa (1975) 1-01-101-155
Ninguém vive por mim/História de boêmio (Um abraço em Nélson Gonçalves) (1977) 101-101-264
Videografia
Cachoeiro em Três Tons
Um Sampaio Teimoso
Referências
 Tatiana Wuo (30 de dezembro de 2009). «Obra de Sérgio Sampaio é gravada por músicos locais no CD 'Hoje Não!'». Prazer & Cia - Agência Globo. Consultado em 21 de março de 2010
 Bruno Ribeiro. «Sergio Sampaio». Samba & Choro.com. Consultado em 21 de março de 2010. Arquivado do original em 4 de março de 2010
 Jotabê Medeiros (12 de março de 2009). «Discípulos revivem Sérgio Sampaio». O Estado de S. Paulo. Consultado em 21 de março de 2010
 «Verbete Sérgio Sampaio, seção biografia». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 21 de março de 2010
 «Verbete Sérgio Sampaio, seção dados artísticos». Dicionário Cravo Albin. Consultado em 21 de março de 2010
 Ferreira, Mauro (27 de maio de 2020). «Documento do Arquivo Nacional sugere ligação de Elis Regina com Sérgio Sampaio». Blog do Mauro Ferreira. G1. Consultado em 29 de maio de 2020

 

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