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Espírito Santo Abriga Uma Das Maiores Colônias Italianas Do Brasil

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22/01/2019

Por: Paulo César Dutra (*) 
(dutra7099@mail.com) 

O Estado do Espírito Santo abriga uma das maiores colônias italianas do Brasil. Os imigrantes foram atraídos para o Estado a fim de ocupar inicialmente a região das serras. Os imigrantes foram obrigados a enfrentar a mata virgem e foram abandonados pelo governo à própria sorte. A situação de miséria vivida por muitos colonos fez com que, em 1895, o governo italiano proibisse a emigração de seus cidadãos para o Espírito Santo.
 
De acordo com pesquisas do Arquivo Público do Espírito Santo, a Regiões de origem e a quantidade dos italianos entrados no Espírito Santo entre 1840 e 1973 são:
Região Número de imigrantes %
Vêneto 9.486 39,37
Lombardia 4.751 19,72
Trentino-Alto Adige 3.213 13,33
Emilia-Romanha 2.416 10,03
Piemonte 1.235 5,13
Friuli-Venezia Giulia 989 4,10
De outras regiões 2.005 5,47
Não consta 12.571
Total 36.666
Encontram-se, no Espírito Santo, representantes de todas as regiões da Itália, mas a preponderância é para aquelas do norte (Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto Ádige, Emilia-Romagna, Piemonte, Friuli-Venezia Giulia, Liguria e Vale d’Aosta), que, juntas, forneceram 92% dos imigrantes. As regiões do centro contribuíram com 6% e as do sul, com 2% dos italianos.

De acordo com o historiador Angelo Trento, no Espírito Santo foi-se usado o mesmo modelo de colonização do sul do Brasil, mas sem os mesmos resultados. Até 1891, não emigravam mais de 200 italianos anualmente para esse estado. O fluxo cresceu nos anos seguintes, sendo registrada a entrada de 476 italianos em 1892, número que saltou para 2.406 em 1893. Esses italianos vinham se empregar em obras públicas e, quando estas foram terminando, alguns ficaram em Vitória, capital do Espírito Santo, enquanto que a maioria se empregou nas fazendas. 

Além dos desembarques no Estado do Rio de Janeiro, onde os imigrantes faziam uma quarentena, antes de vir para o Estado do Espírito Santo, a companhia de imigração La Veloce instituiu uma linha direta Gênova-Vitória, com navio partindo mensalmente. Isso garantiu um fluxo apreciável de imigrantes, tanto que em 1894 chegaram 3 215 italianos e, em 1895, mais 4 575 pessoas. 

Com esses imigrantes foi-se tentada a colonização da região do Rio Doce, mas com resultados desastrosos. Deu-se um surto de cólera no Espírito Santo, o que fez o governo italiano suspender temporariamente as operações de embarque em direção a Vitória, por meio do decreto de 20 de julho de 1895. Em decorrência das dificuldades financeiras do estado, a imigração no Espírito Santo praticamente acabou a partir de 1896. O número de italianos no estado, estimados em 20 mil pessoas em 1895, ficou estagnado até a primeira década do século XX, vindo a cair progressivamente a partir de então.

Entre 1812 e 1900, entraram no estado do Espírito Santo 46.885 imigrantes, dos quais 34.925 eram italianos, ou seja, 75% do total. Após o ano de 1900, o fluxo de entrada diminuiu consideravelmente, comparando-se com o século anterior. Até 1973 registrou-se a o número de 1.633 indivíduos.

Do Vêneto, as províncias que mais mandaram imigrantes para o estado foram Treviso (31%) e Verona (28%). Já os imigrantes lombardos vieram de diversas províncias, mas, sobretudo de Mântua (24%) e Cremona e Bérgamo com 20% cada. Por outro lado, os colonos oriundos do Trentino-Alto Adige vieram quase que exclusivamente da província de Trento (96,2%), em especial das comunas de Levico Terme e frações (17,40%) e de Novaledo (11,78%). Os imigrantes vindos da Emília-Romanha também provinham de diversas províncias, com destaque para Bolonha (24,10%), Módena (19,36%) e Parma (17,58%).

De maneira geral, as cinco províncias italianas que mais forneceram imigrantes para o Espírito Santo foram: Trento (2.801 imigrantes), Treviso (2.615), Verona (2.325), Vicenza (1.060) e Mântua (1.033). Um total de 94,81% dos imigrantes embarcou no porto de Gênova, no Norte da Itália; 4,51% no porto de Le Havre, na França, enquanto que o resto embarcou no porto de Buenos Aires (Argentina), de Nápoles (Sul da Itália) e de Marselha (França). 68% dos imigrantes vieram diretamente da Europa, 31% fizeram escala no porto do Rio de Janeiro e 1% veio de Buenos Aires.

Algumas fontes afirmam que 60% da população do Espírito Santo é formada por descendentes de italianos.  
 
Imigração italiana no Brasil
 
Não existem números concretos, mas discrepância nos dados. 10,5% da população brasileira (segundo Schwartzman); 22.753.000 descendentes (fonte italiana); entre 18 e 23 milhões de descendentes (segundo García); 30 milhões de descendentes, 15% da população (segundo Pertile e a Embaixada).

Regiões com população significativa são o Sul do Brasil, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Distribuídos também por todo o território nacional através de migrações internas, como para Rio de Janeiro.
Línguas: Predominantemente português. Além também do italiano, uma minoria fala italiano.
Religiões: Cristianismo, a maioria sendo fiel da Igreja Católica Apostólica Romana
Grupos étnicos relacionados: Outros italianos, ítalo-argentinos, ítalo-americanos
 
Uma pesquisa de 1999, do sociólogo, ex-presidente do IBGE, Simon Schwartzman, indicou que cerca de 10% dos brasileiros entrevistados afirmaram ter ancestralidade italiana, percentual que, numa população de cerca de 200 milhões de brasileiros, representaria em torno de 20 milhões de descendentes. Uma fonte italiana, de 1996, cita o número de 22.753.000 descendentes.  Segundo pesquisa de 2016 publicada pelo IPEA, em um universo de 46.801.772 nomes de brasileiros analisados, 3.594.043 ou 7,7% deles tinham o último ou o único sobrenome de origem italiana.  A embaixada italiana no Brasil, em 2013, divulgou o número de 30 milhões de descendentes de imigrantes italianos (cerca de 20% da população brasileira), metade no estado de São Paulo.
 
Os ítalo-brasileiros são considerados a maior população de oriundi (descendentes de italianos) fora da Itália.  Eles mantêm os costumes tradicionais italianos, assim como parte da população brasileira, que acabou por absorvê-los por causa do impacto da imigração italiana no Brasil. A contribuição dos italianos é notável em todos os setores da sociedade brasileira, principalmente na mudança socioeconômica que os italianos produziram no campo e nas cidades. Podemos citar desde o modo de vida que mudou profundamente influenciado pelo catolicismo, bem como nas artes, música, arquitetura, alimentação e no empreender italiano na abertura de empresas, e também como trabalhadores especializados. No campo, podemos citar a introdução de novas técnicas agrícolas, e principalmente na mudança do latifúndio para pequenas propriedades agrícolas e na introdução da policultura de produtos.

(*) bisneto dos italianos Leopoldo Ghidoni+ Chiara Filomena Brunetti e Jerônimo Pretti+Cleonice Simonassi, neto dos ítalo-brasileiros Pedro Guidoni+ Matilde Pretti e filho de Linda (Olinda) Guidoni+Joaquim da Silva Dutra.

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