O mais novo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação- IBPT realizado no Espírito Santo revela que o Estado possui 381.809 pessoas jurídicas ativas, sendo 361.056 matrizes e 20.753 filiais.  Do total, 90,05% são empresas (343.819) e 10% entidades de fins não-econômicos e órgãos públicos (37.990). 

Das 343.819 empresas, 253.441 tiveram algum movimento de receita em 2015. A pesquisa revela ainda que, dessas empresas, estão no Simples Nacional 160.519 estabelecimentos. Ou seja, o Espirito Santo possui 2,08% das empresas brasileiras ativas e com algum faturamento em 2015. Das 253.441 empresas, 47,88% possui dívida tributária em aberto, com vencimento superior a 90 dias. Este é o maior índice desde 1992, quando houve o atingimento de 46,14%. 

Em novembro de 2014, 40,07% das empresas ativas capixabas e com faturamento eram inadimplentes de pelo menos um tributo, com prazo superior a 90 dias. A inadimplência em 2015 teve um significativo crescimento, tendo uma progressão de 7,81 pontos percentuais neste período.  

A média nacional de inadimplência tributária é de 42,76%. Diante disso, o Espírito Santo é o terceiro Estado com maior inadimplência tributária empresarial no País, perdendo somente para os Estados do  Pará e da Bahia. 

A expectativa é que esses números se agravem em dezembro, em virtude da crise e também do pagamento da segunda parcela do 13º. Salário.  O IBPT estima que, praticamente, "metade das empresas capixabas ativas e com faturamento em 2015 estarão inadimplentes no final do ano", analisa Gilberto Luiz do Amaral presidente do Conselho Superior e coordenador de Estudos do IBPT.

O diretor regional do IBPT em Vitória, Alexandre Fiorot reforça que este resultado se reflete diretamente na arrecadação tributária. O Espírito Santo chegou em 2011 ao índice de 2,04% da arrecadação tributária nacional e neste ano verá este índice cair para 1,75%.  Isto quer dizer que União, Estado e Municípios do Espírito Santo arrecadaram R$ 6 bilhões a menos em 2015, se comparado com 2011, já com o desconto da inflação.

   

Marcando o lançamento do escritório capixaba, o IBPT realizou um estudo na região, onde detectou que 47,88% das empresas noEspírito Santo possuem dívida tributária, o maior índice de endividamento no Estado desde 1992: "O empreendedorismo brasileiro está vivenciando um novo ciclo. Em 2010, todo o Brasil estava em estado de êxtase com o surgimento de várias oportunidades. De lá pra cá, o mercado cresceu, se desenvolveu e abriu um leque infinito de oportunidades. Agora, cinco anos depois, vivemos um período de crise financeira e é preciso muito cuidado para avaliar quais negócios sobreviverão".

O Estado do Espírito Santo é propício ao empreendedorismo, mas, por conta das dificuldades tributárias, os novos empreendedores ainda sofrem muito para achar um caminho de sobrevivência: "Vale lembrar que as taxas de desemprego estão aumentando no País e o empreendedorismo ainda é a melhor solução para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos", alerta o tributarista.

Fiorot, que tem mais de 15 anos de experiência na área comenta que a presença do Instituto na cidade proporcionará informações úteis ao Poder Público, às empresas e à sociedade, bem como ao meio acadêmico, devido à carência de dados. "Existe muita informação, mas é preciso entendê-las. O IBPT contribuirá com estudos, projetos, serviços e produtos tributários e de mercado, com foco, inclusive, nas particularidades do Espírito Santo", assegura Fiorot, que contará com uma equipe de profissionais para esclarecer dúvidas e atender às demandas. 

O IBPT inaugurou o mais novo escritório regional do grupo na capital do Espírito Santo. As demais unidades estão localizadas nas cidades de Curitiba - PR; Londrina - PR; e São Paulo - SP. A ação visa ampliar as atividades do IBPT no Estado, de forma a interagir mais de perto com o público regional, prestando serviços de inteligência tributária e de mercado às empresas e entidades, assim como realizando estudos e pesquisas sobre as atividades econômicas e tributárias do Espírito Santo.