Morreu no início da noite de ontem, após uma parada respiratória, o biólogo André Ruschi, de 60 anos, que estava internado no Hospital Jayme dos Santos Neves, no município da Serra, no Estado do Espírito Santo, no Brasil. Filho do cientista Augusto Ruschi, André estava internado deste o dia 12 de março, com quadro de infecção generalizada causado por um vírus.  Nesse período foi submetido a sessões de hemodiálise e respirava com a ajuda de aparelhos.

Na noite do dia 27 de março, André Ruschi teve seu quadro clínico agravado. Durante sessão de hemodiálise, sofreu uma parada cardíaca e teve que ser entubado e sedado. De acordo com o portal gazetaonline, a filha dele, Anita Ruschi, disse que o pai que morava sozinho, estava com a saúde debilitada, quando contraiu uma bactéria e precisou ser internado. 

Legado 

Filho do cientista e ambientalista Augusto Ruschi, de quem foi assistente, André foi responsável pela doação do Museu de Biologia Mello Leitão, no município de Santa Teresa,no Espírito Santo, ao Patrimônio Histórico Nacional. Ele era ecólogo especializado em educação ambiental, sendo um dos pioneiros no país no assunto, além de fisioterapeuta e renomado ambientalista. Era detentor dos direitos autorais da obra de seu pai, assim como de todo seu acervo fotográfico.

O biólogo e diretor da Estação Biológica Marinha Augusto Ruschi implantou a educação ambiental no Brasil com o projeto "Arca de Noé". Representou o Brasil na RIO-92. A Arca de Noé foi escolhida pelo canal Futura com um dos 10 projetos mais importantes em realização no país.

Em 2009, o biólogo e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), André Ruschi, recebeu três homenagens por serviços prestados na área de Biologia. Elas faziam parte das 30 recomendações oferecidas pelo Conselho de Biologia, para celebrar os 30 anos de regulamentação da profissão no Brasil. 

Dentre as contribuições de Ruschi está a autoria do capítulo de Meio Ambiente da Constituição Federal Brasileira. O Brasil foi o primeiro país no mundo a ter um capítulo destinado só ao meio ambiente. Na ocasião ele disse que "A nossa carta magna foi utilizada como referência pela ONU, e o modelo passou a ser adotado pela metade dos países afiliados à organização".

Naquele ano, André também recebeu as homenagens a seu pai, Augusto Ruschi, um pioneiro no ambientalismo mundial, tendo feito os primeiros prognósticos de que haveria aquecimento global. O pai de André também foi responsável pela criação das novas ciências, como a agroecologia e bioacústica, além do trabalho desenvolvido com os beija-flores.