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Índio Não Quer Apito, Quer Apoio Para Aprender Futebol

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07/05/2016 - por Paulo César Dutra

Eles falam a mesma língua e fazem o mesmo apelo: “índio não quer apito, quer apoio para aprender  futebol”.  É o que encontramos na Aldeia de Caieiras Velha,  formada por índios tupiniquins, localizada no distrito de Santa Cruz, no município de Aracruz, no Estado do Espírito Santo, no Brasil. São as crianças indígenas com idades de 10 a 17 anos, que sonham em um futuro melhor. Eles participam do projeto da Escolinha Tupiniquim de Futebol, idealizado e mantido pelo índio tupiniquim Antônio de Souza Filho, 34 anos, formado em Educação Física. 

O projeto de Antônio Filho sobrevive com dificuldades. Hoje o projeto mantém, aos trancos e barracos, 90 crianças, das mais de 600 que necessitam dessa atividade, dentro das nove aldeias existentes no município. Não é só o futebol de campo que o projeto mantém, atua também no futsal. “Minha intenção também é ajudar na preservação da cultura indígena, por isso não descartamos o idioma e os esportes indígenas”, disse ele.

Antônio foi bem claro ao revelar que “queremos levar o projeto além das práticas esportivas. Nossas crianças estudam nosso idioma, aprendem a fazer artesanatos e o projeto vem reforçar a cultura indígena. Vamos mostrar o valor que o índio tem. Não vamos sair pedindo dinheiro, mas precisamos de apoio estrutural. Treinamos e jogamos com materiais emprestados. Nossa estrutura é ruim e seria ótimo se nos dessem mais apoio”, disse.

A aldeia Caieiras Velha conta com uma quadra de esportes coberta, campos de futebol e muito espaço que ainda pode ser aproveitado para a prática de outras atividades esportivas, como atletismo e natação. O sonho de Antônio, é de que o governo federal (as comunidades indígenas vivem sob a tutela do Governo Federal, através da Funai), construa naquela região um complexo esportivo, como uma Vila Olímpica, com todos os tipos de esportes.

Antônio revelou que o projeto atende as comunidades indígenas, em sua maioria com crianças é criadas em aldeias de índios Tupiniquins (Irajá e Caieiras Velha) ou Guarani (Boa Esperança), que são mais próximas do local dos treinamentos. Mas não discriminam as crianças das comunidades do "homem-branco", como as de Coqueiral. Antônio fez questão de citar o nome do pai de uma criança branca, o ex-atleta capixaba de handebol, Constancio José Schowambach Machado  que contribuiu muito com o projeto.

O projeto passou a ter apoio da Associação de Esporte e Cultura das Comunidades, Proteção a Família e aos Portadores de Necessidades Especiais do Estado do Espírito Santo – ASCOM-ES. No sábado, dia 7.05.2016, a ASCOM-ES entregou ao projeto meia tonelada de alimentos não perecíveis, 100 camisas de malhas para treinamentos e mais de 100 medalhas para competições internas do projeto.

Aracruz é o único município capixaba que possui índios aldeados no estado, com duas etnias: Tupinikim e Guarani. Atualmente são nove aldeias assim distribuídas: quatro guaranis e cinco tupinikuins. Os guaranis, que vieram do sul do País na década de 60, mantêm suas características como a língua, a religião, o artesanato e suas manifestações culturais. Já os tupinikins, que são remanescentes do município de Aracruz, devido ao contato com o homem branco, perderam algumas de suas características, porém mantém os grupos culturais como referência da sua cultura.  

A aldeia Caieiras Velha, onde funciona o projeto, é localizada no distrito de Santa Cruz na Rodovia Estadual ES-456, possui uma área que compreende o mangue e o taboal. Os índios dessa região fabricam artesanatos como samburá, juquiá e peneiras feitas de coco. A Reserva ainda guarda alguns remanescentes de Mata Atlântica e árvores frutíferas. A Reserva possui ainda Posto Médico e Escola. 

A comunidade conta com o apoio do índio tupiniquim Ervaldo, que é vereadores de Aracruz, e que sempre busca apoio para seus “irmãos”. Ervaldo está programando para o dia 9 de agosto deste ano, que é o Dia Internacional dos Povos Indígenas, uma grande festa cultural, com as participações das nove aldeias de Aracruz. Quem desejar contribuir com o projeto da Escolinha Tupiniquim de Futebol faça contato através do e-mail: paulodutra2002@yahoo.com.br
 




  


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